domingo, 25 de agosto de 2019

FIGUEIRA DA FOZ - [ASSOCIAÇÃO CÍVICA E CULTURAL 24 DE AGOSTO] NA EVOCAÇÃO DA REVOLUÇÃO LIBERAL E HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES TOMÁS


DISCURSO PROFERIDO NA EVOCAÇÃO DA REVOLUÇÃO LIBERAL E HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES TOMÁS NO DIA 24 DE AGOSTO DE 2019, na Figueira da Foz, pela Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto

Caros Cidadãos

Mais uma vez aqui reunidos na Praça 8 de Maio perante o imponente Monumento em pedra e bronze da autoria de Fernandes de Sá, inaugurado a 24 de agosto de 1911 e sob o qual repousam os restos mortais de Manuel Fernandes Tomás, reafirmamos com a nossa presença não apenas a celebração de um mero ritual espúrio em que todos os anos se assinala uma qualquer data, mas a celebração de uma vida plena de verdadeiro empenho cívico, de uma vida dedicada à defesa da Liberdade nas suas diversas acepções, como um direito inalienável e intrínseco a cada Homem e a cada Mulher, de uma vida eivada de um profundo e sincero amor a Portugal. 

Em nome da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto cumpre-nos assim a honra e o solene dever de evocar o luminoso dia de 24 de Agosto de 1820, aurora exaltante de regeneração nacional e de emancipação da Pátria, e prestar saudoso preito e homenagem ao Cidadão e Varão Ilustre Manuel Fernandes Tomás, nosso inolvidável patrício, o sangue e a alma da Revolução de 1820. 

Nesta luminosa data, a um ano da solene Comemoração do Bicentenário da Revolução Liberal de 1820, seja permitido destacar duas breves notas:

1. A primeira nota é para reafirmar que a Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto continuará, com o zelo dos seus membros e seguindo o notável e entusiástico trabalho iniciado pela Família de Manuel Fernandes Tomás (ao Dr. Henrique Fernandes Tomás Veiga, o nosso fraternal afecto e abraço), a estar presente em todas as iniciativas que visem perpetuar o espírito e a memória do Patriarca da Revolução.

Deste modo, pretende, com manifesto orgulho, colaborar e abrilhantar a competente celebração do Bicentenário da Revolução de 1820 que a Câmara Municipal empenhadamente propõe solenizar.

2. Uma segunda nota diz particular respeito à (re)construção da memória histórica ligada à obra e vida do Regenerador da Pátria, Manuel Fernandes Tomás.

A dívida de gratidão a quem auspiciosamente semeou e nos franqueou a palavra “Liberdade”, exige, de todos nós, a digna celebração dessa data e da vida de Manuel Fernandes Tomás, o “magistrado aplaudido pelo saber” nas palavras de Rebelo da Silva.

A um ano, precisamente, do Bicentenário da Revolução Liberal de 1820, a Câmara Municipal da Figueira da Foz terá a honrosa responsabilidade de juntamente com a Cidade do Porto organizar a condigna celebração deste efeméride na qual resplandece ainda hoje e cada vez mais o nome de Manuel Fernandes Tomás como o incontornável Patriarca da Liberdade, cuja Luminosa Vida e Legado Cívico hoje aqui recordamos.

Na presença do Senhor Presidente da Câmara reitera a Associação Cívica e Cultura 24 de Agosto o nosso empenho, bem como o de todos os seus Fraternos Associados, em colaborar em tal necessário esforço e desiderato.

Assim, salientamos em particular a importância da Memória na história de uma Cidade e na história de um Povo.
 
Não apenas da memória do mais Ilustre Figueirense mas a importância da memória de uma figura histórica nacional de incontornável relevância.

Mas com a nossa presença, hoje celebramos também e sobretudo aqueles que não se resignaram perante a brutal invasão do nosso país por forças estrangeiras; aqueles que não se resignaram à opressão e ao cruel jugo do Absolutismo personificado pelo perverso e obscuro D. Miguel; aqueles que não se resignaram a aceitar que era um fado do nosso povo um Portugal permanentemente atrasado perante a Europa e o Mundo, sem instrução pública e com um sistema político e social velho de séculos; aqueles que não se resignaram a aceitar que Portugal tinha de viver na forma habitual, sem liberdade de pensamento, de imprensa e com censura prévia; aqueles que não se resignaram a que as Mulheres fossem apenas donas de casa ou criadas de servir.
 
 
 
Lembrar Manuel Fernandes Tomás é homenagear aqueles que no Cerco do Porto em 1832, na Rotunda em Outubro de 1910, na resistência democrática à longa noite da Ditadura, no Forte de Peniche, no Campo do Tarrafal, e no Largo do Carmo em Abril de 1974 permitiram novos amanhãs de esperança para Portugal e para o nosso Povo. Todos esses Portugueses têm um nome na História de Portugal e todos se chamam também Manuel Fernandes Tomás.

Tal como eles também nós não nos resignamos hoje a acreditar que o longo caminho de construção de uma sociedade mais justa, fraterna e democrática está de todo concluído.

Pelo contrário, passos empenhados e firmes no árduo percurso de intervenção cívica em defesa dos nossos Valores e Causas são ainda nos tempos de hoje – e cada vez mais – necessários. 

Foi esse espírito de intervenção cívica empenhada, desinteressada, sem compromisso e corajosa um genuíno e valioso legado que Manuel Fernandes Tomás colocou nas nossas mãos para ser cumprido e perpetuado.

E assim terá de ser e assim será.

Um bem alto Viva à Memória de Manuel Fernandes Tomás!

Um bem alto Viva à Memória do 24 de Agosto de 1820!

Um bem alto Viva à Figueira da Foz e à Liberdade!

 
Um bem-haja a todos. Disse.

[Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto] - sublinhados nossos

J.M.M.

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