terça-feira, 16 de outubro de 2018

A GRANDE GUERRA NO PARLAMENTO



LIVRO: A Grande Guerra no Parlamento;
AUTORAS
: Maria Fernanda Rollo e Ana Paula Pires;
EDIÇÃO: Coleção Parlamento, 2018.

“A República Portuguesa ainda não tinha completado quatro anos, quando o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Fernando, e a sua mulher, a duquesa de Hohenberg, foram assassinados por Gravrilo Princip, em Sarajevo, a 28 Junho de 1914. A notícia da eclosão da guerra na Europa chegou ao Parlamento português, pela voz do Presidente do Ministério Bernardino Machado, a 7 de Agosto.

No verão de 1914, quando a guerra na Europa teve início, o exército português tinha apenas três períodos de treino, encontrando-se em plena reorganização e, como tal, mais orientado para a defesa interna do que para qualquer tipo de intervenção na Europa ou em África.  

O volume que agora se edita, analisa e interpreta os debates que ocorreram no Parlamento português, entre agosto de 1914, data da eclosão da Grande Guerra na Europa, e 1921, ano em que se realizou a cerimónia de transladação para o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, dos corpos de dois soldados desconhecidos portugueses, mortos em África e na Flandres. Ficam de fora desta análise dezenas de debates relativos à temática das reparações de guerra e à participação de Portugal na Conferência da Paz, discussões que pela sua importância, especificidade e recorte cronológico, necessitariam, por si só, de um único volume.

O livro mostra-nos um país dividido relativamente à sua posição na intervenção na guerra na Europa e descreve-nos, de forma detalhada, as dificuldades económicas e financeiras sentidas pela República, tanto a nível interno corno externo, durante os anos da conflagração. Analisa em detalhe o papel dos políticos e dos diplomatas, homens de cuja decisão dependeu a intervenção de Portugal na Guerra, criticando a respetiva capacidade de gerir, tanto os impactos da Guerra no país, como as tensões que caracterizaram, ao longo de toda a conjuntura bélica, as relações entre os diferentes agrupamentos políticos e o Estado republicano.

Foram cerca de 62 os parlamentares que, entre 1914 e 1918, combateram na Grande Guerra, na Europa, em África e no Atlântico. Entre estes deputados, alguns sofreram ferimentos graves, como Velhinho Correia ou José Afonso Pala, gravemente ferido em África e que viria a morrer, em 1915, na sequência desses ferimentos, e o primeiro-tenente José Botelho de Carvalho Araújo, eleito deputado em 1911 e grande defensor da intervenção de Portugal na Grande Guerra, morto em combate, no Atlântico, a 14 de outubro de 1918”
 
[in contracapa da obra - sublinhados nossos]
 
 

J.M.M.

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