segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

SILÊNCIO E VIRTUDE. UMA HISTÓRIA DA MAÇONARIA FEMININA EM PORTUGAL (1814-1996)



LIVRO: Silêncio e Virtude. Uma História da Maçonaria Feminina em Portugal (1814-1996);
AUTOR: António Ventura;
EDIÇÃO: Temas e Debates, 2016, p. 382.

“ … Em 1979, Fernando Marques da Costa publicava o livro A Maçonaria Feminina em Portugal, importante pelo seu pioneirismo, pelas reflexões expressas e pela documentação inédita que deu a conhecer. Em 2013, Maria Manuela Cruzeiro, primeira Grã-Mestre da Grande Loja Feminina de Portugal, dava à estampa a obra Para a História da Maçonaria Feminina em Portugal, mais centrada no processo que levou à formação daquela Obediência no nosso país. Entre um estudo e outro surgiram diversas análises sobre o feminismo, o sufragismo, as organizações animadas por mulheres e sua relação com o republicanismo. A Maçonaria emerge, aqui e ali, de forma breve e parcial. Por isso se justifica uma investigação mais minuciosa que deu origem ao presente livro. Nele estudamos a presença das mulheres na Maçonaria do século XVIII em Portugal, as referências durante o liberalismo, as obras publicadas sobre a Maçonaria de Adoção nessa época, as primeiras Lojas no século XIX.

Depois, as Lojas de Adoção fundadas em 1904, mais consistentes e duradouras, a questão dos ritos, a polémica acesa no interior do Grande Oriente Lusitano Unido quanto à sua legitimidade. Não esquecemos os debates travados em vários momentos, entre os adversários da presença das mulheres na Maçonaria, os partidários da sua participação, mas apenas no Rito de Adoção, e os promotores da plena igualdade entre homens e mulheres no seio da Ordem, os defensores de Lojas exclusivamente masculinas, de Lojas femininas e de Lojas mistas. A partir de 1922, a situação alterou-se devido à adesão do Grande Oriente Lusitano Unido à Associação Maçónica Internacional, que impunha a exclusão das mulheres, traduzida no abandono pelos membros femininos - e alguns masculinos – daquela Obediência, e à introdução em Portugal da Ordem Maçónica Mista 'Le Droit Humain'. Ficam de fora outros temas colaterais como a relação com as organizações teosóficas e espíritas.

Naturalmente este estudo não está completo, até porque as fontes são escassas. Mas constitui, estamos certos, um contributo para o melhor conhecimento do papel e da ação das mulheres na Maçonaria Portuguesa”

[António Ventura, in Introdução, p. 7-8]
 
J.M.M.

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