"Coexiste comigo muita gente que vive comigo apenas porque dura comigo" [F. Pessoa]
O Almanaque Republicano é um álbum onde se vai perfilar uma geração sonhadora, generosa e messiânica, que é afinal o nosso costumado fadário, o nosso "eterno retorno". Da República de 1891 e da outra de 1910 há uma imensa viagem de encantos e desencantos, de "coisa esquecidas e mortas", um itinerário de bondade, pessimismo, ironia e sarcasmo. Há nele todo um movimento que "carecia de alma", como diria Pascoes. Essa Alma Republicana, seja ela qual for, será sempre essa jornada emotiva e social, espiritual e libertária, de encantos e desencantos vários, crença ou saudade do Encoberto, reformadora e socialista, liberal e popular, que da decadência à regeneração marcam para sempre o "espírito lusitano". A "Nova Era" redentora, quer fosse construída no cantar antiquíssimo da Renascença Portuguesa ou ressurgida pela demanda da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, ou intencional na exaltação da luta pela emancipação das classes trabalhadoras e em redor do movimento operário e sindical, não deixa de ser, sem dúvida alguma, um dos momentos mais interessantes da história da sociedade portuguesa contemporânea. Afinal, "Ubi libertas, Ibi Patria".
Sitio de passagem e de euforias públicas, jornada de mil caminhos que o tempo percorreu, o Almanaque Republicano é um panfleto aberto e frontal da Alma Republicana. E será, doravante, o nosso "companheiro de trabalho".
Que assim seja!
Artur B. Mendonça
José M. Martins
5 comentários:
Felicitações pelo projecto e pelo magnífico texto de apresentação. Vida longa é o que vos desejo, com a certeza de que o Almanaque será fraterno e tolerante
LuisBigotteChorão
Parabéns pela iniciativa e votos de sucesso.
Estou certo que neste local haverá uma carbonária tolerância, não estivessem as cores dos terroristas estampadas na bandeira que a senhora ostenta.
Agradecemos as V. missivas e o V. encanto fidalgo. Esperamos saber merece-los.
Ao caro Paiva Couceiro, saiba que o nosso coração é (como diria Safo) o de ?uma criança?, não remoemos rancores. Estamos em venerável trabalho de saudade e prazeres profanos. A nossa tolerância é infinita.
Ao caro amigo Leonel, a nossa memória é também a dele. Gratos estamos.
Ao nosso caro doutor LBC, agradecemos a generosidade das suas palavras, esperando que seja clemente e misericordioso com as postagens.
A todos, o nosso abrigado
JMM
Mas que belo blog jacobino.
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