sexta-feira, 15 de maio de 2015

ALFREDO ERNESTO DE SÁ CARDOSO (1864-1950) E O 14 DE MAIO DE 1915


Alfredo Ernesto de Sá Cardoso nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1864, filho de Carlos Ernesto Freire d’Aguiar Cardoso e de D. Adelaide Leopoldina de Sá Cardoso.

Assentou praça em 1880, no Regimento de Cavalaria nº 2. Prosseguindo a carreira de oficial do exército (alferes, 1886; tenente, 1888; capitão, 1900; major, 1911; tenente-coronel, 1915; coronel, 1917) que o levou em 1924, ao posto de general. Fez os estudos para a arma de Artilharia, prosseguindo para a Escola Politécnica onde estudou. De seguida passou para a Escola do Exército onde termina os seus estudos em 13 de Janeiro de 1886.

Foi mobilizado para a campanha da Lunda e, em 1888, assumiu a secretaria do Governo Distrital de Angola. Foi governador da for­taleza de S. Francisco do Penedo e, nos anos de 1917-1918, pertenceu ao Corpo Expedicionário Português. Desempenhou também o cargo de vogal do Conse­lho de Trabalhos Balísticos.

Filiado no Partido Republicano Português (PRP) desde muito jovem conspirou activamente no derrube da monarquia, participando nos acontecimentos de 31 de Janeiro de 1891 e de 28 de Janeiro de 1908. Fez também parte da comissão militar que preparou a revolução de 5 de Outubro de 1910, desempenhando papel de destaque na implantação da República, foi designado chefe de gabinete do ministro da Guerra, Correia Barreto (1910-1911). Foi eleito deputado em 1913, tendo depois sido nomeado Governador Civil do Distrito Autónomo do Funchal. Foi membro da Junta Consultiva do Partido Republicano Português (1913) e chefe indigitado do partido (em 1919). Passou também pelo Partido Reconstituinte, que fundou com Álvaro de Castro, e pela Acção Republicana, de que foi presidente.

Alfredo Sá Cardoso foi iniciado na Maçonaria em 1893, com o nome simbólico de Alaíde, na loja Portugal, em Lisboa. Passou a coberto em 1898, sendo regularizado em 1911, na loja Acácia. Alcançou os altos graus ascendendo ao grau 33. O que não impediu de abjurar o facto, assinando em 1934 uma declaração de honra, na qual afirmava não pertencer a qualquer organização secreta. Chegou a fazer parte do seu Supremo Conselho a partir de 1934.


Integrando o denominado grupo Jovens Turcos da República, de que foi fundador, acompanhado por Álvaro de Castro e por outros jovens militares da República, chefiou o movimento de 14 de Maio de 1915, contra a ditadura de Pimenta de Castro. Foi um dos grandes responsáveis pela defesa da participação de Portugal na Grande Guerra. Quando da participação portuguesa, partiu para França, onde combateu, tendo ascendido a comandante-geral de artilharia. Assumiu depois as funções de presidente da Câmara dos Deputados.

[Em continuação]

A.A.B.M.

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