Nasceu em Aljustrel a 20
de Junho de 1869. Formou-se em Engenharia de Minas no então Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, que depois se transformou no Instituto Superior Técnico. Convidado pela
empresa exploradora das Minas de S. Miguel de Huelva (Espanha) entre 1897 e
1912, onde chegou a atingir as funções de sub-director das mesmas. Regressa a
Portugal logo após a implantação da República. Começou depois a leccionar no
Instituto Superior Técnico onde foi responsável pelas disciplinas de Metalurgia
e Jazigos Mineiros a partir de 1912.
Desenvolveu também
actividade como empresário mineiro. Devido a essa condição foi dirigente da
Associação Industrial Portuguesa, presidindo aos destinos dessa associação
representante do patronato em dois mandatos entre 1915 e 1921. Fez parte da
sociedade constituída para tomar conta do jornal A Lucta, em 30 de Setembro de 1920.
Acompanhou inicialmente o
seu comprovinciano Manuel de Brito Camacho na União Republicana, chegando, em
1918 a fazer parte da direcção do partido. Mais tarde assinala-se a sua
passagem pelo Partido Liberal e Partido Nacionalista. Foi eleito deputado por
Silves (1919), tendo desencadeado e apoiado o processo de criação da Escola
Comercial e Industrial João de Deus, em Silves. Mais tarde foi novamente eleito
por Aljustrel (1921 e 1925).
Desempenhou as funções de
Ministro da Agricultura entre 3 de Setembro e 19 de Outubro de 1921, no governo
chefiado por António Granjo que terminou na Noite Sangrenta. Foi ainda depois
candidato às eleições municipais de Lisboa, em 1922.
Colaborou com alguma
regularidade no jornal republicano dirigido por Brito Camacho, A Lucta, depois encontramo-lo a
colaborar na revista da Associação Industrial Portuguesa, Industria
Portuguesa, com artigos mais técnicos [“O Rádio em Portugal”, nº22 e 23,
1930] . Desenvolveu também alguma actividade como publicista tendo proferido
várias conferências pelo País. Destaca-se a conferência proferida durante o I
Congresso Regional Algarvio, de 1915, intitulada As Escolas Industriais, que deu à estampa nesse ano. Realiza
também, em 9 de Fevereiro de 1928, nas instalações da Liga Naval, em Lisboa, feita
a convite da Associação Industrial Portuguesa, outra conferência que se
intitulava As Indústrias Extractivas em
Portugal. Nessa ocasião esteve presente o Presidente da República e do
Ministro do Comércio e das Comunicações.
Foi representante do
Governo Português à Conferência Internacional do Trabalho, realizada em
Londres.
Foi casado com Maria
Luísa Morais Lopes Aboim Inglês e pai de Carlos Lopes de Aboim Inglês
(1899-1942) que frequentou o Instituto Superior Técnico entre 1917 e 1923 e
veio a ser futuro dirigente do Partido Comunista Português. Desse casamento
resultou também o nascimento de uma filha: Maria
Benedita Lopes Aboim Inglês que foi casada com Ernesto Fernandes
Paneiro.
Faleceu a 18 de Outubro
de 1941, em Aljustrel.
[NOTA: Revisto e actualizado 3 de Setembro de 2015
A.A.B.M.
3 comentários:
Boa tarde,
Corrigir por favor: O dirigente do PCP, Carlos Aboim Inglez, foi neto (não filho!) de António Lobo Aboim Inglez.
Cps,
Pedro A. I. Cid
Não teve só um filho. Os filhos eram: Benedita, António, Armando, Maria Luíza, Maria Antónia, Francisco de Paula, Carlos.
Correção ao anterior. António Lobo de Aboim Inglez, meu bisavô, teve 8 filhos: Maria Benedita, Carlos, Armando, Maria Luíza, Francisco de Paula, António , Maria Antónia e Henrique
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