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J. F. Trindade Coelho
"Nasci num atoleiro e hei-de morrer nele! Portugal é um país perdido, miseravelmente abandonado pelos seus filhos, à espera talvez de morrer (...)
Desde que regressei ainda não acendi a luz do meu gabinete, e procuro matar o tempo a ler algum romance todo ou … a dormir. Isto há-de passar, pouco a pouco. Já estive muito pior, e revivi. Mas estou muito doente, e apoderou-se de mim uma descrença absoluta! Nem no trabalho confio já. E não podendo, por temperamento, converter-me num pulha, tendo de aceitar que sou um condenado, à mercê dos maus … Isto é deles, dos maus! Não vale a pena trabalhar por ideais irrealizáveis! Só uma causa estranha poderá inaugurar uma era de redenção – mas nem esse fenómeno surgirá"
[Trindade Coelho, in Autobiografia e Cartas, 1910]
J.M.M.
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