terça-feira, 30 de outubro de 2007

BERNARDO DE PASSOS (Parte I)



Nasceu em S. Brás de Alportel a 29 de Outubro de 1876. Era filho de Bernardo Rodrigues de Passos (também ele republicano e anticlerical, tendo o seu funeral sido realizado de forma civil e envolto em polémica) e de Maria Joaquina Dias de Passos. Seu pai era figura importante entre os artistas algarvios e desenvolvendo também alguma actividade poética, colaborando em diversos jornais da época.

Desde muito jovem começou a colaborar em jornais locais muitas vezes utilizando pseudónimos como Bráz Brazil ou Passos Junior. Era um dos colaboradores regulares de O Povo Algarvio [semanário republicano de Loulé] e desde jovem se afirmou em defesa do Partido Republicano. Colaborou ainda na Província do Algarve, de Tavira; no Correio do Sul, de Faro, entre outros.

Destinado à vida comercial exerceu ainda funções de caixeiro no estabelecimento de João Manuel Rodrigues de Passos e de José Dias Sancho [importantes casas comerciais no Algarve]. Dedicou-se ainda à farmácia, chegando mesmo a ir a Lisboa para a farmácia de António Augusto da Silva Pratas, na rua de S. Bento, para aprender a profissão.

Regressa a S. Brás como ajudante de escrivão do Juízo de Paz e como solicitador, cargos que exerceu até ao amanhecer do regime republicano. Depois da implantação do novo regime foi Administrador do Concelho de Faro e Comissário de Polícia no Algarve. Anos depois é nomeado Chefe da Secretaria da Câmara Municipal de Faro, cargo que desempenhou até ao fim dos seus dias.

Escreveu algumas obras de poesia que estava muito impregnada da ideologia política que defendia. Publicou um panfleto anticlerical A Reacção no Algarve, em 1909. É considerado um dos principais dinamizadores do republicanismo na região algarvia, em particular na sua freguesia, S. Brás de Alportel que foi elevada à categoria de concelho após a implantação da República.

Entre as suas obras destacam-se: Adeus (1902), Grão de Trigo (1908), Portugal na Cruz (1909), Árvore e Ninho, Bandeira da República (1913) e Aldeia em Festa entre outras obras.

Morreu em Faro a 2 de Junho de 1930.

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