DIA: 19 de Novembro de 2022 (16,30
horas);
LOCAL: Sociedade Martins Sarmento (R.
Paio Galvão 2, Guimarães);
ORGANIZAÇÃO: Sociedade Martins Sarmento
CONFERÊNCIA: Foi a Independência do Brasil uma consequência da revolução de 1820?
ORADOR: José Manuel Lopes Cordeiro.
… E APRESENTAÇÃO do Retrato do Conselheiro João Baptista Felgueiras
Trata-se de uma Conferência sobre
a questão da Independência do Brasil (1822), pelo prof. José
Manuel Lopes Cordeiro, integrada na comemoração do 141.º
Aniversário da distinta e ilustre Sociedade Martins
Sarmento, instituição
cultural fundada em 1881 por um grupo de vimaranenses em homenagem a Francisco
de Morais Sarmento. A conhecida instituição manifestou desde o início uma enorme
preocupação pelo desenvolvimento da cultura e instrução na cidade de Guimarães,
tendo ao longo dos anos desenvolvido interessantes e persistentes trabalhos no
âmbito da Arqueologia, História e Etnologia, publicando a Revista de Guimarães (1884), periódico científico e
cultural de referência nacional. Tem e disponibiliza a Sociedade
Martins Sarmento uma valiosa biblioteca e uma estimada hemeroteca, com peças desde o primeiro
quartel do século XIX e raros periódicos digitalizados, ao dispor dos
interessados.
► João Baptista Felgueiras (1787-1848), natural de
Guimarães e oriundo de uma das “mais distintas” famílias do Minho, formado em
Direito (1809) em Coimbra, juiz de fora em Viana, deputado às Constituintes e
secretário das Cortes, fixa residência em Guimarães com a reação absolutismo em
1823; saúda, depois, a Carta Constitucional mas pela contra-revolução de 1828 vê-se
obrigado a esconder-se em casa da família Gomes de Castro; acompanha o
desembarque de D. Pedro no Porto e o triunfo liberal, mantendo sempre forte
amizade com José da Silva Carvalho e Agostinho José Freire (AJF); nomeado procurador-geral
da Coroa, demitindo-se com a revolução de Setembro (1836); involuntariamente
esteve ligado ao triste acontecimento da morte de Agostinho José Freire, porque
foi em casa de Felgueiras, onde jantava, que AJF soube do início da Belenzada e saindo
de rompante para Belém, no caminho de Alcântara foi assassinado; na verdade, o
desgosto de Felgueiras foi enorme, tendo escrito, a única obra sua conhecida, Necrologia de Agostinho José Freire (1837) e, parece, republicou
essa obra sem nome do autor (sem venda pública), com o título, “Resumo histórico da vida e trágico fim do
conselheiro de estado Agostinho …”; depois foi eleito deputado por
Viana e é nomeado, sem saber, ministro da justiça (1842), não aceitando a benesse
de Costa Cabral, que, aliás, “nunca lhe perdoou”. Regressa a casa e no dia 13
de Março de 1848 morre subitamente, tendo sido enterrado no Alto de S. João.
Foi João Baptista Felgueiras um liberal de espirito muito aberto e livre.
Pertenceu à poderosa Sociedade Literária Patriótica de Lisboa (1822), conforme
consta da sua Lista de Sócios.
J.M.M.
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