Nasceu em Fronteira, distrito de Portalegre, a 14 de Janeiro de 1862. Filho
de Henrique Teles da Silva Amorim e de Ana Emília Massano da Silva Amorim.
Assentou praça em 5 de Março de 1878, como voluntário, no Regimento de
Infantaria nº 16. Ascende a oficial do Exército, da arma de artilharia, tendo
sido promovido a segundo tenente em 10 de Janeiro de 1883. Transferido para o
Regimento de Artilharia nº3 e, após a conclusão do curso da arma de Artilharia,
passou ao Regimento de Artilharia nº 2, em 26 de Novembro de 1884, ascendeu a
tenente em 28 de Janeiro de 1885. Foi convidado para leccionar na Escola
Regimental de Sargentos entre 1 de Março e 25 de Setembro de 1888. Assumiu
depois as funções de Diretor da Escola Regimental de Cabos até 25 de Janeiro de
1892. Ascendeu a capitão em 18 de Outubro de 1894, tendo sido encaminhado para
o Estado-Maior de Artilharia, transitando depois para o Regimento de Artilharia
nº2 onde permaneceu até Outubro de 1896. Nesse ano ainda, passou para o
Regimento de Artilharia nº 4, mas, em Novembro, foi requisitado pelo Ministério
da Marinha e do Ultramar para a comissão de serviço em Moçambique. Vamos depois
encontra-lo em Moçambique, em Abril do ano seguinte, mais propriamente como governador
de Gaza. Acompanhando Mouzinho de Albuquerque na campanha que culminou na
captura de Gungunhana e na pacificação de Moçambique.
Em Maio de 1897 era o comandante Militar de Tete, região onde fervilhava a
revolta contra a presença portuguesa desde o período do Ultimato de 1890. Nessa
altura assumiu também as funções de administrador do concelho e de juiz
municipal. Nessa missão conseguiu vencer os Majanjas. Permaneceu nessa região
até Dezembro de 1898 quando regressa a Portugal. Em 1899 encontramo-lo em
Portugal, no Regimento de Artilharia nº5, tendo depois aceite nova comissão
de serviço no mesmo ministério.
Em 1900 parte para Angola, desembarcando em Luanda em Março. Assume as
funções de Residente da Circunscrição Administrativa de Santo António do Zaire.
No ano seguinte foi nomeado para inspecionar o material de guerra da referida
província. Em Novembro foi nomeado em comissão especial de serviço para a
Colónia Penal Militar e Agrícola onde permanece até finais de Maio de 1902. Vem
a Portugal durante cerca de um mês e regressa depois para Luanda. Nesse período
foi nomeado para comandante da Coluna de Operações no Distrito de Benguela,
onde permanece até Outubro. Participa, em 1902, na campanha do Bailundo, sendo
comandante da Coluna Militar do Norte. Em Maio de 1903 regressa a Portugal onde
ficou a prestar serviço na 3ª secção da 2ª Repartição da Direcção-Geral do
Ultramar.
Regressa a Moçambique em 1906, tendo sido nomeado governador do distrito de
Moçambique, cargo que desempenhou entre 7 de Maio e 13 de Outubro de 1910. Em
Dezembro de 1910 ascende à patente de major, tendo entretanto regressado a
Portugal. Entre 1908 e 1912 promoveu a campanha de pacificação do Angoche.
Em 1908, casou com Estela Henriqueta Maria Godinho Gomes da Costa e, deste
casamento, resultaram cinco filhos.
Em Dezembro de 1912 ascende a tenente-coronel e em 22 de Agosto de 1914 foi
nomeado Comandante do Destacamento Expedicionário a Moçambique, tendo passado,
em Dezembro desse ano a coronel.
Quando assumiu o comando das forças portuguesas enviadas para Moçambique,
parte em Setembro de 1914 e tinha como objectivos fundamentais da sua missão
proteger a colónia portuguesa da África Oriental das pretensões germânicas,
pacificar a região e cooperar com forças aliadas, particularmente os ingleses,
se fosse caso disso.
Esta força
expedicionária enviada a Moçambique foi preparada em Lisboa num período muito
curto de tempo depois de se publicar o decreto de 18 de Agosto de 1914, onde se
contemplava as regras de mobilização a utilizar; elas saíam de
várias unidades de Infantaria, de Cavalaria, de Artilharia e dos Serviços de
Saúde e de Administração Militar com sede em dispersas cidades do Centro e
Norte do país. A força era composta por um Quartel-General, um Batalhão de
Infantaria, num total de 1039 oficiais e praças; havia ainda uma Bateria de
Artilharia de Montanha composta de 221 homens, 22 equinos e 82 muares. Um
Esquadrão de Cavalaria com 189 homens e 169 equinos. Assim sendo, uma força
combatente com cerca de 1533 homens. Além disso, eram ainda acompanhados por
por 2 médicos e 2 enfermeiros, 15 homens da área de Engenharia, alguns
condutores e viaturas, bem como pessoal civil como telegrafistas, sapadores-mineiros,
entre outros.
[Em continuação.]
A.A.B.M.
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