segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AGOSTINHO LÚCIO DA SILVA (PARTE II)

Em 1887 solicitou um esclarecimento à Sociedade de Geografia para indicar a longitude de Lisboa pelos observatórios de Paris e Greenwich.
Participou de forma activa no 1º Congresso Agrícola, realizado em Lisboa, em Fevereiro de 1888[1].

Desempenhou as funções de subchefe dos serviços de saúde dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste desde 1890, tendo mais tarde ascendido a chefe, e, foi também subdelegado de saúde em Lisboa desde 1885.
Integrou os órgãos sociais do Banco do Povo, em 1889 e 1890, como elemento do Conselho Fiscal do referido banco.

Participou no Congresso Internacional de Medicina que se realizou em Lisboa entre 19 e 26 de Abril de 1906, na VII secção de Psiquiatria, Neurologia e Antropologia Criminal[2].
Participou no 2º Congresso Internacional de Higiene Escolar, realizado em 1908. Em Fevereiro de 1910 acompanhou Teixeira de Sousa na sua visita política ao Algarve, tendo sido um dos elementos convidados a participar num restrito jantar de homenagem ao chefe do Partido Regenerador, que se realizou em casa do Conde do Cabo de Santa Maria AQUI .

 Com a mudança de regime, em 1910 afastou-se da vida política e profissionalmente sentiu alguns dissabores, pois em 26 de Janeiro de 1911, durante o ministério de José Relvas, foi demitido das funções de médico da Inspecção-geral dos Impostos.
Apresentou, durante o Congresso Regional Algarvio, a teste Estradas que também foi publicada nessa época. [Curiosamente, a Gazeta dos Caminhos de Ferro, 50 anos mais tarde recordava o congresso AQUI].

Foi também um dos presidentes da mesa de honra da Comissão do Centenário da Escola Médico-Cirúrgica, porque nessa época era o decano dos médicos formados nessa escola.
Foi um colaborador regular do Diário de Notícias sobre assuntos ligados à sua actividade como médico. Colaborou também no Jornal da Sociedade de Ciências Médicas, Correio Médico e em outros periódicos sobre assuntos da sua área profissional. Desde 1884 até 1919 foi médico-adjunto da Penitenciária de Lisboa, mas segundo afirmava a imprensa da época, reformou-se como médico da Penitenciária de Lisboa, devido a problemas políticos.

Os seus filhos eram a sra. D. Luísa Félix e Silva Fialho e o engenheiro agrónomo Filipe Félix e Silva que viveu durante muitos anos em África.

Bibliografia activa:
Introdução ao estudo da química elementar, 1868.
Ovariotomia, sua importância cirúrgica (Tese apresentada à Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa), 1871.
Resultados sobre a Epidemia de Tifo do Cadaval, 1873.
A Tuberculose na Penitenciária Central, 1888.
Estradas, Lisboa, 1915 [Tese apresentada ao Congresso Regional Algarvio].

Faleceu em Lisboa em 19 de Abril de 1926, com 84 anos.

Esta é sem dúvida uma das personalidades ainda por descobrir nas suas várias vertentes e que merece um estudo mais aprofundado. não só como político e deputado ao longo de muitos anos pelo Partido Regenerador, como também pela sua actividade clínica em Lisboa, o combate contra a tuberculose e outras doenças. Encontram-se alguns trabalhos científicos com referência ao seu papel mas de forma esporádica AQUI e AQUI, mas muito haverá certamente a descobrir e a dar a conhecer. Foi também um dos homens que esteve presente no Congresso Regional Algarvio de 1915, onde apresentou tese, como se referiu acima, mas pertenceu ao núcleo dos organizadores do evento. Permitam-me também referir que no verbete que lhe é dedicado no Dicionário Biográfico Parlamentar. 1834-1910. Vol. III (N-Z), coord. Maria Filomena Mónica, col. Parlamento, Imprensa de Ciências Sociais/Assembleia da República, Lisboa, 2006, elaborado por Filipa Ribeiro da Silva e por Paula Cristina Costa, p. 643-645, se apresenta omisso em relação a muitos destes elementos biográficos que aqui reunimos e apresentamos a todos os interessados, embora bastante detalhado naquilo que era o cerne da sua pesquisa, a actividade parlamentar de Agostinho Lúcio da Silva.




[1] Actas das Sessões do Primeiro Congresso Agrícola celebrado em Lisboa em Fevereiro de 1888, Lisboa, Imprensa Nacional, 1888, p. 70.
[2]  La Gazette Medicale do Centre, Tours,  01-07-1904, p.264-266.

A.A.B.M.

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