Nasceu no Porto em 1880.
Médico
e escritor sobretudo teatral de influência naturalista. Em 1902, encontramo-lo
a colaborar em Mutualista (O). Número comemorativo da Associação de Socorros
Mútuos dos Carpinteiros, Pedreiros e Arte Correlativas. 18 de junho de 1852 –
18 de junho de 1902, Lisboa, Tipografia
das Artes Gráficas, 12 pág., que contou colaborações entre outras de: Teófilo
Braga, Magalhães Lima, Costa Goodolphim, Heliodoro Salgado, J. Fernandes
Alves, Guilherme de Sousa, Ismael Pimentel, Jorge Boaventura, Tomás Biker,
Conceição e Silva Júnior, Gonçalves Novaes, A. Egydio de Almeida, António Joaquim
de Oliveira, Ivan, Agostinho, J. S., Angelina Vidal, Ernesto da Silva, Guedes
Quinhones, C. Garcia, J. Carlos Manitto Torres, S. F., Raul Augusto de
Oliveira, Carrasco Guerra,
Guedes Ferreira, E. Soares Catita, C. de Oliveira, Gil Pereira da Cruz Falcão,
Victorino Franco Braga, Silva Barreto e Silvério António Pereira.
Publica a sua dissertação em Medicina, em
1908, intitulada Perigos do Casamento,
onde manifesta a sua preocupação pela falta de informação de rapazes e
raparigas em temáticas como a educação sexual. Essa falta de informação
provocava muitas vezes a difusão de doenças como a sífilis que tantos problemas
causava na época [Maria Rita Lino Garnel, Vítimas
e Violência na Lisboa da I República, Imprensa da Universidade, Coimbra,
2007, p. 239-240], apelando por isso à educação e à propaganda para tentar
evitar aquilo que considerava “casamentos irresponsáveis”. Nessa mesma
dissertação afirmava que “o divórcio era a
solução progressiva e regeneradora para os casos em que a loucura, o
alcoolismo, a sífilis e outras doenças ameaçavam o cônjuge saudável ou a
descendência do casal”. [Ana Leonor Pereira, Darwin em Portugal: filosofia, história,
engenharia social : (1865-1914),
Livraria Almedina, Coimbra, 2001, p. 507].
Colaborou com Eloy do
Amaral numa peça de teatro intitulada Mau
Caminho que estreou em 8 de Julho de 1905, no Teatro Moderno, com direcção
de Araújo Pereira. Escreveu ainda A
Derrocada, que se destinava à mesma companhia. Além disso, era da sua
autoria o episódio irónico O Desconhecido
(1908). Em parceria com Bento Faria escreveu Mau Olhado (1915). Mais tarde escreveu, a par com Vitor Mendes, História de Sempre (1918), que estreou
em 11 de Maio desse ano. A peça O Triunfo,
levada à cena em 1908, na última temporada em que funcionou o Teatro Livre, foi
feita no Teatro D. Amélia, mas foi alvo de vários cortes da censura. Nesta
representação participaram António Pinheiro, Carlos de Oliveira e Maria Falcão
[Tiro e Sports, Lisboa, 20-06-1908,
Ano XIV, nº 386, p. 14]. A única peça que se conhece, escrita em exclusivo por
Alberto Carrasco Guerra, foi Amor,
peça onde o autor conseguiu apontar a intencionalidade social do teatro e que o
autor se propunha defender, com especial destaque para a temática das relações
entre a ciência e poder alertando para a responsabilidade do cientista perante
a humanidade.
Participou, como vogal, na comissão que organizou o Congresso Regional Algarvio de 1915.
Faleceu em Lisboa, em
1940.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
Dicionário
Cronológico de Autores Portugueses, coord. Eugénio Lisboa,
vol. III, Publicações Europa-América, s.d., p. 234.
Rebello, Luiz Francisco, 100 Anos de Teatro Português (1880-1980),
Brasília Editora, Porto, s.d., p. 82.
A.A.B.M.
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