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O homem não é uma inutilidade num mundo feito, mas o obreiro dum mundo a fazer" [
Leonardo Coimbra]
O
Almanaque Republicano, sopro de antiquíssimos cantares & memória saudosa da "
forte gente", é um pouso aberto da
alma republicana (qualquer que seja a sua viagem iniciática), um cântico largo aos "
apóstolos de 5 de Outubro". Dada à luz por dois cavalleiros d’alma lusitana, mais que trabalho sobre a "
pedra bruta" será sempre essa "
virtude de posição" (
R. Proença), esse locus de passagem, independente e liberta, esse ponto ou condição de "
retrocesso ao seu princípio deslumbrado".
Para recusar a fadiga destes
dies irae (culturais e políticos), diremos que, para V. caros ledores, nesta hora e pensamento nas comemorações do
Centenário da República, entre nós habita o sonho interior da "
República Nacional" (
Sampaio Bruno) como padrão de
vida ética e de
tolerância, essa "
cidade humana" fraterna e livre. Isto é, cumpre não esquecer a exaltação de um republicanismo como "
conjunto de liberdades vivas" (
R. Proença). Como será devido!
Como anteriormente –
AQUI,
AQUI e
AQUI – regressamos, sem pretensões críticas ou conflitos de interpretações, aos textos e peças que, este ano findo, a historiografia contemporânea portuguesa publicou de mais marcante. Nas vésperas das
comemorações do Centenário da República, o nosso álbum de memórias assinala um conjunto
notável de obras originais, assentes em sólidas investigações, pormenorizadas orientações e abundantes sugestões. O espaço e publicação de inúmeros estudos sobre a
Historia da 1ª República marca, decerto, o começo de um novo alvorecer da bibliografia portuguesa para este período e abre caminho a uma frontal e séria abordagem, que julgamos até agora adormecida, do
pensamento republicano e que nos pode (re)conduzir nessa viagem exaltante a essa "
geração sonhadora, generosa e messiânica", a essa experiência da "
regeneração" da alma lusitana.
Por tudo isso a
nossa escolha para 2009, que ocorre num período conturbado da nossa história, sendo a rememoração da
Historiografia Contemporânea Portuguesa de 2009, será sempre para nós
um devir, até porque "
o que há de vivo na tradição não é no passado, mas no presente que existe", como diria
Raul Proença.
Vale!
J.M.M.
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