sábado, 2 de janeiro de 2010

ANO DE 2009: OS MELHORES LIVROS & DEMAIS OFÍCIOS

"O homem não é uma inutilidade num mundo feito, mas o obreiro dum mundo a fazer" [Leonardo Coimbra] O Almanaque Republicano, sopro de antiquíssimos cantares & memória saudosa da "forte gente", é um pouso aberto da alma republicana (qualquer que seja a sua viagem iniciática), um cântico largo aos "apóstolos de 5 de Outubro". Dada à luz por dois cavalleiros d’alma lusitana, mais que trabalho sobre a "pedra bruta" será sempre essa "virtude de posição" (R. Proença), esse locus de passagem, independente e liberta, esse ponto ou condição de "retrocesso ao seu princípio deslumbrado". Para recusar a fadiga destes dies irae (culturais e políticos), diremos que, para V. caros ledores, nesta hora e pensamento nas comemorações do Centenário da República, entre nós habita o sonho interior da "República Nacional" (Sampaio Bruno) como padrão de vida ética e de tolerância, essa "cidade humana" fraterna e livre. Isto é, cumpre não esquecer a exaltação de um republicanismo como "conjunto de liberdades vivas" (R. Proença). Como será devido! Como anteriormente – AQUI, AQUI e AQUI – regressamos, sem pretensões críticas ou conflitos de interpretações, aos textos e peças que, este ano findo, a historiografia contemporânea portuguesa publicou de mais marcante. Nas vésperas das comemorações do Centenário da República, o nosso álbum de memórias assinala um conjunto notável de obras originais, assentes em sólidas investigações, pormenorizadas orientações e abundantes sugestões. O espaço e publicação de inúmeros estudos sobre a Historia da 1ª República marca, decerto, o começo de um novo alvorecer da bibliografia portuguesa para este período e abre caminho a uma frontal e séria abordagem, que julgamos até agora adormecida, do pensamento republicano e que nos pode (re)conduzir nessa viagem exaltante a essa "geração sonhadora, generosa e messiânica", a essa experiência da "regeneração" da alma lusitana. Por tudo isso a nossa escolha para 2009, que ocorre num período conturbado da nossa história, sendo a rememoração da Historiografia Contemporânea Portuguesa de 2009, será sempre para nós um devir, até porque "o que há de vivo na tradição não é no passado, mas no presente que existe", como diria Raul Proença. Vale! J.M.M.

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