segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA DE 2007 - 10 LIVROS
1. História da PIDE - Irene Flunser Pimentel (Círculo de Leitores / Temas & Debates)
2. Operárias e Burguesas. As Mulheres no Tempo da República – Maria Alice Samara (A Esfera dos Livros)
3. A Maçonaria no Distrito de Portalegre – António Ventura (Editora Caleidoscópio)
4. Vítimas e Violências na Lisboa da I República - Maria Rita Lino Garnel (Imprensa da Universidade de Coimbra)
5. Ir Prò Maneta – Vasco Pulido Valente (Alêtheia)
6. Vítimas de Salazar. Estado Novo e Violência Política - João Madeira (coord.), Luís Farinha, Irene Flunser Pimentel, (A Esfera dos Livros)
7. Progresso e Religião: A República no Brasil e em Portugal 1889/1910 – Coord. Amadeu Carvalho Homem, Armando Malheiro da Silva e Artur César Isaía (Imprensa da Universidade de Coimbra)
8. D. Carlos. Lisboa, 1908 - Marina Tavares Dias (Quimera)
9. Suicídios Famosos em Portugal – José Brandão (Europress Editores)
10. A Revolução Portuguesa 1907-1910 (ed. facsimilada.) – Machado dos Santos (Arquimedes Livros)
A.A.B.M.
J.M.M.
ANO DE 2007: OS MELHORES LIVROS
O Almanaque Republicano tem percorrido, em renovação espiritual, assuntos, factos e figuras, aditando, de passagem, notas biobibliográficas & recenseando obras admiráveis de homens e mulheres que fazem parte da História da Alma Republicana, e que pertencem (ou deviam pertencer) à memória de todos nós.
Tal inventariação assim desenhada, afastada a condição tarefeira do crítico/historiador (que não somos) ou o pretexto de devaneio de uma qualquer erudição (que não possuímos), não é (pitorescamente) um simples capricho de coleccionistas (sem dormir nocturno). Mas significa, pelo arquivo de fontes e pelo repertório apresentado a todos vós (e nós), a expressão do sentimento & gozo de (re)valorizar uma época das "mais interessantes da história da sociedade portuguesa contemporânea". Curiosamente, pelas várias crises (espirituais, culturais, económicas e políticas) então sustentadadas e nunca dirimidas, as conflitualidades de antanho parecem estar de novo a renascer no Portugal de 2007, tal a profusão de indícios a esse respeito. A "canibalização" (para utilizar uma feliz expressão de Miguel Real, in "A Morte de Portugal") política e a "humilhação" a que assistimos sugerem que não se tem em conta as figurações que os reiterados eventos da história nos legou. O que é espantoso!
Talvez porque a leitura do processo de "decadência" do país (lido à maneira do vate Pessoa) terá de ser sempre um eterno retorno ao seu "princípio deslumbrado", uma "marinharia" que afaste do exílio & da solidão os nossos melhores espíritos, o ano que passa viu dar à estampa uma profusão de compilações e publicações sobre a I República e o Estado Novo, como urgência de assimilar uma das várias quimeras do nosso descontentamento. O trabalho e o saber pioneiro de alguns historiadores, a leitura atenta de muitos biógrafos, a investigação histórica credenciada, a obra e a narrativa académica de outros mais, deram lugar, de uma maneira ou outra, a um enriquecimento sobre o período republicano e do Estado Novo, a que estamos todos gratos.
A nossa escolha, necessariamente subjectiva, assume como característica primeira, para além de suscitar o equilíbrio entre a descrição e a erudição que qualquer trabalho nos merece, o de poder ser um guia bibliográfico estimulante, bem como revelar uma inventariação séria e documentada de factos e biografias políticas, por ora quase indispensáveis. Foi difícil a tarefa, mas que nos mereceu a maior estima.
Vale!
J.M.M.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
BOAS FESTAS
Boas Festas e Feliz Natal
[Natal: por Fernando Pessoa, in Contemporânea,nº6, Dezembro de 1922]
J.M.M.
sábado, 22 de dezembro de 2007
EFEMÉRIDES DE DEZEMBRO (Parte II)
Dia 12
1907 - Reuniu-se o Centro Republicano Democrático de Alcobaça para a eleição dos corpos gerentes para 1908.Foram eleitosos seguintes cidadãos:
Assembleia Geral: Dr. José Eduardo Raposo de Magalhães, Eurico Araújo e Aniceto Rosa.
Direcção: José Ferreira da Silva, Sebastião Vazão, Manuel Serrano de Figueiredo, Joaquim Ferreira da Silva, José de Sousa Vitorino.
Conselho Fiscal: Dr. António de Sousa Neves, Manuel Pereira dos Santos e João António Vasco.
Presidiu à sessão o Dr. Raposo de Magalhães, secretariado pelo sr. Eurico de Araújo e Joaquim F. da Silva.
Dia 14
1907 - O escultor Simões de Almeida foi o responsável por leccionar português, francês e escrituração comercial no Centro Escolar Republicano Anselmo Xavier em Alcanena.
1907 - Realizou-se no Centro Republicano Dr. José Falcão, na Figueira da Foz, a eleição da Comissão Paroquial desta freguesia. O acto foi presidido pelo Dr. Cerqueira da Rocha, presidente da comissão municipal, secretariado pelo sr. Joaquim da Silva e João Rodrigues Estrela. O presidente do Centro, José da Silva Fonseca, usou da palavra para saudar os cidadãos republicanos figueirenses. Foram eleitos os seguintes cidadãos: Efectivos - José da Silva Fonseca; António Marques de Carvalho Cottim; e, Patrício dos Reis Gomes. Substitutos: José Miguel Pinto da Silva; Albino Carvalho Saraiva; e, Miguel Inácio dos Santos.
Dia 16
1907 - Foi eleita a Comissão Paroquial Republicana de Cachoeiras, concelho de Vila Franca de Xira. Discursaram na sessão os correligionários Cardoso Gonçalves, Carlos José Gonçalves e Dias da Silva que presidiu à eleição. Foram eleitos como efectivos: Joaquim António Germano, presidente; António Caldeira, secretário; Ventura Caldeira, tesoureiro. Substitutos: António Germano Levesinho, José Lopes Coquenim; Francisco Miguel Grilo.
1907 - Inauguração de um curso de instrução e educação da mulher no Centro Republicano Dr. António José de Almeida. A responsável do curso era a sra. Maria Velleda. Discursaram nessa ocasião o sr. Fernão Botto Machado e Maria Velleda.
Dia 19
1907 - Foram eleitos os corpos gerentes do Centro Escolar Democrático do Socorro, para 1908. Assembleia Geral: Daniel Gonçalves de Almeida, presidente; Júlio Ernesto da Silva e António Baptista Moreno, secretários; José Maria Gonçalves, vice-presidente; Carlos Dias Costa e José Dias Costa, vice-secretários.
Direcção: Júlio Ernesto Rodrigues, presidente; António José Alves, vice-presidente; Joaquim José Valente e Alberto Carlos Fulgêncio, secretários; Luís Lopes Dias, tesoureiro; Alfredo Chagas e Carlos João Neves, vogais.
Conselho Fiscal: João Garrido Pires; José Telles; e, António Soares de Figueiredo.
Comissão de Beneficência: Daniel Gonçalves de Almeida; Júlio Ernesto Rodrigues; João Garrido Pires; e, Luís Maria Lopes Dias.
Dia 21
1907 - Eleição da Comissão Municipal Republicana de Sintra. Efectivos: Francisco Rodrigues Ferreira, proprietário e comerciante em S.Pedro; Francisco Martins, Gregório Casimiro Ribeiro e Jayme Theophilo dos Santos, comerciantes, da Vila Estefânia; e, Manuel Jordão, proprietário, do Vale de S. Martinho. Substitutos: António Malheiro, farmacêutico, da VIla Estefânia; José Soares Ribeiro, proprietário, de Mem Martins; João Simões, industrial, de Sintra; Joaquim Wenceslau Gomes, comerciante; e, Aparício Fructuoso, escriturário, da Vila Estefânia.
Dia 22
1907 - Eleição da Comissão Paroquial de Lavos (Figueira da Foz). Efectivos: José da Cruz Leal, presidente; Manuel da Silva Carrisso, primeiro secretário; José Ribeiro, segundo secretário; António Dias Monteiro, tesoureiro. Substitutos: José Cardoso Fidalgo; António Athayde Roque; e, Alfredo Fernandes Delgado.
1907 - Eleição da Comissão Paroquial Republicana do Paião (Figueira da Foz). Efectivos: José Ferreira Sopas, presidente; Manuel de Oliveira Pinto, primeiro secretário; Manuel Francisco Leal, segundo secretário; José Freitas de Andrade, tesoureiro. Substitutos: Francisco Freitas de Andrade; José Pedrosa Carraco; e, Francisco R. Pedro Gião.
[Na foto o Dr. Joaquim José Cerqueira da Rocha (1870 - 1928), médico, formado em Coimbra. Maçon, iniciado na Loja Fernandes Tomás (Figueira da Foz), com o nome simbólico de Delpech, mais tarde filiou-se na Loja Evolução, em 1913, representando-a no Congresso Maçónico desse ano. Foi presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, administrador do concelho e deputado à Assembleia Nacional Constituinte em 1911.]
A.A.B.M.
IMPOSTOS: A PAIXÃO POPULAR
Impostos: a paixão popular
Ontem como hoje, a "felicidade" dos nossos indígenas é a mesma: os impostos. Numa curiosa sátira sobre a questão dos impostos, publicada no António Maria [25 de Março de 1880], onde participa o então Ministro dos Negócios da Fazenda Henrique de Barros Gomes, tendo ao seu lado Anselmo José Braamcamp e no outro lado a dita oposição (António Rodrigues Sampaio e António Maria de Fontes Pereira de Melo), Rafael Bordalo Pinheiro coloca o Zé-Povinho "amarrado pelos laços do défice à coluna dos impostos", enquanto é "ameaçado pela lança do selo".
J.M.M.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
EFEMÉRIDES DE DEZEMBRO (Parte I)
EFEMÉRIDES DE DEZEMBRO (Parte I)
Dia 1
1907- O Directório do Partido Republicano encarregou o cidadão José Pessoa Ferreira de organizar as forças partidárias no concelho de Mangualde.
1907 - Na Academia de Estudos Livres realizou-se uma sessão solene para a distribuição de prémios aos alunos mais distintos. Presidiu à sessão o sr. João Viegas Paula Nogueira, secretariado pelos srs. José Pinheiro de Mello e Dr. Francisco de Paula Reis Santos. Nesta ocasião o Dr. Reis Santos proferiu uma conferência intitulada Festas Escolares.
1907 - Eleição das Comissões Paroquiais Republicanas de Odemira. Freguesia de Santa Maria: Efectivos - João António Cordeiro, presidente; Miguel Dias Ferro, secretário; António José Rodrigues, tesoureiro. Substitutos - João Gonçalves de Oliveira, Joaquim da Silva e Justino Camacho.
Freguesia de Salvador: Efectivos - Alberto Coelho do Amaral, presidente; Agapito Salgado, secretário; António de Mattos, tesoureiro. Substitutos - António Maria de Oliveira, João Guerreiro da Capelinha e Manuel Custódio.
Dia 3
1907 - No Centro Escolar Dr. Afonso Costa, o Dr. Alves Torgo, realizou-se a cerimónia de abertura de um curso nocturno para mulheres. O Dr. Alves Torgo, presidente do centro, proferiu uma breve alocução enaltecendo a obra de instrução e educação da mulher.
Dia 8
1907 - Augusto José Vieira, da Associação de Registo de Civil, na sede da Associação dos Tanoeiros, em Vila Zenha (Xabregas), subordinada ao tema: O Dogma da Imaculada Conceição.
1907 - Anuncia-se a publicação de mais um semanário republicano, desta feita em Mangualde, por iniciativa do cidadão Pessoa Ferreira, intitulado O Intransigente.
1907 - Na cidade de Viseu, encontrava-se em funcionamento mais uma Missão da Escolas Móveis pelo Método de João de Deus. Decorria nas instalações do Asilo-Oficina Santo António e tinha devia-se ao esforço e empenho do Dr. Lopes de Oliveira e Tomás da Fonseca. Segundo o jornal A Lucta, ter-se-iam inscrito nesta missão mais de 500 indivíduos entre adultos e crianças de ambos os sexos. Funcionavam já dois cursos para adultos e menores do sexo masculino, de 80 alunos cada. Funcionava ainda na Escola Liberal João de Deus outro curso nocturno para adultos e crianças do sexo feminino, com cerca de 30 crianças.
Para os adultos que já sabiam ler, cerca de setenta, inauguraram as comissões republicanas a Escola Democrática, funcionando já na sede do Centro Republicano, sob a regência do secretário da comissão municipal de Viseu, o sr. Alberto Basto, redcator do semanário republicano A Beira.
1907 - Inauguração do Centro Escolar Republicano no Cartaxo de um curso livre de Ciências Naturais, dirigido pelo dramaturgo o sr. Dr. Marcelino Mesquita, que se realizava às quintas-feiras e domingos.
1907 - Eleição da Comissão Paroquial Republicana de Alverca do Ribatejo. Efectivos - presidente, Domingos Pinto Ferreira, proprietário; secretário, Eugénio José Gonçalves Ferreira, proprietário; tesoureiro, José Raymundo Nogueira, comerciante. Substitutos: Domingos José Ferreira; Manuel Severino Júnior; e Alberto Baptista de Almeida.
1907 - Foi eleita a Comissão Municipal Republicana de Portalegre. Efectivos - António Rodrigues Curvelo; Dr. Apolino Augusto Marques; Dr. João da Rocha Pina Corte Real; Manuel Dias Ferreira; e Rodrigo Boaventura de Mattos. Substitutos - Angelo Ferreira da Silva; António Augusto Niny; António Maria Fragoso; António dos Anjos Mourão e Silvestre Maria Bollou.
Dia 9
1907 - No Centro Escolar Republicano do Cartaxo inaugurou-se um curso de desenho para operários regido pelo sr. Maximiano Nogueira da Silva.
1907 - Anunciava-se para 1 de Janeiro de 1908 o reaparecimento do semanário republicano flaviense A Aurora, dirigido pelo Dr. António Granjo. Neste semanário colaboravam também o padre António Serimónias, Godofredo Monteiro, que tinha sido director do jornal republicano Paladino e Xavier Júnior.
Dia 10
1907 - As autoridades mandaram encerrar o curso nocturno de instrução primária que estava em funcionamento com o apoio da Comissão Municipal Republicana de Arronches.
[Foto de Tomás da Fonseca in Casa Museu Abel Salazar/Fundação Mário Soares, com a devida vénia.]
A.A.B.M.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
JOSÉ LOPES DE OLIVEIRA
Nasceu em Vale de Açores (Mortágua) em 25 de Dezembro de 1881. Filho de João Lopes de Oliveira e Maria Adelaide de Jesus.
Filho de gente humilde, cedo teve que leccionar para fazer face às despesas. O seu padrinho, pai do escritor Tomás da Fonseca, vendo nele qualidades de estudo e inteligência, ajudou-o bastante. Ainda jovem estudante colaborou em jornais, revistas e panfletos, sendo considerado pelo amor ao estudo e pela defesa que fazia dos seus ideais republicanos. Assim se tornou um prosador forte, sugestivo e original, com qualidades superiores de escritor.
Fixou residência na Parede, concelho de Cascais e leccionou no Liceu Passos Manuel, até ao limite de idade.
Frequentou a Universidade de Coimbra onde se licenciou em Direito em 1905. Foi professor de História e Geografia no Liceu de Viseu.
Ainda jovem estudante, colaborou em jornais, revistas e panfletos e mais tarde como professor em Viseu publicou alguns artigos em jornais como A Beira, Sol Nascente e Correio de Mortágua, estes dois últimos publicados em Mortágua. Assim se tornou um prosador forte, sugestivo e original, com qualidades superiores de escritor.
Em 1910 foi professor de História Universal no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, onde atingiu na sua vida académica a função de reitor em 1920. Os seus alunos tratavam-no por “ Pai Lopes “. Terminou a sua actividade como docente em 1946.
Após a proclamação da República foi nomeado director da Escola Normal de Lisboa.
Em 1912 é relator de uma tese sobre Educação Cívica na Escola Primária, apresentada no III Congresso Pedagógico.
Em 1913 foi presidente da Comissão Revisora de Livros Didácticos das escolas primárias. O trabalho da referida comissão, teve como resultado a elaboração de um relatório, que é um documento que permite a compreensão deste processo, e onde estão claras as alterações pretendidas, tanto ao nível das finalidades do ensino da história como dos respectivos procedimentos metodológicos.
Politicamente, fez defesa dos ideais republicanos, tendo sido militante do Partido Republicano Português até 1920.
Foi Chefe de Gabinete de Bernardino Machado.
Foi convidado para Ministro do Governo Provisório, convite que recusou.
Em 1923 ingressou no Partido Republicano Radical, fazendo parte do seu directório e seu presidente a partir de 1925.
Em 1949 prefacia a obra de Tomás da Fonseca, Memórias de um Chefe de Gabinete.
Foi iniciado na Maçonaria em Coimbra, na Loja Portugal, em 1906, com o nome simbólico de Rousseau.
Morre em Parede (Cascais) a 3 de Agosto de 1971.
Obras publicadas:
Intelectuais: I – Bernardino Machado, Lisboa, 1902.
Intelectuais: II – Camilo Castelo Branco, Lisboa, 1902.
Intelectuais: III – Fialho de Almeida, Lisboa, 1903;
A Justiça e o Homem, Coimbra, 1904;
O Poeta Cavador Manoel Alves, Coimbra, 1906 (em colaboração com Tomás da Fonseca);
Das Últimas Gerações. Sousa Costa, Lisboa, 1911;
“Educação Cívica na Escola Primária” in III Congresso Pedagógico, Lisboa, 1913;
Por Terras de Portugal, 1930;
História do Regímen Republicano. A Propaganda Republicana, Lisboa, 1934;
Memórias. Guerra Junqueiro, Lisboa, 1938;
Rema Sempre! Memórias, Crítica, Paisagem, Lisboa, 1940;
Quadro da História Universal: Evolução da Humanidade, Lisboa, 194?;
As Grandes Figuras da Humanidade – História Geral da Civilização (Direcção e colaboração), 5 vols., Lisboa, 1944-1945;
Eça de Queirós. História das suas obras contadas por ele próprio, Lisboa, 1944;
…E mesmo contra a Maré!, Lisboa, 1945;
História da República Portuguesa, Lisboa, 1947;
Retalhos dum Julgamento, Lisboa, 1954;
Guerra Junqueiro. A sua vida e sua obra, Lisboa, 1954-1955;
História da Revolução Francesa, 2 vols., Lisboa, 1965;
Colaborou com Rocha Martins na colecção Cadernos Históricos, onde publicou diversos estudos como:
- A Democracia. Sua origem, sua eclosão e seu triunfo, os direitos do povo. A Casa dos Vinte e Quatro;
- A Liberdade Portuguesa (1820);
- Páginas Desconhecidas. Oliveira Martins;
- A Primeira Constituição Portuguesa;
- A Revolução de 5 de Outubro de 1910;
Conhecem-se colaborações suas nos seguintes órgãos da imprensa diária portuguesa:
- O Debate, Jornal Republicano da Noite, Editor: João Pedro dos Santos, Lisboa, 1920;
- A Democracia, Diário do Partido Republicano Português, Dir. João Camoesas, Lisboa, 1921;
- Diário do Povo, Dir. José de Macedo, Lisboa, 1925;
- Diário Popular, Diário Republicano da Manhã, Dir. Celorico Gil, Lisboa, 1929-1930;
- A Montanha, Diário Republicano da Manhã, Dir. A. F. Seixas Júnior, Porto, 1911-1936;
- O Povo, Diário Republicano da Manhã, Dir. Ricardo Covões, Lisboa, 1911-1916;
- A República Portuguesa, Diário Republicano Radical da Manhã, Dir. Luís da Câmara Reys, Lisboa.
- República, Dir. António José de Almeida, Lisboa, 1911- 1975;
Colabora também em inúmeras revistas como:
- Atlântida, Dir. João de Barros e João do Rio, Brasil-Portugal,1915-1920;
- Ave Azul, Dir. Carlos de Lemos e Beatriz Pinheiro, Viseu, 1899-1900;
- A Crónica, Dir. Luís da Silva e Santos Júnior, Lisboa, 1900 a 1906;
- Germinal, Dir. J. Gonçalves e A. Basto, Porto, 1901-1902;
- Ilustração, Dir. João da Cunha de Eça e Artur Brandão, Lisboa, 1926-1939;
- Livre Pensamento, Coimbra, 1905;
- Nova Aurora, Dir. Domingos de Castro, Tábua, 1900-1901;
- Revista Nova, Dir. Apto de Oliveira, Lisboa, 1927;
- Terras de Portugal, Dir. Gomes Barbosa, Lisboa, 1925-1935.
A.A.B.M.
sábado, 15 de dezembro de 2007
IRENE FLUNSER PIMENTEL - PRÉMIO PESSOA 2007
"A História são histórias de pessoas" [Irene Pimentel, in Expresso, 15/12/07]
Irene Pimentel, após anos de dedicação à historiografia contemporânea e outros tantos mais de acedida generosidade, recebeu o Prémio Pessoa 2007. Homenagem justa e prestigiante, o prémio concedido é, sem qualquer dúvida, o reconhecimento do seu esforçado trabalho, que irradia uma luz eminentíssima, mas exalta também aqueles (e são muitos) que fora do círculo académico, sem ruído nem lisonja, privam dificuldades e contrariedades insuspeitas na sua abnegação e cumplicidade com a problemática da história contemporânea e a sua investigação.
É inquestionável a solidez, qualidade e a maturidade dos trabalhos de investigação que tem apresentado Irene Pimentel, como: "As Organizações Femininas do Estado Novo" (Círculo de Leitores, 2000), "Os judeus em Portugal durante a 2ª Guerra Mundial" (Esfera dos Livros, 2006), "Vítimas de Salazar. Estado Novo e Violência Política" (co-autoria com João Madeira, e Luís Farinha, A Esfera dos Livros, 2007), "A História da PIDE" (Círculo de Leitores, 2007), "A Mocidade Portuguesa Feminina" (Esfera dos Livros, 2007).
O Prémio Pessoa 2007 atribuído a Irene Pimentel honra o Júri e é de muito merecimento para a laureada. O Almanaque Republicano, que tem acompanhado com admiração a obra de Irene Pimentel, saúda a investigadora e historiadora premiada, fazendo votos do maior sucesso nos seus trabalhos futuros. Muitos parabéns.
J.M.M.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
CÂMARA DOS PARES OU SALA DO SENADO
A actual Sala do Senado – no Palácio de S. Bento (Assembleia da República) – foi em 1867 inaugurada por D. Luís I para os trabalhos das sessões da Câmara dos Pares ou Câmara dos Dignos Pares [introduzida, via Carta Constitucional de 1826, dado o novo sistema bicameral. Diga-se, que a primitiva Câmara dos Pares ficou sitiada no Palácio do Rossio, antiga dependência do tribunal do Santo Ofício, até que um incêndio o destruiu]
O Palácio de S. Bento, ou antigo convento de S. Bento da Saúde
[pertencente à Ordem de Beneditinos, com ligação ao Convento de Tibães. Em 1615 era composto por "celas, boa livraria, vasta cerca e declivoso terreiro" (ref. Joaquim Leitão, Livros de S. Bento. Memória, 1936)].
foi fundado em 1598 [refª Guia de Portugal. Lisboa e Arredores, BNL, 1924] e concluído em 1615, sob o traço arquitectónico de Baltasar Álvares. Em 1834 [com obras a cargo do arquitecto Possidónio da Silva, que, curiosamente, segundo refere Joaquim Leitão (op. cit.) não recebeu "moeda" alguma do Rei pelo seu trabalho a não ser "as insígnias da Torre e Espada", pelo que ainda em 1870 tentava o arquitecto receber o pecúlio estipulado] foram aí instaladas as Câmaras Legislativas, tendo-se na altura reformulado a Sala dos Deputados e, também, a Sala dos Pares ["que dá para a calçada da Estrela"], que "foi apropriada na antiga Casa do Capitulo" [id. ibid]. Data, como referimos, de 1867 a sua inauguração.
J.M.M.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE ÉVORA (Parte II)
IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE ÉVORA (Parte II)
Concelho de Montemor-o-Novo
5 - Democracia do Sul
Semanário de Propaganda.
Redactor Principal: Leão Magno Azedo.
Director Político: Joaquim Pedro de Mattos.
Redacção, Administração e Tipografia: Rua Direita - Montemor-o-Novo.
Colaboradores: Entre as centenas de colaboradores permitam-nos destacar Brito Camacho, Fazenda Júnior, João de Menezes, Estevão de Vasconcelos, J. Bacelar, Heliodoro Salgado, Silvestre Falcão, António José de Almeida, Júlio A. Martins, Guerra Junqueiro, Júlio Borges, Alice Costa, Eduardo Geraldo, Freixo Durão, J. Rosa, Roma Pinto, etc.
O nº1 foi publicado em 1-1-1901 e suspende publicação em 1-8-1971. Em 2 de Agosto de 1917 transferiu a publicação para a capital de distrito onde se manteve até 1971.
A sua periodicidade também foi alterada ao longo do tempo, começou como semanário, depois passou a bissemanário e mais tarde a diário, regressando depois à sua periodicidade original.
Concelho de Redondo
6- A Imprensa Livre
Folha Democrática.
Semanário.
Este semanário era impresso em Évora e começou a publicar-se em 7-11-1886, publicando-se até Abril de 1888.
NOTA: Agradem-se mais contributos para completar estas informações sobre as publicações de carácter republicano publicadas no distrito de Évora antes da implantação da República.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
MARQUES, A. H. de Oliveira, Guia de História da 1ª República Portuguesa, Editorial Estampa, Lisboa, 1997.
MONTE, Gil do, O Jornalismo Eborense, ed. do autor, Évora, 1978.
A.A.B.M.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE ÉVORA (Parte I)
Concelho de Estremoz
1 - Aurora de Estremoz
Semanário político, imparcial, literário e noticioso
Iniciou publicação em 05-09-1886 e terminou em 05-03-1887, publicando 27 números.
Publicava-se em Estremoz.
Concelho de Évora
2 - A Rabeca
Jornal satírico, noticioso e político.
O primeiro número publicou-se em 31-01-1897 e o último em 01-05-1897, com o nº 15.
Administrador: Manuel Vicente Ventura.
3 - A Luta
Semanário republicano, circulava copiografado e que a partir do nº 2 surge com a nota de semanário independente.
Começou a publicar-se a 12-09-1897 e terminou com o nº 13, datado de 05-12-1897.
Director: Joaquim Roberto da Silva, substituído por F. A. Gonçalves a partir do nº13.
Administrador: Tobias Moscoso, substituído por A. L. da Silva a partir no nº acima referido.
Editor: António Malta Fialho, substituído por A. C. Sequeira a partir do nº 13.
Colaboradores: Inácio da Conceição (utilizava o pseudónimo de Saragoçano); Possidónio dos Reis; Joaquim Roberto da Silva e outros que se ocultvam sob pseudónimos hoje impossíveis de apurar como: Rabanete, Zambujo, El Coxixo, entre outros.
A Redacção, Administração e Copiografia funcionava em Évora, mas não se indicava nem Rua, Avenida ou Largo.
Este semanário publicava-se aos domingos, com 4 páginas a 2 colunas escritas manualmente.
4 - A Voz Pública
Fundador: Domingos da Silva e Luís Silva.
Director: Dr. Evaristo Cutileiro.
Editor: João Mariano Franco.
Secretário: António M. Cabral.
Redacção e Administração: Rua da Horta Nova.
Iniciou publicação em 1904 e suspende em 25-03-1920.
Colaboradores: António Sardinha; Leão Magno Azedo; Alfredo Gallis; Mayer Garção; Edmundo Pobis, Delfim Guimarães, A. Madeira Pinto, João Camoesas, Alfredo de Magalhães, António Granjo, José Cordovil, Estevão Pimentel, Ribeiro Carvalho, Luís Leitão, Acácio de Seabra, Palmira Lopes Tavares, etc.
[a continuar]
A.A.B.M.
D. CARLOS - VISITA RÉGIA A ANGRA DE HEROÍSMO
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
JOAQUIM RIBEIRO DE CARVALHO (1880-1942) - NOTA BREVE
Joaquim Ribeiro de Carvalho nasceu em Arnal (concelho de Leiria) a 7 de Abril de 1880 [cf. As Constituintes de 1911 e os seus deputados, Lisboa, Livraria Ferreira, 1911]. Era filho de Manuel Ribeiro da Costa e de Maria da Encarnação Carvalho. Frequenta o seminário de Leiria, que abandona para seguir o jornalismo. Escreve então no primeiro jornal republicano de Leiria, A Integridade. Publica aos 17 anos o seu primeiro livro de poesia, "Livro de um sonhador", a que se seguiram outros. Curiosamente, mais tarde, é agraciado (1906), com Ordem de Sant'Iago, pela governação monárquica.
Funcionário público [chefe da secretaria da Inspecção das Escolas de Lisboa], jornalista, poeta e romancista, fez parte do Partido Republicano Português (P. Democrático), e ainda, do Partido Evolucionista, do Partido Nacionalista, Partido Liberal e da Acção Republicana. Foi (sempre) deputado pelo círculo de Leiria, exceptuando o período de 1918 (Sidonismo) e em 1925, onde surge como candidato independente. Em 1926, no pronunciamento militar, vai para a ilha da Madeira, regressando (1930) para (de novo) ocupar o lugar de director do jornal República.
Foi membro activo da Carbonária portuguesa. Esteve presente na proclamação da República, feita na Câmara Municipal de Lisboa. Funda, pouco depois, o Centro Radical Português. Em 1911 é iniciado [cf. A.H. Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria, 1986] na maçonaria, no triângulo nº143 de Erra (concelho de Coruche) com o nome simbólico de Liberto. Transita depois para a Loja Evolutiva (de Coruche) e, mais tarde na ditadura, está (1929) na Loja Acácia de Lisboa e, depois, na Loja Cândido dos Reis, também de Lisboa.
Foi membro da Academia das Ciências, participou na comissão organizadora da edificação do monumento a António José de Almeida [a que presidia Gago Coutinho], dirigiu a Biblioteca de Educação Moderna, foi sócio da Sociedade Nacional Tipografia a que pertencia o jornal O Século (1921-22).
Colaborou em diversos periódicos: Alma Nova (1913), Amanhecer (Leiria, 1924 onde escrevia José Loureiro Botas), O Arauto (Lisboa, 1902), Ave Azul (Viseu, 1899-1900), Boémios (Porto, 1899), O Campeão (Porto, Novembro 1899-1901), O Comércio de Barcelos (1911), A Crónica (1900-1906, Lisboa), O Diabo (Lisboa), O Domingo (Angra Heroísmo, 1909-1911), Estrela do Minho (Famalicão, 1895-1960), Germinal (Porto, 1901-02, no nº 1 e poesias no nº 2 e 12), Gil Braz (Lisboa, 1898-1904), O Grande Elias (Lisboa, 1903-1905), O Jornal (1902-06), O Liberal (1918-21, onde foi propr. e dir.), Mala da Europa (Lisboa, 1894-1916), Nova Aurora (Tábua, 1900-1905), A Palavra (1922, diário monárquico), Quadras do Povo (Lisboa, 1909), República (que dirigiu entre 1920-24 e 30-42, tendo sido quem chamou José Rodrigues Miguéis ao jornal, onde vai escrever a coluna "Poeira da Rua"), A República Portuguesa (1910-11, diário republicano da manhã, de que foi fundador), Revista Internacional (Lisboa, 1903-04), Revista Literária Cientifica e Artística (supl. O Século, 1902-05), O Rosmaninho (Porto, 1900), Vimaranense (Guimarães, 1915-19), Zig-Zag.
Morre a 10 Outubro de 1942, em Lisboa.
[foto: retirada, com a devida vénia, da página de Carlos Fontes]
J.M.M.
RIBEIRO DE CARVALHO - REVISITAÇÃO
Ribeiro de Carvalho - revisitação
A Hemeroteca Municipal de Lisboa "propõe-se revisitar alguns dos espaços emblemáticos da cidade de Lisboa relacionados com a vida e obra de [Joaquim] Ribeiro de Carvalho".
"Figura singular da I República, Ribeiro de Carvalho destacou-se sobretudo como político e jornalista. Carbonário, maçon, deputado às Constituintes, tradutor, poeta, foi ainda um 'grande' director do jornal República, onde desenvolve uma intensa actividade até 1941”
Consultar aqui.
J.M.M.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
VÍTIMAS E VIOLÊNCIAS NA LISBOA DA I REPÚBLICA
Assinala-se a publicação de um estudo de Doutoramento sobre a vivência da violência em Portugal, durante o período politicamente muito conturbado da 1ª República. Neste caso restringido geograficamente à região de Lisboa, sem dúvida a cidade que mais revoltas e conspirações conheceu na época, dando azo à imagem de instabilidade permanente que se vivia, onde a violênca era muitas vezes uma ameaça constante e servia, como quase sempre, os interesses de algumas elites instaladas.
Vítimas e Violências na Lisboa da I República é um livro que ambiciona responder a duas questões principais: apurar o papel da violência nas relações sociais e perceber o que, na Lisboa desse tempo, significava ser vítima, quem era ela, o que fazia, porque o fora e como era olhada pelos poderes.
A investigação apoiou-se numa fonte inexplorada: os exames directos e de sanidade efectuados, pelos peritos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, às vítimas de crimes contra a segurança, nos anos de 1912 e de 1926. A investigação conclui que a vítima, ainda que fosse essencial a afirmação do poder, foi muito pouco considerada, quer pelo Direito, quer pela Medicina Legal, saberes e poderes mais preocupados com a repressão do agressor.
A origem popular, a profissão, o comportamento, o traje, o analfabetismo e a linguagem reforçavam a convicção de que pouco separava o ofendido do ofensor, ambos encerrados num mesmo mundo de desvio. E para assegurar o monopólio da violência pelas elites no poder, à medida que a violência popular era criminalizada, escondia-se e esquecia-se a dimensão sociabilitária da agressão.
Maria Rita Lino Garnel
É doutorada em História Contemporânea pela Universidade de Coimbra. É membro do Instituto de Sociologia Histórica da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e consultora do projecto “Inquérito Nacional sobre a Violência de Género”.
Áreas de interesse científico: História da Violência, História das Mulheres, História das Elites Médicas, História da Saúde Pública em Portugal.
De entre diversas publicações destacam-se: A República de Sebastião de Magalhães Lima, Lisboa, Livros Horizonte, 2004; «A Vítima e o direito penal português. Século XIX», Lei e Ordem. Justiça penal, criminalidade e polícia. Séculos XIX-XX, Lisboa, Livros Horizonte, 2005, pp. 45-63; «A Loucura da prostituição», Thémis, nº 5, 2002, pp. 139-158; «Mulheres e violência: das imagens e das realidades na Lisboa de 1912», Faces de Eva, nº 10, 2003, pp. 73-95; «O Poder intelectual dos médicos», Revista de História das Ideias, nº 24, 2003, pp. 213-253; «A Loucura feminina nos inícios do século XX: dois estudos de caso», Conceito. Revista de Filosofia e Ciências do Homem, nº 1, Loucura e Desrazão, 2005, pp. 125-140.
É bolseira de Pós-Doutoramento com um projecto sobre «Médicos e Políticas de Saúde no Parlamento da I República».
A.A.B.M.
Vítimas e Violências na Lisboa da I República é um livro que ambiciona responder a duas questões principais: apurar o papel da violência nas relações sociais e perceber o que, na Lisboa desse tempo, significava ser vítima, quem era ela, o que fazia, porque o fora e como era olhada pelos poderes.
A investigação apoiou-se numa fonte inexplorada: os exames directos e de sanidade efectuados, pelos peritos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, às vítimas de crimes contra a segurança, nos anos de 1912 e de 1926. A investigação conclui que a vítima, ainda que fosse essencial a afirmação do poder, foi muito pouco considerada, quer pelo Direito, quer pela Medicina Legal, saberes e poderes mais preocupados com a repressão do agressor.
A origem popular, a profissão, o comportamento, o traje, o analfabetismo e a linguagem reforçavam a convicção de que pouco separava o ofendido do ofensor, ambos encerrados num mesmo mundo de desvio. E para assegurar o monopólio da violência pelas elites no poder, à medida que a violência popular era criminalizada, escondia-se e esquecia-se a dimensão sociabilitária da agressão.
Maria Rita Lino Garnel
É doutorada em História Contemporânea pela Universidade de Coimbra. É membro do Instituto de Sociologia Histórica da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e consultora do projecto “Inquérito Nacional sobre a Violência de Género”.
Áreas de interesse científico: História da Violência, História das Mulheres, História das Elites Médicas, História da Saúde Pública em Portugal.
De entre diversas publicações destacam-se: A República de Sebastião de Magalhães Lima, Lisboa, Livros Horizonte, 2004; «A Vítima e o direito penal português. Século XIX», Lei e Ordem. Justiça penal, criminalidade e polícia. Séculos XIX-XX, Lisboa, Livros Horizonte, 2005, pp. 45-63; «A Loucura da prostituição», Thémis, nº 5, 2002, pp. 139-158; «Mulheres e violência: das imagens e das realidades na Lisboa de 1912», Faces de Eva, nº 10, 2003, pp. 73-95; «O Poder intelectual dos médicos», Revista de História das Ideias, nº 24, 2003, pp. 213-253; «A Loucura feminina nos inícios do século XX: dois estudos de caso», Conceito. Revista de Filosofia e Ciências do Homem, nº 1, Loucura e Desrazão, 2005, pp. 125-140.
É bolseira de Pós-Doutoramento com um projecto sobre «Médicos e Políticas de Saúde no Parlamento da I República».
A.A.B.M.
sábado, 1 de dezembro de 2007
O DOMINGO ILUSTRAD0
O Domingo Ilustrado - on line na Hemeroteca Municipal de Lisboa
O Domingo Ilustrado: noticias & actualidades graficas, teatros, sports & aventuras, consultorios & utilidades. Semanário, Lisboa, Ano I, nº 1 (18 de Janeiro de 1925) ao Ano III, nº 154 (25 de Dezembro de 1927). Editor: Eduardo Gomes [mais tarde Leitão de Barros]. Director: Eduardo Gomes [a partir do III num, Leitão de Barros e Martins Barata]. Chefe da Redacção (a partir de Setembro de 1925), Henrique Roldão.
Colaboração: André Brun, Armando da Silva Ferreira, Artur Portela, Carlos Botelho, Carlos Malheiro Dias, Corrêa Leal, Feliciano da Conceição Santos, Francisco Guedes, Henrique Galvão, Reinaldo Ferreira [Repórter X], Ricardo Marim, Roque Gameiro, São Paio, Taço [pseud. Tomaz Ribeiro Colaço].
Consultar aqui.
J.M.M.
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