segunda-feira, 23 de julho de 2007

NORTON DE MATOS: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1949



Norton de Matos: Eleições Presidenciais de 1949

Nota: Foto de Ponte de Lima. Legenda: Propaganda Eleitoral de Norton de Matos, em Fevereiro de 1949. Edição de A. Castro-Ponte de Lima [via Vieira Pinto, com a devida vénia]

J.M.M.

NORTON DE MATOS: NOTAS BREVE - PARTE III


Norton de Matos: nota breve – Parte III

José Mendes Ribeiro Norton de Matos parte para Angola onde desempenha o cargo de Governador-Geral (1912-1915). É eleito deputado entre 1915-1917 e 1921-1925, sendo membro do Directório do Partido Democrático. Entretanto surge como Ministro das Colónias em 1915, depois Ministro da Guerra (1915-17) e "interinamente Ministro dos Negócios Estrangeiros" [1915; 1916. cf. Oliveira Marques, 1986]. Faz parte da Junta Revolucionaria da revolta de 14 de Maio de 1915, conspirando contra a ditadura de Pimenta de Castro. Não por acaso exila-se (1917-1919) no consulado Sidonista, ao mesmo tempo que é demitido de exército.

Em 1919 é delegado à Conferencia da Paz e, de novo, tem importante função em Angola, agora como Alto-Comissário (1920-1924). De 1924 a 1926 é o Embaixador de Portugal em Londres. Após a revolução de 28 de Maio de 1926, aparece como tendo acções de resistência, pelo que foi preso e colocado sob residência fixa (1927-1929) nos Açores.

[vidé sobre este período, e a propósito, a correspondência entre Norton de Matos, o General Sousa Dias e os combatentes de Fevereiro de 1927 in "O General Sousa Dias e as Revoltas Contra a Ditadura 1926-1931", por A. H. de Oliveira Marques, Dom Quixote, 1975. Note-se, ainda, a tentativa de criar um Comité Militar para fazer a "revolução", que seria chefiado por Norton de Matos, o que para o efeito levou à entrada clandestina de Jaime de Morais (em Junho de 1927) em Portugal (estava exilado na Galiza), para estabelecer acordos com o grupo do tenente-coronel Ribeiro de Carvalho]

Regressa Norton de Matos a Lisboa, mas de novo volta a exilar-se (1931-1932) no decorrer do 26 de Agosto de 1931. Nessa altura (Julho de 1931) liderava Norton de Matos a Aliança Republicana e Socialista

[movimento formado sob iniciativa de Sá Cardoso, que juntava várias correntes políticas unidas contra a Ditadura, pretendendo obter direitos como partido político e apostando na via legal contra a ditadura, de que faziam parte, além do General Norton de Matos, Mendes Cabeçadas, Hernâni Cidade, Duarte Leite, Ramada Curto, Mário de Azevedo Gomes, Mário de Castro e Tito de Morais, entre outros. A iniciativa de formar uma organização partidária, que aliás colhe alguma abertura por parte do general Carmona não tem efeito, dado a repressão verificada após a tentativa de revolta de 26 de Agosto de 1931, que põe fim às putativas intenções “pluralistas e liberais” do regime, sendo portanto "o canto do cisne do reviralhismo republicano" (cf. História Portugal, de José Mattoso, Vol. VII, 1994)]

Retorna Norton de Matos, em 1933, à sua casa em Algés, passando à reforma compulsiva da Função Pública em 1935. Surge como Presidente do Conselho Nacional do MUNAF (1943-45)

[Movimento de Unidade Nacional Antifascista, constituído em 1943, que editava o jornal Libertação Nacional. Diga-se que só aparece a sigla MUNAF em 1946. Até então o movimento assina CNUAF, ou Conselho Nacional Unidade Antifascista, de que faziam parte, além de Norton de Matos, Bento de Jesus Caraça, Mário de Azevedo Gomes, António Sérgio, Barbosa de Magalhães, José Magalhães Godinho, Fernando Piteira Santos, Moreira de Campos, Dias Amado (via GOLU), Alberto Candeias (via Seareiros), elementos do PCP, do Partido Socialista, da União Socialista, do Partido Republicano, da CGT, entre outros. Desaparece em Outubro de 1945, quando face à inoperância verificada é "lançado" o MUD (cf. Mattoso, 1994). Voltaremos, oportunamente, a este curioso tema]

Candidata-se o General Norton de Matos à Presidência da República (1948-1949) pela Oposição Democrática, vindo a desistir nas "vésperas das eleições". Intervém, ainda, nas eleições de 1953 para a Assembleia Nacional.

Morre em Ponte de Lima, a 2 de Janeiro de 1955.

[a continuarParte IV . A candidatura do General Norton Matos à Presidência da República]

J.M.M.M

NORTON DE MATOS - CAMPANHA ELEITORAL (1949)



"Portugueses!

Se esta candidatura vingar [trata-se da candidatura do General Norton de matos à Presidência da República] (...) o Presidente eleito nomeará um Governo cujos objectivos principais serão iniciar a realização dos planos de reforma que neste manifesto ficam apenas esboçados e promover que se faça no mais curto prazo a eleição inteiramente livre de uma Câmara Constituinte. Dessa Câmara sairá a consagração da nova Democracia pela publicação de uma adequada Constituição Política da República.

Terá desde logo terminado a minha missão, e novo presidente, nos termos daquela Constituição, haverá de ser eleito. Portugal ocupará então o lugar que lhe compete na Organização das nações Unidas e seguirá confiadamente pelos séculos fora na realização da sua missão histórica, servindo sempre a causa da paz e nunca esquecendo o bem da Humanidade"

[Norton de Matos, in Os Dois Primeiros Meses da minha Candidatura à Presidência da Republica, 1949]

J.M.M.

domingo, 22 de julho de 2007

NORTON DE MATOS: NOTAS BREVE - PARTE II


Norton de Matos: nota breve – Parte II

Adere Norton de Matos à Republica em 1910, filiando-se no Partido Democrático. É iniciado maçon na Loja Pátria e Liberdade, nº 332, de Lisboa, do REAA a 17 de Maio de 1912, adoptando o nome simbólico de "Danton" [A. H. de Oliveira Marques, Dicionário da Maçonaria Portuguesa, vol II, 1986]. Transita [face a uma cisão na maçonaria] em 1916 para a Loja Acácia, do RF, na obediência do GOLU, tendo atingido em 1919 o 7º grau ["Príncipe Rosa-Cruz"], ou o 33º do REAA. Foi eleito Grão-Mestre da Maçonaria a 31 de Dezembro de 1929, depois de feroz repressão contra a Ordem [o Palácio Maçónico na Rua do Grémio Lusitano, a 16 de Abril de 1929, é cercado pela polícia e todos os elementos foram presos, tendo-se encerrado o edifício].

Participa em Setembro de 1930 como representante português na reunião da Associação Maçónica Internacional, na Bélgica [in, Para a História da Maçonaria em Portugal 1913-1935, Vega, 1976] e enfrenta, como Grão-Mestre, mais uma "campanha hostil" contra a Ordem, promovida principalmente pelo jornal A Voz [entre eles estão Fernando de Sousa (Nemo) e Da Cunha Dias]. É reeleito Gão-Mestre em Dezembro de 1931. A 21 Março de 1931, Norton de Matos "divulga uma mensagem à Grande Dieta", onde é feita "aceradas criticas" ao discurso de Oliveira Salazar de 30 de Julho de 1930 e à constituição da futura União Nacional. Em 1935, face à publicação da Lei nº1901 [de 19 de Janeiro] sobre as "Sociedades Secretas"

[projecto do deputado José Cabral e a qual Fernando Pessoa responde em artigo publicado no Diário de Lisboa de 4 de Fevereiro de 1935 (um segundo artigo foi “cortado pela censura”), no que resultou uma notável polémica em que intervieram Alfredo Pimenta, Fernando de Sousa ("Nemo"), Artur Bivar (“Malho”), Thomaz Ribeiro Colaço (no Fradique, de que falaremos oportunamente), Manuel Maia Pinto, Rolão Preto (ainda no Fradique, com uma curiosa posição, a de não “atacar” Fernando Pessoa). Vidé ob. cit e, ainda, sobre a acção de Norton de Matos e a polémica havida, “A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo”, de A. H. de Oliveira Marques, Dom Quixote, 1975]

Norton de Matos faz um protesto-exposição ao Presidente da Assembleia da República [datado de 31 de Janeiro de 1935], José Alberto dos Reis [curiosamente maçon], mas não impede a dissolução do Grémio Lusitano, que foi cedido à Legião Portuguesa. Demite-se, entretanto, de Grão-Mestre, para transmitir os seus poderes ao Grão-Mestre-Adjunto, Oliveira Simões, para que a luta, agora na "clandestinidade", pudesse continuar [ler mais aqui]

[a continuar]

J.M.M.

NOTRON DE MATOS - MINISTRO DA GUERRA (1916)


Norton de Matos (em 1916)

Norton de Matos, na altura Ministro da Guerra (1916). Foto de Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico.

J.M.M.

NORTON DE MATOS: NOTAS BREVE - PARTE I


Norton de Matos: nota breve – Parte I

José Mendes Ribeiro Norton de Matos nasce em Ponte de Lima a 3 de Março de 1867. Filho de Tomás Mendes Norton (comerciante e cônsul da Inglaterra em Viana) e de Emília de Matos Prego e Sousa. Seu pai, Tomás Mendes Norton, teve como padrinho de baptismo Rodrigo da Fonseca Magalhães, o que de algum modo parece ter tido marcada influência para que a casa de Viana (a "casa amarela" do pai de Norton de Matos, que foi um refúgio, na época, para quem fugia da violência “cabralista” e da qual Norton de Matos nos conta curiosos acontecimentos) fosse o "baluarte da Regeneração naquela terra minhota" [Norton de Matos, in Memórias e Trabalhos da Minha Vida, Vol. I, 1944].

Seu avô paterno [José Mendes Ribeiro, 1802-1887] pertencia à "burguesia" de Viana do Castelo, foi perseguido pelas suas ideias liberais e, ao que se sabe, foi iniciado na maçonaria.

[de Ponte de Lima?; de Viana do Castelo? cf. Oliveira Marques, História da Maçonaria em Portugal, vol III, 1997. Como foi dito aqui anteriormente, em nota de comentário, é referido por Oliveira Marques a existência de uma loja do Oriente Passos Manuel, ou Maçonaria do Norte ou do Porto, no período 1834 e 1849. De outro modo, a importante entrada sobre Maçonaria na Enciclopédia das Enciclopédia, sob direcção de Fernandes Costa e ed. de Henrique Zeferino de Albuquerque, 1884 – e de que um dia falaremos mais em pormenor – regista que em 1843 alguma lojas da Maçonaria sob o malhete de Passos Manuel – de que há informação escassa - se encontravam "adormecidas", como seria o caso da Loja de Ponte de Lima. Há também informação sobre o assunto via Rita M. Norton de Matos, "A família Norton de Matos" (p. 20) e pelo próprio Norton de Matos, na obra que citamos ]

O seu avô materno Manuel José Matos Prego e Sousa, formado em Direito em Coimbra, era "fervoroso adepto das ideias liberais" [cf. Matos, 1944].

Norton de Matos faz os seus estudos no Colégio do Espírito Santo e, posteriormente, entra como interno para a Escola Académica (na Calçada do Duque), onde acaba os "preparatórios" no verão de 1884. Em seguida matricula-se no Curso de Matemática, na Universidade de Coimbra, que acaba em 1888. Refere o próprio Norton de Matos (ob.cit.) alguns estados de alma da Academia, bem certas peripécias passadas como estudante. Nomeadamente, será curioso salientar uma sua "chamada à lição" de Economia Política, que era cadeira obrigatória do Curso de Matemática, sob o tema "Produção de Riqueza", em que cita abundantemente Proudhon (que considera de grande influencia sobre ele) e Karl Marx. Diz-nos, sobre o episódio da "lição", e transcrevemos: "Mal sabe muita gente que foi esta talvez a primeira vez que se fez em Portugal uma conferencia marxista".

Depois do obter o bacharelato em Matemática, faz as cadeiras de Filosofia para poder ingressar no Curso de Estudos Militares Superiores, onde se matricula em Outubro de 1988. Acabado o curso em 1890, "faz o tirocínio de três anos nas três armas de infantaria, cavalaria e artilharia". Tendo escolhido Cavalaria, é colocado em Cavalaria 4 (em Belém), como alferes, de onde parte para a Índia (1898).

[a continuar]

J.M.M.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

NORTON DE MATOS - ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 1949


Norton de Matos

"Cansado de divergências internas, o Povo Português deseja que todos os habitantes de Portugal sejam acima Portugueses; que a tolerância e respeito pela pessoa humana os ligue a todos e permitam a cada um viver sem o terror desmoralizante da incerteza"

[Norton de Matos, in Manifesto à Nação da sua Candidatura à Presidência da República, 9 de Julho de 1948]

J.M.M.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

MIGUEL BOMBARDA E CÂNDIDO DOS REIS


Miguel Bombarda e Cândido dos Reis

Dr. Miguel Bombarda ["Vítima da Reacção”] e Cândido dos Reis ["Sacrificado pela Pátria"]

J.M.M.

EFEMÉRIDES DE JULHO (II)

Efemérides de Julho (II)

Dia 16
1905 - Augusto José Vieira realiza uma conferência no Clube 8 de Maio.

Dia 17
1897 - É intimado pelo Ministro da Guerra a partir para Lourenço Marques o Dr. Brito Camacho.
1906 - O Mundo publica na íntegra o discurso do Dr. Eduardo Abreu no comício do Porto.

Dia 18
1906 - É entregue ao dr. António José de Almeida uma mensagem coberta de assinaturas republicanas comemorando o dia do seu aniversário.

Dia 19
1900 - Reúne a direcção da Associação Propagadora de Instrucção e Benficência José Elias Garcia.

Dia 20
1906 - Inauguração do Centro Fernão Boto Machado.

Dia 21
1901 - É notificada uma querela a O Mundo.
1906 - Reúne a Comissão Municipal Republicana do Porto para tratar de assuntos eleitorais.

Dia 22
1906 - É eleita a Comissão Distrital Republicana de Coimbra.
1906 - Realiza-se em Beja um banquete em honra do Dr. Aresta Branco.
1907 - Agostinho Fortes realiza uma conferência na Academia de Estudos Livres.

Dia 23
1881 - Funda-se na cidade da Guarda o Centro Republicano Democrático.
1897 - É apreendida a Marselheza e da Folha do Povo.
1897 - É eleita a Comissão Municipal Republicana do distrito de Coimbra.

Dia 24
1896 - É proibida pela polícia uma manifestação liberal à memória de Sara de Matos.
1897 - Proíbe-se um comício republicano em Gaia.

Dia 25
1879 - Realiza-se o primeiro registo civil de casamento em Vila Real.
1897 - A polícia cerca atipografia onde se imprimia O País, impedindo a circulação deste periódico, da Marselheza e da Folha do Povo.

Dia 26
1874 - Morre no Porto o poeta e escritor Guilherme Braga, autor de Os Falsos Apóstolos e do Bispo. O seu funeral realizou-se civilmente.
1889 - No Centro Fraternidade Republicana, no Pateo do Salema, Elias Garcia realiza uma conferência sobre a Revolução Francesa, cujo centenário aquele centro comemorara com grandiosas festas que duraram desde 5 de Maio até 14 de Julho.
1892 - Morre o major Adelino da Cruz, colaborador dos jornais republicanos Batalha e Voz Pública do Porto.
1896 - Trasladação, no cemitério dos Prazeres, de Sara de Matos, do coval onde estava enterrada para o jazigo mandado fazer por subscrição pública.
1908 - Morre no Porto o livre-pensador Adolfo Leite de Magalhães que publicou a poesia Cristo no Vaticano, atribuída a Vitor Hugo.

Dia 27
1873 - Os socialistas portugueses protestam pública e solenemente contra as calúnias da imprensa que deturpa os acontecimentos de Alcoy.

1896 - Morre no Porto o eminente republicano Rodrigues de Freitas.
1907 - O Mundo publica as declarações feitas pelo eminente republicano Dr. Bernardino Machado a um redactor do Matin sobre a crise política em Portugal.

Dia 28
1896 - Realiza-se o funeral civil de Rodrigues de Freitas.
1901 - Realiza-se em Lisboa uma manifestação anti-jesuítica.
1907 - Realiza-se uma grande manifestação de apoio popular ao Dr. Bernardino Machado, na sua casa da Travessa do Pinheiro, recebendo o ilustre republicano durante o dia a visita de muitos correligionários e adesões de todo o país.

Dia 29
1900 - Realiza-se no Porto um banquete para comemorar a concentração democrática.
1907 - O Mundo publica uma carta do antigo ministro da fazenda Augusto Fuschini.

Dia 30
1880 -Sai em lisboa o primeiro número da revista mensal, cietífica e literária Era Nova.
1897 - É proibida a circulação da Marselheza e da Voz Pública.
1899 - o Dr. Teófilo Braga realiza uma conferência na Associação ds Lojistas.
1900 - Promovido pela Federação dos Círios Civis inaugura-se em Lisboa um congresso anti-clerical.
1902 - É querelado O Mundo.
1907 - O Mundo publica, traduzida em português, uma entrevista do redactor do Heraldo, de Madrid, D. Luís Morote com o Dr. Bernardino Machado.
1907 - No Grémio Comércio e Indústria realizou-se um asessão de homenagem ao Dr. Magalhães Lima.

Dia 31
1881 - Inauguração do Centro Eleitoral Republicano Mouzinho da Silveira, na rua de S. Lázaro, 15, 2º.
1907 - O Mundo anuncia a colaboração diária do escritor e jornalista republicano João Chagas.

A.A.B.M.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

BULHÃO PATO (FOTO)


Bulhão Pato no Largo das Cortes

Bulhão Pato [o 2º da esquerda, de barba branca] e Moreira d'Almeida, no Largo das Cortes, Lisboa.

Foto de A. Novais

J.M.M.

A IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE COIMBRA (II)


Coimbra

7 – O Conimbricense
Bi-semanário [durante o seu longo historial teve outras periodicidades].
Director e Proprietário: Joaquim Martins de Carvalho e mais tarde seu filho, o general Francisco Augusto Martins de Carvalho.
Colaboradores: entre muitos e importantes contributos de figuras das letras no século XIX e inícios de XX podemos apontar Abílio Roque de Sá Barreto, Alberto Bessa, Aníbal Fernandes Tomás, António Feliciano de Castilho, António Francisco Barata, António José Teixeira, António de Serpa Pimentel, Augusto Xavier da Silva Pereira, Inocêncio Francisco da Silva, Joaquim Possidónio da Silva, José Liberato Freire de Carvalho, José Luciano de Castro, José Silvestre Ribeiro, Júlio César Machado, Luciano Cordeiro, Sousa Viterbo, Teófilo Braga, Tomás Ribeiro, etc.
Iniciou em 24-1-1854 e terminou em 31-8-1907, com o número 6230.
O director deste jornal aproxima-se do ideal republicano durante a década de 80 do século XIX, mas não conseguimos apurar a data exacta.


8 - O Trabalho
Semanário democrático.
Redactor: Manuel Emídio Garcia
Colaboradores: Fernando Crisóstomo, Adriano Antero, entre outros
Considerado por Magalhães Lima “o primeiro jornal franca e desafogadamente republicano”.
Publicou 11 números entre 17-3-1870 e 20-6-1870.


9 - A Justiça
Bi-semanário.
Redactores: José Falcão, Augusto Rocha, Alexandre da Conceição, entre outros.
Iniciou publicação em 1-2-1878 e terminou em 27-7-1878, com o número 48.

10 – Partido do Povo
Semanário republicano. Órgão do Partido Republicano Democrático Evolucionista.
Fundador: Manuel Emídio Garcia
Colaboradores: Latino Coelho, Rodrigues de Freitas, Bernardino Pinheiro, Eduardo Maia, Jacinto Nunes, Alves da Veiga, Feio Terenas, entre outros.
O número programa foi lançado em 1-2-1878 e o primeiro número foi publicado a 15-2-1878 e termina em 31-8-1879, número 154, quando a partir daí passa a publicar-se em Lisboa, dando mais tarde origem ao jornal O Trinta, já em Lisboa.

[a continuar]

A.A.B.M.

terça-feira, 17 de julho de 2007

ANTÓNIO BAETA: O SONHO - VENITE AD ME


O Sonho - Venite Ad Me

"O celebre quadro que tanto deu que falar, e que tanta critica provocou, executado por António Baeta, e encomendado a este notável pintor, representando na figura prestimosa do Dr. Bernardino Machado, a personificação do ideal republicano, que outra coisa não foi a doutrina de Jesus Cristo, tão adulterada pela cleresia.

O Sonho’ representa Jesus Cristo aparecendo ao Dr. Bernardino Machado, e pedindo-lhe auxilio para o livrar d’um mau clero que lhe estraga a sua obra como quem diz: Acode-me! Livra-me desta …!"

J.M.M.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

A IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE COIMBRA (I)


Para elaborarmos esta pequena pesquisa sobre a imprensa republicana no distrito de Coimbra, servimo-nos da obra de A. Carneiro da Silva e Fernando Pinto Loureiro, Jornais e Revistas do Distrito de Coimbra, publicado em 1947 pela Câmara Municipal de Coimbra. Utilizamos ainda o imprescindível Silva Pereira, entre outros.

Arganil
1 – O Franco Liberal
Jornal patriota.
Semanário.
Director: Agostinho Albano da Costa Carvalho.
Tipografia: Imprensa Sarzedo
Iniciou publicação a 23-9-1905 até ao número 30, mas sem indicação de data.
[Nota: Não conseguimos encontrar referências a esta publicação nem na BN, nem na BGUC.]

Cantanhede
2 – A Voz do Povo
Folha semanal.
Semanário republicano.
Proprietário e Director: Francisco Silva
Lançado em 6-1-1889, publicando pelo menos 6 números, até 10-2-1889. [Estes são os que existem na BN. Silva Pereira refere que este periódico teria terminado em Setembro de 1889, mas não foi possível confirmar esta informação.]

3 – O Defensor do Povo
Folha política, literária e noticiosa.
Semanário [???]
Proprietário e Director: M. Eduardo Pessoa.
Publicação iniciada provavelmente no início de 1889, com grande probabilidade de ser continuador de A Voz do Povo, porém sem dados concretos que sustentem esta ideia. Publicou pelo menos 38 números até 22-9-1889.

4 – A Liberdade Popular
Semanário
Proprietário e Director: Carvalho Neves
Colaboradores: Albano Coutinho, Delfim Gomes, entre outros.
O primeiro número publicou-se em 14-6-1891 e o último foi o número 5 em Julho de 1891, após várias querelas judiciais acabou por ser suspenso.

5 – Tesouradas
Leitura vermelha e anthelmíntica.
Revista republicana.
Director: Carvalho Neves
Colaboradores: Teixeira de Brito, Cunha e Costa, etc.
Começou publicação em Fevereiro de 1892, na sequência da suspensão do jornal anteriormente referido. [Terá publicado só um número???]

6 – Notícias de Cantanhede
Semanário republicano.
Director: Francisco Reis da Silveira Magalhães.
Colaboradores: Joaquim Gomes Monteiro, entre outros
Começou a publicar-se em 27-2-1910 e termina ao número 362 em 1-11-1917.

Foto: Armando Carneiro da Silva [1912-1992]

A.A.B.M.

RAUL PROENÇA - PÁGINAS DE POLÍTICA


Raul Proença - Páginas de Política

in, Seara Nova

J.M.M.

domingo, 15 de julho de 2007

A IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE BRAGANÇA


Para a realização da pesquisa no distrito de Bragança socorremo-nos, para além do inevitável e imprescindível livro de Augusto Xavier da Silva Pereira e que temos referido nos anteriores posts. Utilizámos também a importante obra do Abade de Baçal, Francisco Manuel Alves, Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, XII vols, que acrescentou dados sobre a imprensa da região no vol. VII. No entanto, não dedica grande importância ao papel da imprensa regional e local, pois não identifica os colaboradores dos diferentes jornais.

Alijó
1 – Correio de Alijó
Semanário democrático, literário e noticioso.
Director: Ricardo Moreno
Proprietário: José Pinto da Fonseca
Redacção: Alijó
Impressão: Régua
Começou a publicar-se em 6-11-1884 e terminou no ano seguinte [Cf. Silva Pereira], porém a BN só tem três números, entre 6 e 24-11-1884. [Existiriam mais números???]

Bragança
2 – O Democrata
Órgão da Democracia no distrito de Bragança.
Responsável: Manuel Rodrigues Bastos.
Impressão: Tipografia Brigantina.
O primeiro número data de 18-1-1896 e termina provavelmente em Maio de 1896, quando se transformou na Voz da Pátria de que falamos a seguir.

3 – Voz da Pátria
Semanário republicano do distrito de Bragança.
Impressão: Tipografia Brigantina.
Teve início em 1-5-1896 e publicou-se até 15-6-1896.

4 – A Pátria Nova
Pela República.
Director: João de Freitas e mais tarde Júlio Rocha.
Impressão: Tipografia Minerva.
Publicou-se pela primeira vez em 31-1-1908 e findou em Maio de 1914. [Não existe na BN]

Mirandela
5 – Voz do Tua
Folha democrática.
Bi-semanário: publicava-se às quartas e domingos.
Proprietário: Amadeu Sanchas[?] Barreto.
Director: Alves Moraes.
Começou a publicar-se em 8-8-1886 e terminou em 2-1-1887, número 34. [Silva Pereira referia que em 1889 este jornal ainda continuava em publicação, mas na BN termina com a numeração acima descrita, quem terá razão???].

[Na fotografia acima temos o Abade de Baçal, Francisco Manuel Alves, autor da obra que nos forneceu algumas das informações utilizadas.]

A.A.B.M.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

REPÚBLICA PORTUGUESA - PAZ LIBERDADE TRABALHO


República Portuguesa

"Republica Portuguesa. 5 de Outubro de 1910 - Paz Liberdade Trabalho"

Fotos de Teófilo Braga, António José de Almeida e Eusébio Leão"

J.M.M.

A IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE BRAGA (II)

Celorico de Basto

7 – O Minho Democrático
Revista política, científica, literária e noticiosa
Quinzenário
Redactor: Conceição Carranca
Impressão: Porto
Começou a publicar-se a 30-04-1884 e terminou logo no mês seguinte.

Fafe

8 – O Rubro
Jornal político e literário.
Bi-semanário.
O primeiro e provavelmente o único número publicou-se a 13-08-1883.

Guimarães


9 – O Futuro
Periódico democrático, literário e noticioso.
Bi-semanário: publicava-se às quintas-feiras e domingos.
Director: Benjamim Vasques de Mesquita
Redacção e Administração: Rua de Santa Luzia, 145
Publicou o primeiro e, tudo indica, único número, em 27-06-1886.


10 – A Época
Semanário político, literário e noticioso.
Redactor: Teotónio Gonçalves.
Redacção e Administração: Rua de Paio Galvão, 8, 1.º, e posteriormente Rua de S. Francisco.
Publicou o primeiro número em 24-8-1886 e terminou com o n.º 4, em 7 de Outubro do mesmo ano.

11 -Alvorada
Semanário.
Director e Proprietário: A. L. de Carvalho
Redacção e Administração: Rua Nova do Comércio.
Tipografia Minerva, Rua de Paio Galvão.
Saíu o primeiro número em 1-6-1907 e terminou com o n.º 4, em 23 de Junho do mesmo ano.


12 - Jornal de Guimarães
Órgão da Comissão Municipal Republicana.
Director: António Lopes de Carvalho.
Tipografia de António da Silva Carvalho, Rua de S. Dâmaso.
Saiu o primeiro número em 17-4-1910 e findou com o n.º 3.

Póvoa de Lanhoso
13 – Maria da Fonte (heroína de Lanhoso)
Semanário noticioso, literário e agrícola.
Publicava-se aos domingos, actualmente publica-se à sexta-feira.
Responsável: Martins de Oliveira
Redactor: Azevedo Coutinho
Começou publicação em 3-1-1886 e ainda se mantém em publicação.

14 – Folha Democrática
Semanário republicano.
Redactor: Gonçalo Sampaio (1865-1937)
Iniciou publicação em 2-2-1888 e continuou até 22-08-1889 com o número 30.

[Nota Importante: a pesquisa sobre o concelho de Guimarães foi facilitada devido ao trabalho realizado na Casa de Sarmento ao elaborar uma pequena ficha de cada jornal e colocando os cabeçalhos que tomamos a liberdade e a responsabilidade de reproduzir]

A.A.B.M.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE BRAGA (I)


No distrito de Braga houve um forte movimento da imprensa durante o século XIX e mesmo o século XX. Nos diferentes concelhos da região, encontram-se vários órgãos ligados ao Partido Republicano que começaram a publicar-se antes da implantação da República. Assim, encontraram-se, ainda provisoriamente, uma dúzia de jornais, mas com grandes possibilidades de ser alargada. Esperemos que alguém na região nos envie mais informações sobre a situação e algumas eventuais correcções a realizar.

Amarante
1 – Jornal de Amarante
Folha bi-semanal, agrícola, comercial e noticiosa.
Proprietário: Ricardo P. A. Vasques
Impressão: Lisboa
Iniciou publicação em 18-06-1886, número único [???]

Barcelos
2 – A Ideia Nova
Semanário democrático barcelense.
Publicava-se aos sábados.
Redactor: Dr. António Martins de Sousa Lima, médico
Proprietário: M. F. S. Vianna
Redacção e Administração: Rua de S. Sebastião- Barcelos
Tipografia da Ideia Nova: Rua de Santa Cruz.
Tendo iniciado publicação em 22-09-1885, veio a terminar na IIIª série, nº 61, de 09-09-1893.

Braga
3 – O Popular
Editor Responsável: A. A. Monteiro
Impressão: Tipografia do Colégio dos Órfãos
Terá iniciado publicação em 1865 e terminou no ano 4, nº 164, de 29-12-1869.
[Silva Pereira aponta-o como ligado ao Partido Republicano, mas este partido ainda não existia formalmente, pelo que se poderá considerá-lo proto-republicano, ou com colaboradores que apontavam para estes ideais.]

4 – A Pátria
Semanário republicano.
Publicava-se às segundas-feiras.
Proprietário: J. F. Carneiro Braga
Redactor: Manuel de Oliveira
Administrador: Bento de Oliveira
Redacção e Administração: Rua de S. Marcos, 74, 1º
Iniciou publicação a 20-03-1892 e termina em data que não conseguimos apurar.

5 – O Radical
Pela Pátria e pela República.
Semanário republicano.
Editor Literário: Domingos de Azevedo.
O primeiro número foi publicado em 05-09-1898, terminando em data desconhecida.

6 – O Radical
Semanário republicano.
Director: Dr. Joaquim José de Oliveira.
Iniciou publicação em Abril de 1910 e não se conseguiu determinar a data em que terminou.

A.A.B.M.

domingo, 8 de julho de 2007

BERNARDINO MACHADO


Grandes Vultos do Pensamento Republicano: Bernardino Machado

Com selo da Edição dos CTT (1ª série). Desenho de Victor Santos - posto a circular a 4 de Outubro de 1979

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J.M.M.

sábado, 7 de julho de 2007

IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE BEJA (I)


Durante o século XIX encontramos poucos periódicos que se encarreguem de difundir o ideal republicano no Distrito de Beja, baseando-nos na informação fornecida por Augusto Xavier da Silva Pereira, O Jornalismo português. Resenha cronológica de todos os periódicos Portugueses publicados no Reino e no estrangeiro,desde o meado do século XVII até à morte de D. Luís I, Lisboa,1896 encontramos somente três jornais:

Beja

1 - Folha do Povo
Semanário político, literário e noticioso.
Impressão: Tipografia Sousa Porto & Vaz
Inicia publicação em 20-03-1872 durando até ao nº 163, de 1-04-1874.

[Em nossa opinião não poderemos considerar ainda um jornal republicano, mas proto-republicano ou com tendências republicanas, porque na realidade nesta altura ainda não existia um Partido Republicano organizado, existiam algumas figuras que já defendiam a mudança de regime mas eram ainda encaradas como simples lunáticos].

2 - Independência
Semanário político, industrial e agrícola.
Impressão: Tipografia Sousa Porto & Vaz
Começa a publicar-se em Abril de 1873 e prolonga-se pelo menos até Agosto desse ano[???].

[Como a Biblioteca Nacional não apresenta no seu catálogo este periódico, torna-se difícil determinar quando começou e quando terminou esta publicação, bem como quem eram os seus colaboradores mais frequentes. Agradecemos informações complementares...]

3 - O Nove de Julho
Folha política, literária e noticiosa.
Inicia publicação em 9 Jul. 1885 e publica-se até ao 25º ano, (5 Mar. 1910), número 1759.
Publicava-se às quintas feiras.

A.A.B.M.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

REPÚBLICA PORTUGUESA


República Portuguesa

Postal da "Republica Portugueza", com retratos de Alberto Carlos da Silveira, Dr. Augusto de Vasconcellos, Dr. Celestino d'Almeida, Duarte Leite, João Chagas, Dr. Joao de Menezes, Dr. Manoel d'Arriaga, Dr. Mello Leotte, Sidonio Paes.

[via Arquivo Vieira Pinto, com o nosso agradecimento]

J.M.M.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

EFEMÉRIDES DE JULHO (I)

Dia 1

1867 - Decreta-se o Código Civil. Este código foi elaborado por Barjona de Freitas e pelo Visconde da Ribeira Grande.
1867 - É abolida a pena de morte e de trabalhos públicos em Portugal, estabelece-se a pena de prisão celular e a reforma do júri.
1870 - Sai no Porto o primeiro número do semanário republicano O Combate.
1893 - Julgamento dos estudantes Carlos Amaro, Emílio Costa, Carlos Marques e José Barroso, por serem autores de um artigo publicado no semanário Barricada intitulado "Ao Rei". Foram condenados a vinte dias de prisão e a 100$000 réis de multa.
1895 - Realiza-se um sarau anti-jesuítico no Salão Terpsichore, à Praça das Flores (Lisboa).
1897 - É querelada a Marselheza.
1906 - O Dr. José Benevides, antigo membro do Directório do Partido Republicano parte para S. Tomé e Principe.

1906 - É eleito no Porto o Congresso do Partido Republicano, ficando assim constituído: Dr. Bernardino Machado, Afonso Costa, António José de Almeida, António Luís Gomes, Celestino de Almeida; como suplentes: Albano Coutinho, Francisco Fernandes Costa, João José de Freitas e Inácio de Magalhães Basto.

Dia 2

1881 - Sai no Funchal o primeiro número do semanário republicano O Independente.
1882 - Comícios realizados em Lisboa, Almada e Coimbra contra o sindicato da Salamancada.
1882 - Realiza-se em Pedrouços (Lisboa) - Hotel Tejo, um banquete republicano com 120 talheres, em homenagem aos quatro membros do Clube Fernandes Tomás que tinham sido condenados a prisão por fazerem parte dos corpos gerentes daquela agremiação.
1885 - Fundação, em Lisboa, da Associação do Livre Pensamento.
1902 - Morre no Porto o sr. Joaquim Bessa de Carvalho.

Dia 3

1881 - Sai em Lisboa o primeiro número do semanário republicano A Scentelha.
1881 - É preso na cadeia do Limoeiro o poeta Gomes Leal, autor do Hereje e do Anti-Cristo, por ter escrito a Traição.
1881 - É inaugurado em Alcântara (Rua do Livramento, nº 88), o Clube Razão e Justiça, sob a presidência de Sebastião de Magalhães Lima.
1900 - Nova querela sobre o jornal Pátria.

1908- O Dr. Miguel Bombarda refere-se na Câmara dos Deputados, à necessidade do estabelecimento do Registo Civil obrigatório, dissertando sobre as religiões, com que o Estado nada tem, protestando contra a intervenção do clericalismo na governação pública e declarando-se anti-clerical.

Dia 4

1833 - Morre Borges Carneiro um dos paladinos da Revolução de 1820, preso no forte de S. Julião da Barra.
1880 - Inicia publicação no Porto o semanário republicano O Estado do Norte.
1880 - Banquete no Bairro Camões, presidido por Manuel de Arriaga e oferecido à Câmara Municipal e Comissão Executiva das Festas Camoneanas.
1897 - É publicado por Eduardo Augusto Pinto, o Guia do Registo Civil.
1906 - O Directório do Partido Republicano envia um telegrama de saudação ao Presidente da República Francesa.

Dia 5

1876 - Nasce em Borba o Dr. Caldeira Queiróz.
1876 - Morre Francisco José Nunes.
1881 -Reunem-se vários centros republicanos para protestarem contra a prisão do poeta Gomes Leal.
1897 - É querelada a Marselheza.
1908 - Realiza-se um comício no Porto contra os adeantamentos à Casa Real, havendo tumultos, cargas de cavalaria e várias prisões.

Dia 6

1902 - É instituído o prémio Luís Derouet na Escola 31 de Janeiro.

Dia 7

1880 - Nasce no Funchal o Dr. Carlos Olavo.
1883 - Morre em Lisboa, Canuto Félix António Moreira, um dos fundadores da Associação Escolar Fernandes Tomás, e ainda que anonimanente foi um dos homens a quem o Partido Republicano deve a realização de importantes serviços.
1897 - Morre em Viseu o saudoso republicano Dr. António Correia de Lemos.
1906 - No Porto, à chegada do chefe de governo há manifestações republicanas.
1906 - Reúne a direcção do Grémio Federal Republicano.
1906 - Reúne a Comissão Municipal Republicana do Porto.
1906 - O Directório do Partido Republicano convida o povo do Porto a um comício público no dia 15 de Julho.
1908 - A Associação do Registo Civil resolve , em nome do povo de Lisboa, entregar uma representação reclamando o Registo Civil obrigatório.

Dia 8


1840 - Nasce o Dr. Manuel de Arriaga na Horta (Açores).
1906 - Reune-se em Guimarães o Congresso Regionalista do P.S.P.
1906 - O Dr.Bernardino Machadoé solicitado por um influente de Aviz a ir àquela localidade realizar uma conferência.


Dia 9

1882 - Comício em Aveiro contra o sindicato da Salamancada.
1906 - Chega a Lisboa o abade Paes Pinto que é recebido com grandes manifestações republicanas.
1906 - O sr. Sá Pereira realiza uma conferência no Centro Republicano Rodrigues de Freitas.

Dia 10

1881 - Manifestações republicanas em Carrazeda de Ansiães, por ocasião da feira mensal.
1906 - Fica definitivamente instalado na sua sede o Centro Eleitoral Republicano Democrático Elias Garcia, na Cova da Piedade.

Dia 11

1885 - Augusto Fuschini apresenta no Parlamento um projecto de lei sobre o trabalho dos menores.
1906 - Assinala-se o aniversário da morte do valioso republicano Sebastião Correia Saraiva Lima.
1908 - João Chagas realiza em Lisboa uma conferência sobre os adeantamentos.

Dia 12

1780 - Nasce Mouzinho da Silveira.
1880 - Inicia publicação no Porto o semanário O Republicano.
1897 - São apreendidos os jornais País e Marselheza.
1900 - Ernesto da Silva inicia a sua colaboração com o jornal Pátria.
1902 - O ministro Teixeira de Sousa estabelece o Registo Civil para os estados da Índia, mas mandando-os efectuar respectivamente por párocos, regedores e chefes dos comandos militares.
1906 - Chega a Lisboa D. José de Salmeron, filho do patriarca republicano espanhol D. Nicolau de Salmeron.
1906 - É eleita a Comissão Paroquial Republicana de S. José [Lisboa ???].

Dia 13

1878 - Sai em Lisboa o primeiro número do semanário republicano A Bandeira Republicana Democrática.
1906 - Parte para Cabanas [Carregal do Sal], o abade Paes Pinto, um dos revolucionários do 31 de Janeiro.

1908 - Afonso Costa realiza um notável discurso sobre a questão dos adeantamentos na Câmara dos Deputados.

Dia 14

1878 - Realiza-se um comício republicano no Porto, em que Rodrigues de Freitas apresenta o seu programa como candidato republicano.
1889 - Terminam, no Páteo do Salema (Lisboa), as festas comemorativas do 1º Centenário da Tomada da Bastilha.
1901 - Realiza-se em Lisboa, no Restaurant Paris, um banquete organizado pelos revolucionários portugueses.
1908 - O Dr. Miguel Bombarda entrega na Câmara dos Deputados a representação da Associação do Registo Civil, pedindo a obrigatoriedade do registo civil. A comissão era composta por Teófilo Braga, Magalhães Lima e Botto Machado.
1908 - Afonso Costa bate-se em duelo com o Conde de Penha Garcia, devido às acusações de Afonso Costa de cumplicidade no escândalo dos adeantamentos por parte do segundo.
1908 - Constitui-se em Lisboa o Grupo Anti-Clerical 14 de Julho de 1908.

Dia 15

1873 - Bernardino Machado toma o grau de bacharel pela Universidade de Coimbra.
1885 - É criada em Lisboa a Associação Propagadora do Livre Pensamento. Esta associação publicou a revista mensal Livre Exame.
1889 - Realiza-se em Paris o Congresso Internacional Socialista onde os socialistas portugueses estão representados por Viterbo de Campos e Luís de Figueiredo.
1906 - Realiza-se no Porto um grande comício republicano presidido pelo Dr. Nunes da Ponte, proferindo discursos na ocasião os Drs. Eduardo d'Abreu, Afonso Costa e António José de Almeida.
1906 - Em Lamego realiza-se uma conferência republicana com o sr. Dr. Antão de Carvalho.
1906 - Realiza uma conferência no Centro Rodrigues de Freitas, o sr. Augusto José Vieira.

A.A.B.M.

terça-feira, 3 de julho de 2007

"CLERO MAÇÓNICO". O JORNAL A LUZ [PARTE II]: A LOJA FRATERNIDADE DE FARO

A LOJA FRATERNIDADE DE FARO

Registemos, seguindo o texto do jornal A Luz, alguns desses eclesiásticos.

1801 – Padre José Joaquim Monteiro de Carvalho e Oliveira [venerável da Loja Concórdia, confere "grau de Grão-Mestre ao Marquês de Loulé"].

1821Frei Francisco da Ave-Maria (preso por ser maçon)

1822 – No quadro da Loja Fraternidade no Or. de Faro, faziam parte:

- D. Joaquim de Santa Anna Carvalho (Mirabeau), venerável – Bispo do Algarve
- Domingos Maria Gaivão Peixoto (Orestes), 1º vigil – Arcediago da Sé de Faro
- Frei António da Paixão (Séneca), 2º vigil. – Franciscano
- Fr. António Evangelista Nobre (Demóstenes), Orador – Prior da Vila de Albufeira
- João José de Mattos (Ademeto), Secretário – Chantre na Sé e Governador do Bispado
- Filipe Joaquim Gonçalves de Szª (Lalande), Tesoureiro - Cónego da Sé
- Joaquim Manoel Rasquinho (Apeles), Chanceler - Cónego da Sé
- Francisco de Assis Torreira (Temistocles), Mestre-de-Cerimónias – Presb. Secr. Mitra
- Manuel da Silva de Mendonça (Suetonio), 1º Exper. – Cónego da Sé
- Fr. Francisco da Conceição Pires (Catão), 2º Exper. – Franciscano
- Pedro Rodrigues Taveira (Bruto), Arch. Decor. – Beneficiado da Sé
- Pedro José de Santa Barbara (Sertório), Guar. Inter. – Major Artª 2
- Joaquim Carvalho (Cornwel), Guard. Exter. – Mordomo do Bispo
- Fr. António de Loulé (Menelao) – Ex-provincial da Piedade
- António Soares de Almeida Pinto (Demétrio) – Escrivão da Câmara Eclesiástica
- Hermogenes da Conceição Ribeiro (Viriato) – Prior de Santa Maria de Tavira
- D. José d'Assumpção Leote (Caligula)– Cónego Penitenciário
- José Elias dos Santos Tavares (Nortor?) – Beneficiado da Sé
- José Rodrigues Correia (Gracho) – Professor de Retórica
- Francisco dos Santos Silva (Arquimedes) – Beneficiado da Sé
- Gaspar Limpo Leitão de Aguiar (Pirro) – Proprietário
- Ant´nio de Santa Anna Belo (Agripa) – Beneficiado da Sé
- António Xavier Boto Faísca (Cícero) – Advogado
- Pedro Rodrigues Taveira (Belizario) – Cap. de Ordenanças
- Fr. Francisco de Beja (Melchiades) – Guardião Convento de Santo António
- Pedro Vito de Andrade (Pope) – Juiz de Alfândega
- Manuel Rodrigues de Mello (Platão) – Juiz de Fora
- João Nobre da Costa (Sólon) – Beneficiado da Sé
- Luiz José d’Almeida (Zoroastes) – Dto. em S. Pedro
- Felis Manoel d’Andrade (Mário) – Pagador Militar
- José António dos Santos Cavaco (Scipião) – Alferes de Ordenanças
- Bernardo Francisco de Sousa (Licurgo) – Clérigo secular
- Fr. António de Sant’Anna Correia (Marmontel) – Capelão Reg. Art. 2
- José Francisco Brazão (Ulisses) – Major reformado Inf. 14

Foto: reprodução do último número do jornal A Luz.

[a continuar]

J.M.M.

"CLERO MAÇÓNICO". O JORNAL A LUZ - PARTE I


"Clero Maçónico" (O Jornal A Luz)

Um nosso amigo leitor, Carlos Gomes, referiu em nota-de-comentário, a propósito de Ponte de Lima, uma personagem notável - não só pela muita erudição revelada [vidé p. ex., "Elogio Histórico do Sócio Effectivo D. Fr. Francisco de S. Luiz ...", por Latino Coelho, in Memorias da Academia Real das Sciencias de Lisboa, Tomo II, Parte I, 1857] mas também pelo desempenho, actividade e cargos políticos, académicos e eclesiásticos que exerceu -, o Cardeal Saraiva, aliás D. Fr. Francisco de S. Luís ou Francisco Justiniano de Saraiva [1766-1845]. Esse curioso "eclesiástico, escritor e político" que nos legou copiosas antiqualhas, esse beneditino liberal e maçon [Ir. Condorcet], foi - e, por isso, a razão destas observações – um dos muitos eclesiásticos que ingressaram na Ordem Maçónica e à qual deram porfiadas provas.

Ora, num texto saído no importante jornal, A Luz

[semanário maçónico, editado pelo Grémio Luso-Escocês (mais tarde, pelo Grémio Lusitano), Ano I, nº 1 (6 de Abril de 1918) ao Ano XI, nº 200 (1 de Novembro de 1928, aliás nº 198, de 1 de Novembro de 1926 – vidé Oliveira Marques, in Dicionário de Maçonaria Portuguesa, vol II, Delta, 1986).

Proprietário: Jaime H. Martins Mangas (a partir do Ano VI, nº 166 de 1/03/1924, pertence à Câmara de Estudos Filosóficos e Sociais). Editor: Francisco Renovato Marinho (a partir do Ano VI, nº 166, Salvador João Alves dos Santos): Director; Luiz de Mello e Athayde (a partir do Ano VI, nº 166, Salvador Saboya). Secretário da Redacção: Virgílio Saque (a partir do Ano III, nº 98, o secretário da redacção é Salvador Saboya e V.S. passa a redactor-principal). Redacção e Administração: Rua de S. Pedro de Alcântara, 55, 1º, Lisboa. Administrador: Zacharias Maria Pereira de Lima (a partir do Ano VI, nº 166, Teles de Lemos). Composto e Impresso na Rua de S. Bento, 24, Lisboa (a partir do Ano I, nº10, na Typ. Universal, R. do Diário de Notícias, 78, 2º, Lisboa).

Colaboração e escritos de: A. Cruz, Álvaro Neves, Alves dos Santos (importante maçon de Coimbra), Amaral Frazão, Ana de Castro Osório, D. Francisco de Noronha, Cândido de Carvalho, César da Silva,Eduardo de Aguillar Eduardo Moreira, Eugénio Pereira Figueiredo Lima, J. Fernando Alves, José Bernardo Ferreira (c/ importante artigo ao longo de vários números, “A Maçonaria Universal”), Godefroy de Bouillon, Leonardo Coimbra, Magalhães Lima, Maria Clara Correia Alves, Trindade Coelho, Vasco de Magalhães]

de 21 de Dezembro de 1918 (Ano I, nº35, p.3) e, precisamente, intitulado "Clero Maçónico", vem referido um conjunto de membros da igreja que foram iniciados na maçonaria portuguesa.

[a continuar]

J.M.M.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

domingo, 1 de julho de 2007

IMPRENSA REPUBLICANA NO DISTRITO DE AVEIRO (II)

Castelo de Paiva

10 – Gazeta de Paiva, semanário [???]
Fundador: Júlio Strecht de Vasconcelos (1856-1896)
Editor: Abel Moreira da Fonseca
Impressão: Tipografia Literária
Sede: Rua D. Pedro – Porto
O 1º número publicou-se a 1-10-1894 e o último de que temos conhecimento foi o número 28 em 6-11-1919.



Ovar

11 – A Pátria, semanário republicano
Director: António Valente de Almeida
Administrador: Fernando Artur Pereira
Redacção: no Centro Republicano, Rua de Santa Ana
Impressão: Imprensa Civilização, Porto.
Inicia publicação em 30-04-1908 e termina em 15-04-1928. Este jornal, tal como os referidos no post anterior sobre esta temática, podem ser consultados online no BIBRIA.

Vila da Feira

12 – Democrata Feirense, semanário republicano
Director: Victorino de Sá, sendo substituído mais tarde pelo Dr. Joaquim Santiago.
Fundado em 1905.

Surgem-nos algumas dúvidas quanto ao facto de não serem referenciados outros jornais republicanos em alguns concelhos do distrito de Aveiro, mas as nossas limitadas fontes só nos apontam para esta dúzia de representantes locais do Partido Republicano.

A.A.B.M.

HISTÓRIA DO REGIMEN REPUBLICANO EM PORTUGAL


História do Regímen Republicano em Portugal

Publicada por Luís de Montalvor. Lisboa/MCMXXX-MCMXXXII. (Tipografia da Emprêsa do Anuário Comercial). 2 vols. 24x31 cm. 388-IV e 416 págs. E.

"Obra de extremo rigor colaborada por autores da maior competência e que são: Jaime Cortesão, Agostinho Fortes, Joaquim de Carvalho, Francisco Reis Santos, Manuel Maria Coelho, Lopes de Oliveira, Luz de Almeida e ainda Bourbon e Menezes. Abundante e valiosa documentação iconográfica, constituída por retratos, mapas, facsimiles de livros, jornais e revistas, caricaturas, etc., etc., tudo impresso em folhas à parte, sendo algumas a cores. Excelente e luxuosa edição da Editorial Ática. Encadernações originais do editor, em pele com ferros a ouro ..."

in Catálogo do mês de Julho da Livraria (Alfarrabista) In-Libris, Porto

J.M.M.

MANIFESTO DO CENTRO PROMOTOR DE MELHORAMENTOS DAS CLASSES LABORIOSAS


"... Depois de ouvir o alarido das greves e o estrondo das batalhas, acordou de sobressalto, levantou-se e, estendendo os olhos pelo horizonte, viu ao longe um clarão imenso: eram as chamas ateadas pela Revolução Operária de Paris, nos Paços do Poder momentaneamente derrubado. O operariado já não deve ser como o irracional, a que soltam do trabalho só o tempo necessário para dormir e refazer-se das forças, e a que dão o alimento indispensável somente para não morrer. O operário deve ser um homem com os meios precisos para viver bem; com o tempo suficiente para se instruir e descansar; deve ser um homem no pleno gozo do seu trabalho e no uso perfeito das suas faculdades e dos seus direitos. No mundo social vai, necessariamente, dar-se uma transformação extraordinária, porque não é possível continuar o escândalo absurdo dos trabalhadores morrerem de fome e dos ociosos morrerem de fartura. Quais serão, porém as causas de tamanha calamidade? Nos debates que se deram a respeito do pleito social, o Centro apurou as seguintes causas:

- Opressão, porque só o filho do operário, porque não tem dinheiro para remir-se, serve a Pátria na qualidade de soldado;
- Falta de autoridade, porque o trabalhador não é admitido na administração das coisas públicas;
- Falta de ciência, porque o operário não tem tempo para se instruir, e porque a ciência é monopolizada de modo a que fica só ao alcance dos abastados;
- A má interpretação da propriedade rural, que obriga, aos trabalhadores rurais, a irem para a América a substituir os escravos, ficando inculta a terça parte do País;
- O predomínio, exagerado do dinheiro, que diminui consideravelmente o produto do trabalho individual; e
- A fraqueza individual.

A primeira causa destrói-se pelo serviço militar obrigatório, sem exército permanente; a segunda fazendo derivar a autoridade administrativa do sufrágio universal; a terceira pela liberdade do ensino, sendo o primário gratuito e obrigatório; a quarta não consentindo que alguém seja dono de terrenos incultos, entregando-os estes ao município, obrigando-os a cultivá-los e a empregar os produtos em utilidade pública; a quinta pela troca de serviços e produtos, de sociedade com sociedade, evitando, quanto possível, o uso de numerário (moeda), e a sexta pela associação que produz a força, desenvolve e facilita os recursos ..."

[Manifesto do Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas, 1872]

J.M.M.