segunda-feira, 8 de junho de 2015

AURORA - REVISTA MENSAL DE SOCIOLOGIA, SCIÊNCIA E ARTE


AURORA. Revista Mensal de Sociologia, Sciência e Arte. Ano I, nº 1 (Setembro 1929) ao Ano II, nº XIV (Outubro 1930); Administração e Redacção: Rua Cunha Espinheira, 131 A [depois, ao nº3, Largo da Póvoa, 9], Porto; Administrador: António Teixeira de Araújo; Editor: Fernando Barros; Director: Abílio Ribeiro; Impressão: Tipo-Lito de Gonçalves & Nogueira, Limitada (Porto); Porto; 1929-30, 14 numrs

Colaboração [Alguns Escritos de …]: A. Aulard, A. Sadier, Alexandre Herculano, Alice dos Reis Mendes, Antero de Quental, Aristides Ribeiro, Arnaldo S.[imões] Januário, B. Inácio, Camilo Castelo Branco, Camilo Pert, Carlos Brandt, Constantino de Figueiredo, Daneff, Delfim de Castro, Dostoiewski, Duarte Lima, Eduardo Casela, Eliseu Réclus, Ernesto Gil, ErricoMalatesta, Fialho de Almeida, Francisco Quintal, Francisco de Sade, G. Molinari, Guerra Junqueiro, Henri Martin, Henrique Nido, Hipólito Havel, Hugo Treni, J. M. Peres, João Serra, João Xavier de Matos, Joaquim Serra, Jacinto Benavente, Jean Grave, Joaquim Dicenta, José de Arruela, Júlio Dantas, Leon Trotsky, Lingelbach, Luís Falcão, Maria Montseny, Mário de Oliveira, MaurícioLachatre, Mayer Garção, Max Nettlau, Maximiano Rica, Medeiros e Albuquerque, [Meridional], Miguel Bakunine, Miguel Hernandez Sanchez, Neno Vasco, Oldemiro César, Pinheiro Chagas, Raul Brandão, Roberto das Neves, Rudolfo Rocker, Tomás da Fonseca, Vicente Garcia, Victor Hugo.


Trata-se de uma importante revista de ideário anarquista, publicada na cidade do Porto durante o tempo da Ditadura Militar, sob responsabilidade do grupo “A Comuna”, aliás do grupo “Propaganda Libertária” (grupo nascido em 1904 e que existe até 1925) que está na sua fundação. A revista – que publicou 14 números e foi encerrada pela PIDE em Outubro de 1930 – é o seguimento do periódico “A Aurora” (nascido da fusão entre o Grupo de Propaganda Libertária e o grupo Aurora Social) e do semanário “A Comuna” (Maio de 1920) e reagrupava, depois da repressão policial, os anarquistas da região do Porto.

Tinha como editor Fernando [de Oliveira Leite] Barros, serralheiro (apaixonado cinéfilo) e militante anarquista do Porto (fez parte do Comité de Propaganda e Organização Anarquista do Norte – 1923/1926), que foi preso a 3 de Outubro de 1930, e deportado [juntamente com “Aníbal Dantas, Anastácio Ramos, Manuel João, José Silva, Domingos Lopes Bibi, todos do Porto, e Mário Castelhano e outros, de Lisboa” – cf. Edgar Rodrigues, “A Oposição Libertária em Portugal 1939-1974”, Sementeira, 1982, p. 177] para os Açores, seguindo depois para Ilha da Madeira. Com o romper da revolta da Madeira (1931), tenta Fernando Barros regressar para o continente, mas, face ao fracasso da revolta, refugia-se em Espanha (Barcelona).
Como director da revista encontramos Abílio Ribeiro, dedicado militante anarquista, que tinha já antes colaborado no semanário comunista libertário do Porto com o título, “A Comuna” (1920-25?), tendo sido mesmo seu editor. Na reunião de resistência ao golpe militar de 28 de Maio de 1926, Abílio Ribeiro é o delegado da União Anarquista Portuguesa (UAP – declarada, pela Ditadura Militar, ilegal em 1929).

A qualidade de administrador está o operário gráfico (e secretário da UON e da CGT) António Teixeira de Araújo [1888-1965 – consultar a sua biografia na “Voz Anarquista”, nº17, Setembro de 1976], com intensa colaboração [usando numerosos pseudónimos] em periódicos anarquistas [como “A Batalha”, “Vanguarda Operária”, “Aurora; “A Comuna”]. Em 1908, António Teixeira de Araújo é um dos fundadores do grupo libertário “Verdade e Luz” (Coimbrões), mantendo o grupo uma escola de ensino livre [cf. Edgar Rodrigues, ibidem, p. 151], o Ateneu Sindicalista.
J.M.M.

1 comentário:

Anónimo disse...

Li com muito intetresse.
Francisco F. Teixeira