quarta-feira, 22 de julho de 2020

O OCCULTO INSTRUIDO (1756-1757)


O Occulto Instruido, Que para Licito Divertimento, e Honesta Recreaçaõ se Ha de Publicar Dividido em Differentes Partes. Ano I, nº1 (1756) ao Ano II, nº 18 (1757), Officina de Domingos Rodrigues, Lisboa, 1756-1757, XVIII numrs.

Trata-se de um curioso jornal de Lisboa – publicado anonimamente - que integra o chamado periodismo enciclopedista e instrutivo da época [vide José Tengarrinha, Nova História da Imprensa Portuguesa, p. 93], isto é, pertencente à imprensa que divulga os princípios iluministas (interessante será a citação pelo redactor do título da perigosa obra do padre Teodoro de Almeida, Recreação Filosofia, além de Diderot e d’Alembert), portanto apresenta um conjunto alargado de conhecimentos úteis, que vão da história, à geografia e às ciências. Este Occulto Instruido publica uma curiosa série cronológica dos Papas, Antipapas, cismas da Igreja, Hereges, Imperadores Romanos, algumas notícias de países europeus, mas, contrariando o propósito por si avançado no número inaugural, pouco ou nada opina ou divulga sobre Portugal, não se envolvendo, deste modo, em disputas ou polémicas. Como será evidente, teve por isso mesmo pouca ou quase nenhuma aceitação pelo público.
 
Vendia-se este periódico, como se pode ler na última página do seu número 4, na loja de Bento Soares (no Adro de São Domingos), na loja de Agostinho Xavier (a São Lazaro), na de António Paulino (ao Campo do Curral, defronte do Senado), na loja de Manuel Carvalho (ao largo do Rato), na loja de Manuel Conceição (à Esperança), na loja de Francisco Gonçalves Marques (ao Terreiro do Paço), nas lojas onde se vendem as Gazetas e na casa de Francisco da Silva (ao Alegrete).

J.M.M.

Sem comentários: