sexta-feira, 13 de setembro de 2013

AQUILINO RIBEIRO [N. 13 SETEMBRO DE 1885]


Primeiro, uma declaração de interesses: tenho pelo meu grande mestre, uma relação onomástica e familiar. O meu mestre é também meu avô. Posto isto, aquilo que vos posso afiançar é que nada é comparável ao meu mestre, Aquilino Ribeiro.

Na sua vida, nada foi fácil: exílios em França, regresso clandestino, participação na Revolta do Regimento de Pinhel, prisões e fugas aventurosas. Tudo isto, e muito mais, até 1932. Tinha então, 47 anos.

Depois disto, sem outra fonte de receita que a dos seus livros, fez da sua vida uma labuta constante pela sobrevivência. A censura foi a sua pior ameaça. Inúmeras vezes a censura discricionária do regime fascista tolheu a difusão da sua lavra, demoradamente escrita pelo labor glorioso do seu trabalho.

A moldura da sua geografia sentimental encontra-se nas Terras do Demo. 'Eu sou um artista rude', diz ele, 'filho da minha serra. Nasce-se com o berço às costas. A Beira Alta não tem símile no mundo Em poucas dezenas de quilómetros reproduz-se a terra toda: amenidade e avareza, a colina e o vale, a civilização e a selvajaria'.

Mas construiu outras paisagens literárias, todas elas admiráveis e luminosamente belas. A mais perfeita e prodigiosa encontra-se no Alto Minho, 'no antigo solar de Montenegros e Meneses', onde terá criado o mais belo território romanesco da literatura portuguesa, “A Casa Grande de Romarigães”.

O meu grande mestre chama-se Aquilino Ribeiro. Nasceu há 128 anos, no dia 13 de Setembro

[FOTO e TEXTO de Aquilino Machado, via  Facebook, com a devida vénia - sublinhados nossos] 

J.M.M.

1 comentário:

ECD disse...

Excelente texto de Antonio Valdemar sobre Aquilino ontem no Público