Jaime de Pádua Franco era natural de Portimão, onde nasceu em 9 de Maio de 1868, filho de Francisco Augusto de Pádua Franco e de Maria da Conceição Franco. Foi baptizado na igreja de Nossa Senhora da Conceição em dois de Julho desse ano, com o nome completo de Francisco Jaime Lindsay de Pádua Franco, embora tenha ficado conhecido com o nome de Jaime de Pádua Franco. O pai era aspirante da alfândega de Olhão, mas colocado na delegação de Portimão, era natural de Lagoa e a mãe era natural de Portimão.
Os avós paternos
chamavam-se Francisco António das Chagas Franco e Carolina de Pádua Franco. Os
avós maternos chamavam-se João André da Conceição Franco e Maria da Conceição
Lindsay Franco. Foram seus padrinhos de batismo António Maria de Pádua, viúvo, oficial
da alfândega de Olhão e madrinha D. Augusta Ballesteros de Pádua.
Começou por
integrar o pessoal do quadro das alfândegas e parte para as colónias, mais
concretamente para Moçambique, onde desempenhou papel de relevo que lhe
permitiu ser agraciado com a condecoração de comendador de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa em 1904. Sobre a sua actividade profissional como aspirante das alfândegas deve consultar-se o processo que existe AQUI. Exerceu actividade profissional até 1932, quando se aposentou de funcionário do serviço de alfândegas.
Foi uma das personalidades que acompanhou a cisão que se registou na Academia das Ciências de Lisboa e criou a efémera Academia das Ciências de Portugal, acompanhando a iniciativa dos irmãos Cabreira [Tomás e António], juntamente com Teófilo Braga, criada em 1907 e que se manteve em actividade até 1925, sendo fortemente influenciada pelos republicanos.
Participou como um dos
fundadores da Sociedade de Propaganda de Portugal, embora não tenha integrado a
direcção provisória da associação, impulsionador e inspector de diversas organizações
daquela instituição em Paris e noutras cidades europeias, que durante muitos
anos desempenharam as funções que passaram a competir às Casas de Portugal. Foi, por exemplo, um dos membros da comissão que recebeu a visita dos organizadores da Exposição Internacional de S. Francisco (1915) que esteve em trabalhos de divulgação e preparação em Novembro de 1912, comissão essa que era presidida pelo Eng. Manuel Roldan.
Pádua Franco era também um dotado na área da música tendo realizado alguns concertos acompanhando ao piano algumas personalidades amadoras em 1913.
Pádua Franco era também um dotado na área da música tendo realizado alguns concertos acompanhando ao piano algumas personalidades amadoras em 1913.
Foi organizador
das primeiras conferências de propaganda turística de Portugal em Paris,
Londres, Rennes, Bordéus e Ruão, dos primeiros concertos de música portuguesa
em Paris, Havre e Londres, e da representação do nosso país em feiras
internacionais, como a de Bordéus e Saarbrucken. Acompanhou Sebastião de Magalhães Lima entre Novembro e Dezembro de 1920, na sua viagem pela Bretanha. Em 1921, sendo director da
Sociedade de Propaganda de Portugal e seu representante em Paris, conseguiu,
depois de várias negociações, a criação da cadeira de Português na Universidade
de Rennes, que foi entregue a seu primo sr. Sezinando Raimundo das Chagas Franco, a partir de Fevereiro de 1921. Este processo envolveu no seu início uma conferência realizada na referida universidade pelo Conde de Penha Garcia, em que se abordou a questão da cultura portuguesa e nessa altura, o reitor da Universidade de Rennes, Prof. Gérard Varet e pelo prof. Georges Dottin, decano da Faculdade de Letras local, mostraram interesse na existência de um leitorado português na instituição. Acompanharam também esse processo e acabaram por ter alguma influência nele os maçons Sebastião de Magalhães Lima e o embaixador José Bernardino Gonçalves Teixeira, que era presidente do Rotary Clube Português, secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros e personalidade de destaque no movimento espírita em Portugal, entre os anos 20 e 30. Em 1923, graças aos
seus esforços, foi dada à língua portuguesa um estatuto semelhante ao do
inglês, do alemão e do espanhol, nos cursos secundários de França.
Sob a sua orientação, realizaram-se também vários filmes turísticos da região algarvia que serviram para propaganda do turismo na mesma. Muitas vezes era ele que escolhia os cenários a serem utilizados pelas câmaras, apostando nas paisagens de Monchique, Portimão e Sagres, mas também com referências a outros locais da região, em especial as praias que já eram motivo de atenção dos viajantes da época.
Sob a sua orientação, realizaram-se também vários filmes turísticos da região algarvia que serviram para propaganda do turismo na mesma. Muitas vezes era ele que escolhia os cenários a serem utilizados pelas câmaras, apostando nas paisagens de Monchique, Portimão e Sagres, mas também com referências a outros locais da região, em especial as praias que já eram motivo de atenção dos viajantes da época.
Chama-se a atenção para uma entrevista que Pádua Franco cedeu ao jornal quinzenário de Portimão, Algarbh, dirigido por Armando de Miranda em 1922, onde refere ao seu papel como director da Sociedade de Propaganda de Portugal (nº 4).
Representou Portugal
em vários congressos dos «Tourings» (Aliança Internacional de Turismo).
Colaborou em muitas publicações de turismo e em diversos jornais, sendo correspondente do Diário de Lisboa, na Praia da Rocha, de 1932 em diante, quando se fixou novamente no Algarve, após a aposentação. Colaborou ainda com o semanário O Povo do Algarve, de Tavira (2ª série, 1915-1917), dirigido por Isidoro Manuel Pires. Na Revista de Turismo, também se encontram vários artigos da sua autoria. Com o encerramento do Bureau de Propaganda de Portugal em Paris e com a criação das Casas de Portugal, em 1932, regressa a Portugal e desempenha as funções de diretor-honorário da Sociedade de Propaganda de Portugal.
Pertenceu também como sócio à Sociedade de Geografia de Portugal desde 1894.
Pertenceu também como sócio à Sociedade de Geografia de Portugal desde 1894.
O velório de
Jaime de Pádua Franco teve lugar na Igreja da Praia da Rocha, seguindo depois
para a Igreja matriz de Portimão, onde foi rezada missa de corpo presente. A
urna foi coberta com a bandeira da Sociedade de Propaganda de Portugal e o
corpo vestido com a casaca e com as condecorações de Isabel, a Católica,
Senhora da Conceição de Vila Viçosa e colar da Sociedade de Geografia.
Faleceu com 69
anos, em 20 de Abril de 1938.
A urna ficou
depositada no cemitério de Portimão, no jazigo do visconde de Bívar[1].
[1]
“Necrologia - Jaime de Pádua Franco”, O
Algarve, Faro, 24-04-1938, Ano 31, nº 1569, p. 3, col. 3 a 5.
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