sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SILVA LISBOA (PARTE I)


SILVA LISBOA

Nasceu em 5 de Dezembro de 1851, com o nome completo de António Policarpo da Silva Lisboa.

Aos dezasseis anos começou a trabalhar na vida industrial. Vive intensamente as transformações operadas durante a década de sessenta do século XIX, quando as ideias socialistas e republicanas, muitas vezes se misturavam. Assiste às tentativas revolucionárias de implantação da República em Espanha (1873) e França (1870) nos finais da década de sessenta e inícios da década de setenta do século XIX.

Conhecem-se as suas ligações à Nova Livraria Internacional de Carrilho Videira onde se juntavam em tertúlia personalidades como: Eduardo Maia, Silva Pinto, Nobre França, Silva Lisboa e Martins Contreiras.

Trabalhou para a fundação de centros e jornais republicanos, desde o início da década de setenta. Em 1879, o seu nome consta dos corpos gerentes do Centro Republicano Democrático, como presidente da Assembleia Geral. O seu nome pode ser encontrado entre os fundadores do Clube Henriques Nogueira criado em Lisboa, em 1881, de que viria a ser presidente, juntamente com Manuel de Arriaga, António Furtado, Joaquim dos Reis e Silva Graça que visava tentar a unificação do Partido Republicano. Deve recordar-se que por essa época existiam três grandes correntes entre os republicanos: os federalistas, os unitários e os democráticos.

Nesse mesmo ano chegou a ser preso juntamente com outras personalidades republicanas como Gomes Leal e Rafael do Vale, devido a tentarem incendiar o ambiente por causa dos problemas provocados pelo Tratado de Lourenço Marques. Foi ainda eleito para o Directório do Partido Republicano em 1883 juntamente com Elias Garcia, Bernardino Pinheiro e Teófilo Braga.

Foi umas das personalidades fortemente envolvidas nos acontecimentos e manifestações que se realizaram em Lisboa a seguir ao Ultimato Inglês de 1890, tendo protagonizado uma manifestação que se iniciou no café Martinho da Arcada e se dirigiu ao consulado britânico.

Foi presidente da Associação dos Empregados no Comércio de Lisboa, à Caixa Económica Popular e ao Clube Ginástico de Lisboa. Foi ainda delegado da Associação dos Empregados do Comércio de Lisboa no Congresso das Associações e foi eleito para a Junta Departamental do Sul.

Foi candidato republicano pelo Porto em 1887.

Conhecem-se colaborações no seguintes jornais:
- A República Federal, Lisboa, 1869;
- Trinta Diabos Júnior, Lisboa, 1870-1878;
- O Rebate, Lisboa, 1873-1874;
- O Trinta, Lisboa, 1879-1881;
- Folha do Povo, Lisboa, 1881-1898;
- A Era Nova, Lisboa,1882-1885;
- Século, Lisboa, 1881-1983;
- Brasil-Portugal, Lisboa, 1899-1914;

Publicou:
- Município e Federação segundo Henriques Nogueira. Conferência sobre a questão ibérica, Lisboa, 1881.(Conferência onde se abordava a influência de José Félix Henriques Nogueira no pensamento republicano).

Simbólicamente, Silva Lisboa regista civilmente o seu filho com o nome de Henriques Nogueira, tendo por testemunhas do acto António de Oliveira Marreca e Manuel de Arriaga.

Não foi possível localizar a data da sua morte.

Bibliografia Consultada:
- CATROGA, Fernando, Republicanismo em Portugal. Da Formação ao 5 de Outubro de 1910, 2 vols., FLUC, Coimbra, 1991.
- HOMEM, Amadeu Carvalho, Da Monarquia à República, Palimage, Viseu, 2001.
- OLIVEIRA, Lopes de, História da República Portuguesa. A propaganda na Monarquia Constitucional, Editorial Inquérito, Lisboa, 1947.

A.A.B.M.

1 comentário:

Anónimo disse...

Silva Lisboa morreu a 12/12/1920 na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, com 68 anos (Lisboa, 3.ª CRC, liv. 48, fl. 25, n.º 73). Era filho de Francisco Estevão Silva Lisboa, natural da freguesia de Santos-o-Velho de Lisboa, e de Maria da Assunção da Silva Lisboa; casado com Madame da Silva Lisboa, francesa, residente em Paris (é o que consta no seu assento de óbito).