sexta-feira, 12 de outubro de 2018

JOÃO LÚCIO - CENTENÁRIO DO FALECIMENTO


Assinala-se, a partir de sexta-feira, 12 de Outubro, em Olhão, um conjunto de iniciativas promovidas até final deste mês, com destaque para uma exposição no Arquivo Municipal António Rosa Mendes que recorda os laços familiares do poeta pelo Alentejo e ao Algarve.

No dia seguinte, dia 13 de Outubro, realiza-se um recital no Chalé João Lúcio, onde se recordará a obra poética deste poeta olhanense, contando para o efeito com a presença dos músicos Eduardo Ramos e Jorge Soares.

A 15 de Outubro inaugura-se na Biblioteca Municipal José Mariano Gago a exposição bibliográfica "A Obra de João Lúcio" onde se apresentam algumas das suas obras poéticas, bem como publicações e estudos sobre a obra deste ilustre poeta algarvio. Neste evento, a ter início às 18 horas, conta-se com a presença dos escritores Paulo Moreira e Fernando Cabrita.

No dia 18 de Outubro, no Museu Municipal - Edifício do Compromisso Marítimo de Olhão, inaugura-se uma mostra que estará patente até Setembro de 2019, subordinada ao título "Ele, João Lúcio".

No âmbito do IV Encontro Internacional de Poesia a Sul, a realizar nas instalações da Associação Cultural Re-Creativa República 14, haverá, no próximo dia 21 de Outubro, uma sessão de leitura de poemas de João Lúcio Pousão Pereira, a partir das 15h 45min.

A Galeria Sul, Sol e Sal, no dia 27 de Outubro, acolhe a apresentação da obra de Vasco Prudêncio intitulada O Criador de Fantasmas, onde será publicado um estudo inédito sobre o poeta, advogado e político de Olhão.

Ainda neste dia 27 de Outubro, na Associação Cultural Re-Criativa República 14 haverá um colóquio de homenagem a João Lúcio Pousão Pereira.


Breve nota biográfica sobre João Lúcio:

João Lúcio Pousão Pereira (Olhão, 4 de Julho de 1880 - 26 de Outubro de 1918) é considerado o expoente maior da poesia olhanense.
Era filho de João Lúcio Pereira, dono da quinta de Marim e o mais abastado proprietário da época na então vila de Olhão e de Maria Helena de Araújo Pousão.

Começou com apenas 12 anos a publicar os seus primeiros versos. Acabados os estudos em Faro, foi para Coimbra estudar Direito [1897-1902], onde conheceu figuras como Teixeira de Pascoaes, Augusto de Castro, Alfredo Pimenta, Afonso Lopes Vieira, Fausto Guedes Teixeira e Augusto Gil.
Em 1901, publicou o seu primeiro livro, Descendo, aclamado com louvor pela crítica da época.
Regressado a Olhão em 1902, João Lúcio tornou-se um advogado famoso e é, ainda hoje, considerado um dos mais distinguidos advogados algarvios de sempre.
Em 1905, publicou O meu Algarve, obra que acabou por imortalizá-lo como um dos maiores vultos da poesia algarvia.

Dirigiu também entre 1903 e 1905 o semanário O Sul, juntamente com o também advogado e político olhanense Carlos Fuzeta. Tendo sido precisamente neste período que ambos aderiram ao Partido Regenerador Liberal, por influência do médico Virgílio Inglês, que chegou a ser deputado e governador civil do Algarve.

O seu prestígio como advogado e como poeta fizeram dele um influente político em Olhão, foi eleito deputado pelo Partido Regenerador Liberal, liderado por João Franco, nas eleições de 19 de Agosto de 1906 e, depois em 28 de Agosto de 1910, mas acabou por não prestar juramento porque entretanto eclodiu a revolução republicana em 5 de Outubro de 1910.

No Parlamento, aquando da sua eleição em 1906, foi integrar as comissões de agricultura, instrução pública superior e pescarias.
Inspirado pelas suas viagens, João Lúcio projetou um chalé, um dos raríssimos exemplos de arquitetura simbolista em Portugal, nos Pinheiros de Marim.

Durante o sidonismo, em plena I República, foi eleito deputado pelo círculo de Faro nas eleições de 1918, integrando então a minoria monárquica na Câmara dos Deputados.
Faleceu a 26 de outubro de 1918, aos 38 anos, vítima de gripe pneumónica.

A 5 de Junho de 1925 foi inaugurado um monumento em Olhão com o busto do ilustre advogado, da autoria de Francisco dos Santos, além disso o seu nome entrou na toponímia local constando numa das ruas.
Postumamente, em 1921, foi publicado o livro de poemas Espalhando phantasmas.

Um conjunto de iniciativas que se saúda e que divulgamos junto de todos os interessados tanto na personalidade como na obra poética que publicou.

[Os apontamentos a azul constam na nota de divulgação do evento, acrescentou-se alguns apontamentos biográficos a preto. Conforme se pode consultar AQUI.].

A.A.B.M.

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