DISCURSO PROFERIDO NA EVOCAÇÃO DA REVOÇUÇÃO LIBERAL
E HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES THOMAZ NO DIA 24 DE AGOSTO DE 2017, NA FIGUEIRA
DA FOZ, pelo Grande Secretario Geral do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria
Portuguesa
“Em
nome do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano quero expressar a todos os
presentes a satisfação de estarmos aqui para lembrarmos o nome de Manuel
Fernandes Tomás ilustre cidadão a quem nós, hoje, neste dia e em todos os dias do ano muito
devemos: o direito de sermos cidadãos com direitos e deveres perante o todo
social. O direito do primado da lei, da separação de poderes, de uma
Constituição ter plasmado um conjunto de normas que constituem a garantia de um
Estado de direito.
Não
queremos deixar de destacar a importância deste momento e que vai muito além de
comemorarmos uma data. Ao estarmos aqui reunidos lembrando um filho desta
terra, ao destacarmos a figura do cidadão Fernandes Tomás, estamos a dar
referências de valores e de cidadania às gerações atuais. Saudamos, por isso, a
Câmara Municipal da Figueira da Foz, a Associação 24 de Agosto e a Associação
Manuel Fernandes Tomás por este ato. Saudamos todos os maçons de todas as
Obediências, homens e mulheres, e saudamos também, e naturalmente de uma forma
muito especial, a Loja Fernandes Tomás do Grande Oriente Lusitano, ao ter como
patrono este nome ímpar da história portuguesa e ao encontrar nele um exemplo
para o seu trabalho de todos os dias.
Existem
maçons hoje na Figueira da Foz? Sim, existem e têm orgulho nisso. Tal como no
passado existiram associações de apoio aos mais desfavorecidos, aqui a
Maçonaria criou escolas e exerceu uma profunda influência cultural e cívica
através de associações e jornais. Na história da cidade existe o registo da
atividade de diversas Lojas que honraram a memória de inúmeros cidadãos
naturais da cidade, ou que a ela estiveram ligados pela sua atividade
profissional ou política. Nomes como António Augusto Esteves, escritor e
bibliófilo, Maurício Águas Pinto, fundador dos Rotários figueirenses, Joaquim
de Carvalho, ilustre professor universitário, Joaquim António Feteira,
comerciante, Goltz de Carvalho, professor e naturalista, António dos Santos
Rocha, advogado, arqueólogo e cujo nome se perpetua no Museu da cidade, do
poeta João de Barros, ou de Gentil da Silva Ribeiro, simultaneamente operário,
dirigente republicano e impulsionador do associativismo e da imprensa local têm
além da sua condição de figueirenses a qualidade de terem sido maçons do Grande
Oriente Lusitano.
Qual
a relação de tudo isto com Manuel Fernandes Tomás? O Grande Oriente Lusitano –
Maçonaria Portuguesa sente particular orgulho em ter contado de entre os seus
membros um Homem com a grandeza de Manuel Fernandes Tomás tal como sente
orgulho nos maçons que hoje, como nos trabalharam na Figueira da Foz.
Ao
evocarmos Fernandes Tomás e celebrarmos o dia 24 de agosto estamos a recuar à
Revolução Liberal de 1820. Estamos a relembrar o homem que encarnou a alma
dessa revolução, cuja matriz era a elaboração de uma Constituição, expressão de
uma cidadania composta pela participação de todos da vida da sociedade, moldada
em direitos e deveres para com o todo social. Estamos também a manter vivas as
ideias do Bem Comum e do bom governo que fizeram história a partir do século
XVIII, com as teorias de Locke, Hobbes, Montesquieu ou Rousseau. Aliás, é este
quem afirma que a Lei depois de aprovada pelo
soberano, sendo este o povo reunido em assembleia, se converte em vontade
geral, que será posteriormente executada pelo governo, grupo de homens
particulares a quem cabe a aplicação concreta das leis, e que naturalmente
nunca vai contra o Bem Comum”.
[Grande Secretario Geral do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa , 24 de Agosto de 2017] | sublinhados nossos
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