quarta-feira, 15 de outubro de 2014

AS NOTÍCIAS DOS “NOSSOS BRAVOS SOLDADOS” . A PARTICIPAÇÃO DE PORTUGAL NA I GUERRA MUNDIAL E O JORNALISMO (1914-1918).

A Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito das evocações por ocasião do Centenário da I Guerra Mundial, realiza o seminário acima indicado no dia 16 de Outubro de 2014. Este evento resulta de uma parceria entre a Hemeroteca Municipal de Lisboa e o Centro de Investigação Média e Jornalismo, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa.

O seminário vai realizar-se na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho.

Pode ler-se na nota de divulgação do seminário:

A I Guerra Mundial foi uma prova de fogo para o jornalismo português, “até então praticamente dependente do fluxo de notícias dos jornais estrangeiros e das agências internacionais como a Havas e a Reuters”. Cem anos depois, apercebemos que tal prova foi superada, aparentemente: os principais jornais portugueses enviaram repórteres para fazer a cobertura noticiosa da guerra e, desta forma, pela primeira vez jornalistas portugueses cobriram um conflito bélico no terreno. A guerra deixava de ser um “território virgem” e “uma coisa abstrata” para o jornalismo nacional, ainda que a circulação de notícias fosse fortemente controlada pelos beligerantes. 
Com efeito, os repórteres eram sempre acompanhados de militares, que faziam de guias, intérpretes e sobretudo de censores, com incursões restringidas às zonas de retaguarda. A juntar a isto, temos a censura militar, instituída pela I República na Lei de 28 de Março de 1916, excluindo do noticiário qualquer dado considerado estratégico ou qualquer informação que pudesse “abalar o moral das tropas”. “Esta guerra é uma guerra do silêncio”, desabafava o jornalista Adelino Mendes numa das reportagens enviadas da Flandres para o jornal A Capital, em 1917. (...)

(..) Enfim, motivos de sobra para uma revisitação histórica e sociológica da cobertura noticiosa e iconográfica da participação de Portugal na I Guerra Mundial, em África e na Europa, nas suas diferentes representações e discursos jornalísticos. Inscreva-se e fique a saber mais sobre a guerra e o jornalismo em Portugal nos conturbados anos de 1914 a 1918.
O seminário conta com a presença de mais de uma dezena de especialistas e tem por objetivo uma revisitação histórica e sociológica da cobertura noticiosa e iconográfica da participação de Portugal na I Guerra Mundial, em África e na Europa, nas suas diferentes representações e discursos jornalísticos.

O programa do seminário é o seguinte:
16 de Outubro de 2014 (9H.30M às 19H)
PROGRAMA
9H30M – Receção aos participantes
9H45M – Sessão de Abertura: Intervenção do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, e da Senhora Presidente do Centro de Investigação Media e Jornalismo, Professora Dr.ª Estrela Serrano

10H – Palestra Inaugural: A Participação de Portugal na I Guerra Mundial e o Jornalismo (1914-1918), por Rui Ramos (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa)
I Painel: A IMPRENSA OPERÁRIA, MONÁRQUICA E PROTO-COMUNISTA | Moderação: Ana Cabrera
10H30M – O Olhar da Imprensa Operária e Sindicalista sobre a Guerra, por António Pires Ventura (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
11H – O Olhar da Imprensa Monárquica sobre a Guerra: a revista integralista Nação Portuguesa, por Ernesto Castro Leal (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
11H30M – A I Guerra Mundial, o Proto-Comunismo Português e a sua Imprensa, por José Pacheco Pereira (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa)
12H – Intervenções do público
12H30M – Intervalo para almoço


II Painel: A IMPRENSA NOTICIOSA, PARTIDÁRIA, CATÓLICA E A CENSURA | Moderação: Álvaro Costa de Matos
14H – Os Repórteres Portugueses na I Guerra – uma viagem pelos textos enviados pelos jornalistas ao serviço de A Capital, O Século e Diário de Notícias, por Carla Baptista (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL | Centro de Investigação Media e Jornalismo) e Ana Mira Roque (Mestranda da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL)
14H30M – O Jornalismo Político-Partidário sobre a Guerra em a República e A Lucta, por Ana Cabrera (Centro de Investigação Media e Jornalismo)
15H – O Olhar da Imprensa Católica sobre a Guerra, por Paulo Fontes e Nuno Estêvão Ferreira (Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa)
15H30M – Jornalismo Político e Censura na I Guerra - uma visão comparativa entre os jornais O Mundo e A Lucta, por Júlia Leitão de Barros (Escola Superior de Comunicação Social | Instituto de História Contemporânea da FSCH)
16H – Intervenções do público
16H15M – Intervalo para café


III Painel: AS IMAGENS DA GUERRA | Moderação: Carla Baptista
16H30M – "Irmãos de Armas": o CEP no cinema de propaganda da Grande Guerra, por Maria do Carmo Piçarra (Centro de Investigação Media e Jornalismo)
17H – Joshua Benoliel e as imagens da Primeira Guerra em tempo de câmaras de madeira e negativos em vidro, por Maria Teresa Flores (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias | Centro de Investigação Media e Jornalismo)
17H30M – A I Guerra Mundial na revista Ilustração Portuguesa, por Jorge Pedro Sousa (Universidade Fernando Pessoa | Centro de Investigação Media e Jornalismo) e Helena Lima (Faculdade de Letras da Universidade do Porto | Centro de Investigação Media e Jornalismo)
18H – A Guerra na Imprensa Humorística Nacional (1914-1918), por Álvaro Costa de Matos (Hemeroteca Municipal de Lisboa | Centro de Investigação Media e Jornalismo)
18H30M – Intervenções do público

18H45M – Apresentação do dossier Fontes Jornalísticas para o Estudo da Participação Portuguesa na I Guerra Mundial, na Hemeroteca Digital de Lisboa, por João Carlos Oliveira (Hemeroteca Municipal de Lisboa | Hemeroteca Digital)
19H – Encerramento dos trabalhos

Organização: CML (Hemeroteca Municipal) e Centro de Investigação Media e Jornalismo (FCSH – UNL)
Inscrições gratuitas: T. 218 504 020 (Ext. 23) | maura.pessoa@cm-lisboa.pt

O programa detalhado do seminário pode ser descarregado/consultado AQUI.

Uma excelente iniciativa da Hemeroteca Municipal de Lisboa, com um conjunto de ilustres investigadores que garantem a grande qualidade deste evento. 

A não perder.

A.A.B.M.

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