terça-feira, 3 de abril de 2018

PEDRO FRANCISCO MASSANO DE AMORIM (Parte I)


Nasceu em Fronteira, distrito de Portalegre, a 14 de Janeiro de 1862. Filho de Henrique Teles da Silva Amorim e de Ana Emília Massano da Silva Amorim.

Assentou praça em 5 de Março de 1878, como voluntário, no Regimento de Infantaria nº 16. Ascende a oficial do Exército, da arma de artilharia, tendo sido promovido a segundo tenente em 10 de Janeiro de 1883. Transferido para o Regimento de Artilharia nº3 e, após a conclusão do curso da arma de Artilharia, passou ao Regimento de Artilharia nº 2, em 26 de Novembro de 1884, ascendeu a tenente em 28 de Janeiro de 1885. Foi convidado para leccionar na Escola Regimental de Sargentos entre 1 de Março e 25 de Setembro de 1888. Assumiu depois as funções de Diretor da Escola Regimental de Cabos até 25 de Janeiro de 1892. Ascendeu a capitão em 18 de Outubro de 1894, tendo sido encaminhado para o Estado-Maior de Artilharia, transitando depois para o Regimento de Artilharia nº2 onde permaneceu até Outubro de 1896. Nesse ano ainda, passou para o Regimento de Artilharia nº 4, mas, em Novembro, foi requisitado pelo Ministério da Marinha e do Ultramar para a comissão de serviço em Moçambique. Vamos depois encontra-lo em Moçambique, em Abril do ano seguinte, mais propriamente como governador de Gaza. Acompanhando Mouzinho de Albuquerque na campanha que culminou na captura de Gungunhana e na pacificação de Moçambique.

Em Maio de 1897 era o comandante Militar de Tete, região onde fervilhava a revolta contra a presença portuguesa desde o período do Ultimato de 1890. Nessa altura assumiu também as funções de administrador do concelho e de juiz municipal. Nessa missão conseguiu vencer os Majanjas. Permaneceu nessa região até Dezembro de 1898 quando regressa a Portugal. Em 1899 encontramo-lo em Portugal, no Regimento de Artilharia nº5, tendo depois aceite nova comissão de serviço no mesmo ministério.

Em 1900 parte para Angola, desembarcando em Luanda em Março. Assume as funções de Residente da Circunscrição Administrativa de Santo António do Zaire. No ano seguinte foi nomeado para inspecionar o material de guerra da referida província. Em Novembro foi nomeado em comissão especial de serviço para a Colónia Penal Militar e Agrícola onde permanece até finais de Maio de 1902. Vem a Portugal durante cerca de um mês e regressa depois para Luanda. Nesse período foi nomeado para comandante da Coluna de Operações no Distrito de Benguela, onde permanece até Outubro. Participa, em 1902, na campanha do Bailundo, sendo comandante da Coluna Militar do Norte. Em Maio de 1903 regressa a Portugal onde ficou a prestar serviço na 3ª secção da 2ª Repartição da Direcção-Geral do Ultramar.

Regressa a Moçambique em 1906, tendo sido nomeado governador do distrito de Moçambique, cargo que desempenhou entre 7 de Maio e 13 de Outubro de 1910. Em Dezembro de 1910 ascende à patente de major, tendo entretanto regressado a Portugal. Entre 1908 e 1912 promoveu a campanha de pacificação do Angoche.

Em 1908, casou com Estela Henriqueta Maria Godinho Gomes da Costa e, deste casamento, resultaram cinco filhos.

Em Dezembro de 1912 ascende a tenente-coronel e em 22 de Agosto de 1914 foi nomeado Comandante do Destacamento Expedicionário a Moçambique, tendo passado, em Dezembro desse ano a coronel.

Quando assumiu o comando das forças portuguesas enviadas para Moçambique, parte em Setembro de 1914 e tinha como objectivos fundamentais da sua missão proteger a colónia portuguesa da África Oriental das pretensões germânicas, pacificar a região e cooperar com forças aliadas, particularmente os ingleses, se fosse caso disso.

Esta força expedicionária enviada a Moçambique foi preparada em Lisboa num período muito curto de tempo depois de se publicar o decreto de 18 de Agosto de 1914, onde se contemplava as regras de mobilização a utilizar; elas saíam de várias unidades de Infantaria, de Cavalaria, de Artilharia e dos Serviços de Saúde e de Administração Militar com sede em dispersas cidades do Centro e Norte do país. A força era composta por um Quartel-General, um Batalhão de Infantaria, num total de 1039 oficiais e praças; havia ainda uma Bateria de Artilharia de Montanha composta de 221 homens, 22 equinos e 82 muares. Um Esquadrão de Cavalaria com 189 homens e 169 equinos. Assim sendo, uma força combatente com cerca de 1533 homens. Além disso, eram ainda acompanhados por por 2 médicos e 2 enfermeiros, 15 homens da área de Engenharia, alguns condutores e viaturas, bem como pessoal civil como telegrafistas, sapadores-mineiros, entre outros.


[Em continuação.]

A.A.B.M.

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