sexta-feira, 30 de novembro de 2007

EFEMÉRIDES DE NOVEMBRO(Parte II)




Dia 16
1906 - Suspende temporariamente a sua publicação o jornal republicano do Porto, O Norte.
1907 - A Escola Democrática, onde se ensinava pelo Método de João de Deus, prestou homenagem ao Dr. Bernardino Machado, na sua nova residência na capital situada na Rua de S. Bernardo, à Estrela, nº 56. A homenagem realizada constava da entrega de uma fotografia do grupo de crianças que frequentava essa mesma escola, bem como de um bouquet de flores naturais. Há um século atrás frequentavam aquela escola 32 crianças, sendo 22 raparigas e 10 rapazes.

Dia 17
1900 - Realiza-se no Porto um comício de propaganda eleitoral, presidido pelo Dr. Azevedo e Albuquerque.
1907 - Festa Republicana no Centro Dr. Castelo Branco Saraiva com a realização de exames e a distribuição de prémios aos alunos da escola do centro. Presidiu à cerimónia da entrega de prémios o professor Agostinho Fortes.
1907 - Fernão Botto Machado realiza um conferência em Sacavém sobre a "Emancipação Progressiva da Mulher".
1907 - Realiza-se uma conferência no Centro Republicano do Cartaxo pelo sr. Francisco José Pereira, inaugurando-se de seguida um curso para analfabetos adultos. Anunciava-se também para breve a realização de um outro curso, neste caso de desenho para operários.
1907 - Eleição da Comissão Paroquial Republicana em Manique do Intendente, concelho da Azambuja. Foram eleitos como efectivos os seguintes cidadãos: Joaquim da Costa, proprietário; João Marcelino, comerciante; e, António da Costa, comerciante. Como substitutos ficaram: Manuel Runa; José Morgado e Manuel Gago.
1907 - Eleição da Comissão Paroquial Republicana de Quiaios (Figueira da Foz), onde foram eleitos, como efectivos: Albano Sousa, António Gil Nogueira e Joaquim Gil Netto. Substitutos: António Ribeiro, Joaquim Custódio Russo e José Gil Netto. Presidiu à sessão o Dr. Cerqueira da Rocha por proposta do incansável republicano da Figueira da Foz, José da Luz.

Dia 18
1899 - Realiza-se a sessão inaugural do Congresso Republicano Português presidido pelo Dr. Florido Toscano, em Coimbra.
1907 - Inauguração do Centro Democrático Escolar de Aljustrel com a presença dos ilustres líderes republicanos Dr. Aresta Branco, Augusto Barreto e Brito Camacho. O jornal A Lucta calculava que assistiram a esta inauguração cerca de 3000 pessoas.

Dia 19
1899 - Realiza-se a 2ª sessão do Congresso Republicano em Coimbra, onde são eleitos o Directório e a Câmara Consultiva.
1900 - O Governador Civil de Lisboa proibe uma sessão de propaganda eleitoral no Grémio Concentração Democrática.
1907 - Por estes dias há um século atrás, por iniciativa e a expensas do Centro Republicano da freguesia de S. Paio, em Gouveia, inaugurava-se um curso nocturno para ensino das primeiras letras, através do Método de João de Deus.
1907 - Aderem ao Partido Republicano o sr. Luís Ferreira dos Santos, presidente da Câmara Municipal de Loures e o Dr. Marques da Costa, médico em Cacia.

Dia 20
1900 - As Comissões Paroquiais de Coimbra resolvem por unanimidade propor candidato por aquela cidade o Dr. António José de Almeida.
1906 - São expulsos do Parlamento no meio da força armada os deputados republicanos Drs. Afonso Costa e Alexandre Braga.

Dia 21
1886 - Realiza-se uma conferência anti-jesuítica, por Gomes da Silva, no Club Borges Carneiro.
1900 - O Dr. Estevão de Vasconcelos realiza uma conferência na Liga Académica Republicana.

Dia 22
1840 - Nasce em Albarraques, perto de Coimbra, o jornalista e livre-pensador Cecílio de Sousa, director do Trinta e da Folha do Povo.
1908 - Fundam-se as Juntas Locais do Livre Pensamento, em Benavente e Samora Correia.

Dia 23
1900 - O Dr. Alexandre Braga realiza uma conferência no Clube Republicano Paulo Falcão.

Dia 24
1901 - Os republicanos ganham as eleições paroquiais nas freguesias de Alcântra, Almada,Santos, Santa Justa, Santa Isabel e S. Paulo.
1906 - Em Viseu realiza-se um comício de protesto contra a expulsão da Câmara dos Deputados dos representantes do Partido Republicano.
1907 - Adere ao Partido Republicano o sr. Faustino de Sá Nogueira, representante da família Sá da Bandeira.

Dia 25
1906 - Realiza-se a eleição da Comissão Municipal Republicana de Santarém.
1906 - Realiza-se em Aldeia Galega do Ribatejo uma conferência com o sr. Agostinho Fortes.
1907 - No curso nocturno para adultos criado pelo Centro Escolar Republicano do Cartaxo estavam matriculados 136 alunos.

Dia 26

Dia 27
1906 - É eleita a Comissão Paroquial Republicana de Belém.

Dia 28
1878 - Publica-se a Lei do Registo Civil por iniciativa de Fontes Pereira de Melo, Rodrigues Sampaio, Tomás Ribeiro, Serpa Pimentel, Andrade Corvo e Lourenço António da Luz de Carvalho.
1878 - Funda-se em Lisboa a Federação Académica.
1882 - Inicia publicação, em Lisboa, o semanário republicano Trinta Diabos e Cª.
1882 - Publica-se na Guarda o prmeiro número do semanário republicano O Povo Português.

Dia 29
1908 - Representa-se pela primeira vez, no Teatro D. Maria, o drama anti-clerical Beijos por Lágrimas, da autoria do escritor e jornalista Faustino da Fonseca.

Dia 30
1900 - Fundação do Centro Escolar Dr. Afonso Costa.

Foto: Alexandre Braga, Afonso Costa, António José de Almeida e João Meneses - in Arquivo Fotográfico.

A.A.B.M.

MEMORIAL ÀS VÍTIMAS DO MASSACRE JUDAICO DE LISBOA DE 1506 - PETIÇÃO


Memorial às vítimas do massacre judaico de Lisboa de 1506 – Petição

"A Proposta de edificação de um Memorial às Vitimas do Massacre Judaico de Lisboa de 1506, agendada para discussão e aprovação pela Câmara Municipal de Lisboa para o passado dia 31 de Outubro, foi adiada sine die e corre o risco de ficar esquecida ou subvertida no seu sentido cívico. Em nome da memória das vitimas do horrendo crime cometido em Lisboa nos dias 19, 20 e 21 de Abril de 1506, que vitimou milhares de cristãos-novos baptizados à força pelo Rei D. Manuel I, os cidadãos signatários desta petição reclamam do sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa que mantenha e execute a proposta tal como foi concebida e na simbólica data prevista de 19 de Abril de 2008" [ler mais aqui]

A recolha de assinaturas decorre aqui.

J.M.M.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O MUNDO: ELIXIR REPUBLICANO


"Charge alusiva à propaganda da Imprensa republicana durante a época do franquismo. Nela se vê o director do 'Mundo', o órgão mais popular do partido republicano, fazendo a defesa do seu ideal. Junto de França Borges está o dr. Afonso Costa, seu amigo que com ele politicamente teve estreito entendimento durante a vigência da monarquia e, mais tarde, com o novo regime republicano"

[in História da República, Editorial O Século, 1960, p. 206]

J.M.M.

JOSÉ FRANCISCO AZEVEDO E SILVA (Parte II)


Casou, em 24 de Setembro de 1891, com Maria Vaz Monteiro de Azevedo e Silva, na igreja de S. Mamede, em Lisboa, numa cerimónia presidida pelo abade João Pais Pinto, pároco de S. Nicolau, no Porto, também ele republicano e envolvido na tentativa revolucionária de 31 de Janeiro . Deste casamento vieram a resultar nove filhos.

No foro marcou, logo em 1884, um lugar de destaque pela forma brilhante com que se evidenciou no Congresso Internacional de Direito Penal, e pode dizer-se que foi um dos primeiros advogados comercialistas portugueses. Publicou, em 1887, o Comentário ao Novo Código Comercial, e, em 1906, Estudos de Direito Comercial.

Pertenceu à comissão directiva da Gazeta da Associação dos Advogados de Lisboa entre 1895 e 1898/1899. Foi ainda um dos dinamizadores da tentativa de organizar em Lisboa um Academia Portuguesa de Ciências Jurídicas, organização pensada e muito estimulada por Fernão Botto Machado, mas que pouca actividade acabou por realizar [Luís Bigotte Chorão, O Periodismo Jurídico Português do Século XIX, INCM, Lisboa, 2002, p. 256].

Em 1901, foi um dos 58 membros fundadores da Junta Liberal, onde participaram muitos elementos da Maçonaria, como refere António Ventura [Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal. As Convergências possíveis (1892-1910), Edições Cosmos, Lisboa, 2000, p. 72-75 e nota 110, p. 249]. Esta organização terá sido criada em 14 de Abril de 1901, constituída por estudantes que solicitavam o envolvimento de outras personalidades com mais peso na sociedade portuguesa. A 30 de Abril realiza-se a primeira reunião formal, presidida por José Dias Ferreira, onde compareceram também Higino de Sousa, Avelino Cardoso, Henrique Kendall e José Joaquim da Silva Amado, entre outros. Forma-se então uma comissão executiva onde pontuavam figuras de relevo na sua época, como: Miguel Bombarda, Carvalho Pessoa, Silva Amado, José António Serrano, Tomás Cabreira, Luís Filipe da Mata, Mário Lino, José Dias Ferreira e Esteves da Fonseca, mas acaba por nunca se conseguir afirmar, acabando por desaparecer passados poucos meses, reaparecendo anos mais tarde e próximo da implantação da República (1909) com muito mais vigor e acutilância.

Em 1907, através da direcção da Associação de Advogados de Lisboa, de que fez parte, propôs no Parlamento a criação de uma Faculdade de Direito em Lisboa. Sendo a questão debatida no plenário, verificou-se uma situação de empate, o que adiou a sua construção até 1913, quando surge a Faculdade de Estudos Sociais e Direito em Lisboa [Luís Bigotte Chorão, A Comercialística Portuguesa e o Ensino Universitário do Direito Comercial no século XIX, Edições Cosmos, Lisboa, 1998, p. 55] .

Na sua terra natal foi organizado um centro republicano com o seu nome, inaugurado em Loulé em 8 de Junho de 1909.
Após a proclamação da república exerceu, de 1910 a 1912, o cargo de Presidente da Junta de Crédito Público, onde, pela primeira vez, se admitiu funcionalismo feminino; esteve afastado do lugar durante uns seis meses, entre 12 de Maio de 1911 a 10 de Fevereiro de 1912, a fim de ocupar as funções de Alto Comissário de Moçambique, onde conseguiu ainda criar uma Escola Prática Comercial e Industrial 5 de Outubro, que foi posteriormente denominada Escola Comercial Dr. Azevedo e Silva, em Maputo (Lourenço Marques).

Em 1912, passou a desempenhar o cargo de Procurador Geral da República, substituindo o Dr. Manuel de Arriaga, então elevado à Presidência da República, cargo que manteve até 1928, para se aposentar, e no qual as suas superiores qualidades de carácter de inteligência, o seu vasto saber e a sua inflexível honradez lhe granjearam invejáveis estima e respeito de toda a gente.

Em 1919, foi insistentemente convidado a propor a sua candidatura para a Presidência da República, mas recusou. Viveu depois rigorosamente numa modéstia tenaz. Pertenceu aos corpos gerentes do Banco de Portugal, de cujo Conselho Fiscal fazia parte à data do falecimento. Também fez parte da Junta Consultiva do Partido Republicano Português .

A.A.B.M.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

JOSÉ FRANCISCO AZEVEDO E SILVA (Parte I)

Ontem assinalou-se o aniversário do nascimento de uma das figuras, que em nossa opinião, mereceria um estudo biográfico mais pormenorizado, que ainda não foi realizado. Aqui fica o nosso pequeno contributo.

Este advogado e magistrado, nasceu em Loulé em 25 de Novembro de 1858, e morreu em 28 de Janeiro de 1936. Tirou o curso do liceu em Lisboa, onde, em 1879, fundou o jornal A Tribuna do Povo; fixou depois residência em Coimbra, para fazer a sua formatura em Direito, e ali fundou, em 1880, o primeiro grupo de estudantes republicanos; prosseguindo numa activa propaganda dos ideais democráticos, fundou e dirigiu, naquela cidade, o jornal Evolução, onde publicou artigos que lhe valeram, por duas vezes, em 1882 e 1883, ser riscado da Universidade, onde só foi readmitido depois do protesto unânime dos estudantes.

Durante a sua permanência em Coimbra pertenceu, como assinala Trindade Coelho[In Illo Tempore] ao denominado grupo do Lusitano, onde participavam também personalidades como: João Arroio, Pinto de Mesquita, João Pinto Rodrigues dos Santos, Dinis da Mota e Aristides da Mota, Henriques da Silva, Manuel Ramos, entre outros, que se destacavam pela defesa dos ideais positivistas tão em voga na época.

Em 1884, abriu banca de advogado em Lisboa e dirigiu outro jornal, A Era Nova, em 1885, e, mais tarde, em 1905 a Revista de Direito; colaborou também, na Revista Republicana, em 1897; neste mesmo ano de 1897, fundou o Grupo Republicano de Estudos Sociais , de que foi o mais entusiástico e dedicado elemento, e, em 1898, com Basílio Teles, Duarte Leite e Veríssimo de Almeida, foi eleito para o Directório do Partido Republicano Português, tal como já o tinha sido em 1891, ao serviço do qual pôs a sua grande inteligência e inexcedível actividade, sendo um dos signatários do programa partidário publicado em 1891; acompanhou Basílio Teles, como precioso auxiliar, durante o período de preparação da revolta de 31 de Janeiro.

[Foto de José Francisco Azevedo e Silva, Diário de Lisboa, 28-01-1936, in Fundação Mário Soares, com a devida vénia.]

[em continuação]

A.A.B.M.

sábado, 24 de novembro de 2007

ALBERTO COSTA [PAD'ZÉ]: NOTA BREVE (PARTE II)


Alberto Costa [Pad'Zé]: nota breve – Parte II

Aconteceu que o Pad'Zé, no ano de 1899, troca palavras pouco elogiosas com o lente Henrique Teixeira Bastos, no que resulta, após processo disciplinar respectivo, o seu afastamento da Universidade por dois anos. Na recusa do exílio coimbrão, Pad'Zé vê-se com a polícia à sua procura, ante a algazarra e gozo dos seus companheiros que acompanhavam a caricata situação. De comum acordo com o seu amigo Afonso Lopes Vieira [foto acima, Lopes Vieira e o Pad'Zé], por fim, lá partiu o "rebelde" Alberto Costa para Lisboa, a cumprir a sentença de expulsão da Universidade.

Porém, "não querendo sacrificar o pecúlio familiar à sua desditosa sorte" [cf. Rosa, 2000], parte para S. Tomé, onde é gerente e administrador de uma roça. Ao mesmo tempo que trava conhecimento com António José de Almeida [que aí era clínico desde 1896]. Depois desse exílio forçado, agora homem "rico", regressa de novo a Coimbra, onde chega no Outono de 1901. E não faz por mais; fica hospedado num dos "melhores hotéis da cidade", enquanto procurava residência na Rua da Matemática. Ao que parece, o assombro pela súbita "regeneração" do antigo boémio foi total na Academia. No entanto, a mudança face à Universidade e à vida, foi fugaz. Em breve, na sua casa da Rua da Matemática, onde um grupo de fiéis amigos se instalou [caso de Aquiles Gonçalves, mais tarde um dos grevistas da questão académica de 1907, Manuel Pessanha, Carlos Mendonça] regressaria à sua "anterior faceta" de boémio. Nessa ocasião, além do jovem republicano Carlos Mendonça, conhece Aníbal Soares [mais tarde advogado, redactor do jornal monárquico Diário Ilustrado, do jornal O Nacional e, ainda, do Diário Nacional, director do Correio da Manhã, deputado fiel a João Franco, anti-republicano e exilado pós a instauração da República], de quem foi bastante amigo. Muda de habitação, instalando-se nos Palácios Confusos, enquanto tem mesa e roupa lavada em casa de um familiar, um primo padre, que o pai lhe disponibilizou.

A vida política anda agitada no país e a Academia de Coimbra não fica indiferente, pelo contrário. O "nosso" Pad'Zé continua, ainda, "insubmisso", vadio e de casa em casa, fazendo amigos em diferentes quadrantes políticos [Campos Lima, Carlos Amaro, Alberto Machado, etc.], estuda por fim. Termina a sua formatura a 21 de Julho de 1904, partindo para a sua aldeia de origem. Mas depressa entende que à "falta de agitação" o melhor seria ir para Lisboa onde se instala. E, tal era a sua reputação de invulgar causídico que Alexandre Braga o convida a trabalhar no seu escritório, na Rua do Ouro. Começa, a partir daí, a sua aproximação aos meios republicanos e a crença na "revolução" que virá um dia.

[a continuar]

J.M.M.

PAD'ZÉ - O LIVRO DO DOUTOR ASSIS


O Livro do Doutor Assis

"O Livro do Doutor Assis. Pensamentos - conceitos - anedotas - larachas - chalaças - agudezas - subtilezas - facecias - dictos de espirito - calembourgs e charadas do Doutor Assis Capataz das Finanças no primeiro Estabelecimento scientifico do paiz

Com um portrait-charge do auctor, uns 'Breves traços sobre a organização e funcionamento do Primeiro Estabelecimento scientifico referido' e uma "Rapida excursão pelas memorias do meu tempo de Coimbra - Com a valiosa collaboração d'uma sociedade de homens de lettras", por Alberto Costa, ex-Pad Zé
"

Lisboa, Livraria Classica de A. M. Teixeira & C.ta, 1905 (aliás 1906, 4ª ed.)

J.M.M.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ESTADOS AUTORITÁRIOS E TOTALITÁRIOS E SUAS REPRESENTAÇÕES:PROPAGANDA,IDEOLOGIA, HISTORIOGRAFIA E MEMÓRIA



(Seminário Internacional de Coimbra)

Organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, vai realizar-se no Arquivo da Universidade de Coimbra, nos próximos dias 28, 29 e 30 de Novembro de 2007, um novo colóquio dedicado à História Contemporânea.

Conta com a presença de diversos reputados investigadores neste domínio da História. Destacam-se entre eles, pelo trabalho que vêm desenvolvendo nesta área, com multiplas publicações sobre esta temática dos regimes autoritários e suas formas de propaganda e difusão ideológica: Luís Reis Torgal, Carlos Cordeiro, Armando Malheiro da Silva, Heloísa Paulo, Alberto De Bernardi, Nuno Rosmaninho, Álvaro Garrido, João Paulo Avelãs Nunes, António Rafael Amaro, Joana Brites, Alexandre Ramires e Fernando Rosas, entre outros.

Como o espaço é limitado e porque a temática é bastante interessante, certamente os lugares serão insuficientes para todos os interessados. Por outro lado, o CEIS 20 tomou a iniciativa, que se saúda, de conseguir creditar esta acção para os Professores dos Grupos 200, 400 e 410, Registo nº CCPFC/ACC - 48806/07, permitindo obter 1 crédito na área específica da formação, conforme o estipulado no novo Estatuto da Carreira Docente e no Despacho 16794,de 3 de Agosto.

O programa completo deste colóquio pode ser consultado aqui.

Com os votos do maior sucesso para mais esta iniciativa do CEIS 20.

A.A.B.M.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ALBERTO COSTA [PAD'ZÉ]: NOTA BREVE (PARTE I)


Alberto Costa, aliás Alberto António da Silva Costa [ou Pad’Zé], nasce na Aldeia de Joanes, perto do Fundão, a 15 de Abril de 1877. Era filho de Agostinho da Costa Nogueira (empregado de balcão, depois professor da escola camarária no Fundão, administrador do concelho, tendo pertencido ao partido regenerador local) e de Maria Rosa da Costa [cf. J. Mendes Rosa, in Pad'Zé. O Cavaleiro da Utopia, Junta Freguesia de Aldeia de Joanes, 2000 - e que seguimos neste texto].

Alberto Costa faz os seus estudos primários na escola local, segue para a escola camarária no Fundão e, entre 1890-93, frequenta o Colégio de S. Fiel, então dirigido pela Companhia de Jesus [cf. Rosa, 2000]. No ano de 1893-94, Alberto Costa "matricula-se no Liceu da Guarda" e é aí, no dizer de J. Mendes Rosa [op.cit.] que nasce o "boémio" e "folgazão" que mais tarde a Academia de Coimbra bem conhecerá. Depois de um ano em casa "a amadurecer, a tomar juízo" [id. ibid], Alberto Costa ruma para Coimbra, em 1895, cursar Direito.

Chegado a Coimbra – onde é recebido em apoteose pela Academia, avisada previamente por confrades oriundos da Guarda (cf. Rosa, op. cit] da sua fama de irredutível boémio -, instala-se em casa particular, mas cedo ingressa numa República [situada na rua da Trindade. Mais tarde irá parar à Republica Açoriana, na rua da Matemática]. E é nessa casa de estudantes que lhe foram "impostas as insígnias da antonomásia" que o torna para todo o sempre, "aos olhos dos estudantes e da academia", o Pad'Zé ["em homenagem às minhas afinidades místicas, à minha face rapada de clérigo e aos meus óculos faiscantes de excogitador de textos bíblicos", dirá mais tarde o próprio Alberto Costain op.cit.].

Convive em diversas tertúlias e torna-se amigo, no percurso da sua atribulada vida coimbrã, de Afonso Lopes Vieira [que na altura vivia num quarto do antigo Convento dos Bentos, actual Instituto e Antropologia – cf. Rosa, op. cit.], Alberto Pinheiro Torres, D. Tomás de Noronha, José de Bianchi, Egas Moniz, entre outros. Para ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, fazer chacota de algumas revistas literárias então saídas, Pad’Zé fabrica nas aulas de Direito a Revista do Civil [I série, 1899, II numrs e II série, VII] vendendo-a, depois, aos estudantes da Universidade. Colaboraram fugazmente na revista, Santos Monteiro e Afonso Lopes Vieira.

Pad’Zé deixou-nos um curioso livro - "O Livro do Doutor Assis" [Coimbra, 1905] -, em que nos descreve esses tempos de antanho, de múltiplas facécias e povoado de curiosas personagens, entre as quais o Doutor Assis, excêntrico lente de Direito. Também no livro nos deixa algumas notas relevantes sobre o "Centenário da Sebenta"

[no final do século, organizaram-se várias comemorações - Camões, Marques de Pombal, Inf. D. Henrique, Morte do Padre António Vieira, etc. - e, como só em Coimbra aconteceria, um grupo de estudantes propôs uma comemoração (caricatural e de crítica social a esses eventos e aos sebenteiros) a que deu o nome de Centenário da Sebenta (28-30 Abril 1899). E, como seria de esperar, Pad'Zé figurava na sua comissão central, de que faziam parte ainda, Alexandre de Araújo e Albuquerque, João Eloy Cardoso, Veridiano Gonçalves, Vicente Câmara].

[a continuar]

J.M.M.

CENTENÁRIO DA SEBENTA



Nos dias 28, 29 e 30 de Abril decorreu em Coimbra uma sátira, levada a cabo por um grupo de estudantes da Academia, como resposta crítica e jocosa às inúmeras comemorações centenárias que pelo final do século XIX se realizaram no país. Do mesmo modo, tal centenário humorístico era, também, a ridicularização de um estudo universitário baseado exclusivamente na "sebenta", guia-de-estudo para os estudantes e/ou "bíblia" dos lentes.

J.M.M.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

GUERRA PENINSULAR - 200 ANOS


Guerra Peninsular – 200 anos - Exposição na Biblioteca Nacional

"A aventura napoleónica na Península Ibérica, que evocamos nesta exposição na sua dimensão portuguesa, correspondeu a uma fase decisiva da estratégia de Bonaparte que se revelará fatal. O seu projecto hegemónico passava por um controle mais apertado dos países aliados, como a Espanha, e pela eliminação dos apoios que a Inglaterra possuía no Velho Continente, muito em especial de Portugal. Duzentos anos depois, vamos lançar um olhar sobre esse período conturbado da nossa História, compreendido entre 1807 e 1814, e que ficou conhecido com múltiplas designações: Invasões Francesas, Guerra Peninsular, Guerra da Península, Guerra da Independência. Época complexa, plena de contradições e que foi de charneira na Europa e em Portugal ..."

[António Ventura (sublinhados nossos) - ler mais aqui]

Exposição na Biblioteca Nacional: de 6 de Novembro a 9 de Fevereiro de 2008.

J.M.M.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

HISTÓRIA DA REPÚBLICA - RAUL REGO


"A história da República está por fazer. Há muitas obras monográficas muito interessantes; mas não há nenhuma obra de conjunto. (...) Raul Rego, começando também nas origens das origens, isto é, nos alvores do século XIX, dispôs-se a preencher essa lacuna, lançando mãos ao que deve ser o livro da sua vida, pelo escrúpulo e paixão que nele tem posto. Não sendo obviamente neutral, visto que se trata de um republicano confesso, admirador dos grandes vultos da nossa Primeira República, pôs contudo na sua História da República Portuguesa a isenção, o profissionalismo e a independência crítica de que tem dado sobejas provas ao longo da sua vida, de grande jornalista, de escritor e de exemplar cidadão. (...)"

História da República Portuguesa, por Raul Rego. Pref. de Mário Soares. Edição do Círculo de Leitores, Lisboa, 1986-1987, V vols

["Profusamente ilustrada com retratos, fotografias de acontecimentos, reproduções de frontispícios de livros e publicações periódicas, etc. Encadernação editorial" - ver no catálogo da In-Libris]

J.M.M.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

JORNAIS E PANFLETOS ANTI-NAPOLEÓNICOS


O "Vício da Liberdade": Jornais e Panfletos Anti-Napoleónicos (1807-1815)

A Hemeroteca Municipal de Lisboa continua com a sua excelente programação (local e virtual). Desta vez - e, como sempre, no Átrio e Escadaria da Hemeroteca Municipal de Lisboa – apresenta uma mostra documental, justamente intitulada «O 'Vício da Liberdade': Jornais e Panfletos Anti-Napoleónicos (1807-1815)» [do dia 12 de Novembro até 31 de Dezembro] e "que tem por objectivo revisitar a notável expansão que a imprensa periódica conheceu nesta época, primeiro com a 'terrível invenção dos jornais de Londres', depois com o aparecimento de novos periódicos no país, a par da disseminação de uma vasta e difusa literatura panfletária (folhas volantes, libelos, panfletos, manifestos, na sua maioria anti-franceses), num fenómeno sem precedentes na história editorial portuguesa".

Mais nos informa, que "serão exibidas espécies provenientes do espólio da Hemeroteca e de colecções particulares, constituindo algumas delas autênticas raridades bibliográficas, fundamentais para perceber o debate de ideias que se seguiu às Invasões Francesas”.

Do mesmo modo, disponibilizará on line alguns conteúdos digitalizados (panfletos, manifestos e libelos, editados entre 1807 e 1815), a partir do dia 27 de Novembro.

J.M.M.

EFEMÉRIDES DE NOVEMBRO I



Dia 1
1901 - O Governo proíbe um comício popular de protesto contra as congregações religiosas.
1906 - É dada posse à Comissão Municipal Republicana de Lisboa.
1907 - É eleita a Comissão Paroquial Republicana de Cacia (Aveiro). Nesta eleição foram eleitos como efectivos: João Ferreira, de Serrazola; António Rodrigues de Miranda, de Serrazola; João Afonso Fernandes, da Quinta do Loureiro.
Como substitutos foram eleitos: Manuel Neves Ferreira, de Cacia; José Simões Valente, da Póvoa; Francisco Joaquim Mendes, da Quintã.
Nesta ocasião foi também decidido fundar um centro democrático com aulas nocturnas para adultos, uma biblioteca e gabinete de leitura.
1907 - Reorganizou-se também em Vila Nova de Ourém a Comissão Municipal Republicana. Foram eleitos como efectivos: Álvaro Mendes, presidente; Joaquim F. Cordeiro, secretário; João Nicolau, tesoureiro. Como vogais foram eleitos: Artur de Oliveira Santos e Sotero Caio da Silva Neves.
Os substitutos eram: Manuel Joaquim de Oliveira; Joaquim Pereira; António Barbosa; José Francisco dos Reis e António Duarte.
1908 - Eleições municipais em todo o País, com excepção do Porto, obtendo os republicanos vitória completa em 12 municípios e parcial em 21.
1908 - No Centro do Largo de S. Carlos reuniram-se os deputados republicanos para deliberarem o aminho a seguir devido à perseguição que consideravam afrontosa ao vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Tomás Cabreira.

Dia 2
1891 - É querelado um artigo publicado pelo livre-pensador, socialista e mais tarde republicano Heliodoro Salgado.
1898 - Entra na cadeia do Limoeiro o editor do País, sr. Júlio César Eustáquio dos Santos.
1902 - O Governo-Civil do Porto proíbe a circulação de um suplemento do Norte e manda apreender A Voz Pública.

Dia 3
1898 - É notificada uma querela à Folha do Povo.
1901 - O Dr. Alexandre Braga realiza no Clube Republicano José Falcão uma conferência de pendor anti-jesuítico.
1902 - É eleita a Comissão Municipal Republicana de Lisboa.
1907 - Sob a presidência de Bernardino Machado realiza-se a distribuição dos prémios da Escola Democrática.
1907 - Inauguração, no Porto, do Centro Democrático Dr. Afonso Costa.
1907 - O professor Borges Grainha realizou uma conferência no Ateneu Comercial de Lisboa, subordinada ao tema "Educação Cívica".
1908 - Suicida-se na redacção do jornal O Mundo, de que era redactor, o advogado Alberto Costa, vulgarmente conhecido como Pad-Zé. O seu funeral realizou-se civilmente por sua expressa determinação.

Dia 4
1883 - Morre em Lisboa João José Baptista, editor de várias obras de propaganda democrática.
1900 - No teatro D. Afonso, do Porto, realizou-se um banquete de homenagem aos deputados republicanos, presidindo o Dr. Azevedo e Albuquerque.
1903 - Morre em Lisboa o dedicado republicano José Sebastião Teixeira Júnior.
1906 - Realiza-se a eleição camarária do Porto, sendo eleitos vários republicanos.
1907 - O Dr. Afonso Costa é recebido com grandes manifestações de simpatia em Mogofores e Anadia.


Dia 5
1850 - Nasce na Covilhã o jornalista e político republicano José Maria de Moura Barata Feio Terenas, que foi deputado republicano em 1908.
1886 - Funda-se em Lisboa o Clube Republicano Gilberto Rola, em homenagem ao militar, republicano e livre-pensador do mesmo nome.
1906 - É conhecido o resultado definitivo das eleições camarárias do Porto, vencendo por grande maioria a lista apoiada pelo Partido Republicano, o qual fica com os seguintes representantes: Drs. Duarte Leite, Nunes da Ponte, Germano Martins, António da Silva e Cunha, Xavier Esteves, Napoleão da Mata, Henrique de Oliveira e Machado Pereira.
1908 - Teófilo Braga inicia as conferências de protesto contra a perseguição de que foi vítima Tomás Cabreira.

Dia 6
1898 - Entra na cadeia do Limoeiro o sr. António José Martins, editor do jornal A Lanterna.
1900 - Morre em Camarate e é sepultado civilmente o democrata e livre-pensador Eduardo Augusto Pinto, fundador e secretário da Associação do Registo Civil.
1902 - A polícia impede a circulação de O Norte.

Dia 7
1871 - Nasce na Baía o Dr. José Bessa de Carvalho.
1884 - É eleito Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido o republicano e democrata José Elias Garcia.
1886 - Realiza-se no Clube Republicano do Calvário um sarau anti-jesuítico.
1900 - São proclamados pelas Comissões Paroquiais Republicanas do Porto, candidatos a deputados o Dr. Afonso Costa, Xavier Esteves e Paulo Falcão.

Dia 8
1902 - Morre o Dr. José Isidoro Viana, republicano que prestou importantes serviços à propaganda do partido.
1905 - Realiza-se um sarau literário na Caixa Operária de Lisboa a favor de Angelina Vidal.

Dia 9
1881 - Pede a exoneração de Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido o Conde de Paraty, que exercia o cargo desde Outubro de 1869, assumindo aí como Grão-Mestre o general Miguel Baptista Maciel.
1907 - Realiza-se a cerimónia de casamento civil de Julião Quintinha, em Silves. Foram testemunhas do acto Gregório Nunes Mascarenhas e Manuel Guerreiro da Costa.

Dia 10
1869 - Nasce no Porto o ilustre parlamentar e advogado Dr. Alexandre Braga.
1889 - Funda-se a Associação dos Carpinteiros Civis, de Lisboa.
1907 - Realiza-se no Centro Pátria Nova, em Carnaxide, a inauguração da missão pelo Método João de Deus.
1907 - No Centro Republicano Liberdade (Évora), inaugura-se solenemente o retrato do Dr. Bernardino Machado.

Dia 11
1908 - Uma comissão de democratas, presidida por Teófilo Braga, entrega a Magalhães Lima uma mensagem de reconhecimento pelos seus serviços prestados a favor de Portugal no estrangeiro.

Dia 12
1899 -Reune a Comissão Municipal Republicana de Vila Nova de Gaia, resolvendo apresentar como candidato republicano o Dr. João de Menezes.
1900 - Reune o Partido Republicano, resolvendo apresentar como candidatos por Lisboa os Drs. Bettencourt Raposo, José Estevão de Vasconcelos, Manuel de Brito Camacho, Alexandre Braga e João Viegas Paula Nogueira.

Dia 13
1886 - O Século publica uma lista de todas propriedades dos Jesuítas, em Lisboa, que eram conhecidas.
1889 - Enterro civil de António Teixeira Penha, livreiro. A Banda Filarmónica 24 de Agosto acompanha-o ao cemitério dos Prazeres tocando A Portuguesa, por esse ser o desejo do finado.
1894 - Ernesto Silva realiza uma conferência na Associação dos Pedreiros Portuenses.
1904 - Morre Florinda Bela, propagandista das reivindicações feministas.
1907 - Morre o velho e saudoso republicano Xavier da Silva.

Dia 14
1904 - Alfredo Augusto César da Silva realiza uma conferência na Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa sobre o Marquês de Pombal.
1907 - Toma posse a Comissão Paroquial da Pena (Lisboa).

Dia 15
1900 - O Governador-Civil do Porto proíbe a realização de um comício republicano que se devia realizar no Teatro D. Afonso.
1907 - No Grémio Republicano Federal realiza uma conferência do Dr. Bernardino Machado.

[Na foto: Tomás António da Guarda Cabreira]

A.A.B.M.

sábado, 10 de novembro de 2007

13º CONGRESSO DO ALGARVE


A partir do próximo dia 15 e até dia 17 de Novembro vai realizar-se no Centro Cultural de Lagos o XIII Congresso do Algarve. Neste ano dedicando particular atenção aos seguintes assuntos: O Algarve e o Mar; Portugal e o Algarve; Quem decide (n)a Região?.

Neste evento serão apresentadas 115 comunicações que se repartirão por diversos painéis onde se destacam: Temas Culturais e Sociais, Ciência e Tecnologia e Economia e Políticas Regionais.

No painel dos temas Culturais e Sociais a História está em destaque. Apresentam-se trabalhos interessantes sobre personalidades, acontecimentos e ideias que marcaram a região algarvia.

Esta organização do Racal-Clube de Silves, com o apoio de todas as Câmaras Muncicipais do Algarve, o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República e o apoio de diversas entidades públicas e privadas, vai certamente permitir a discussão dos problemas, das iniciativas a desenvolver e as concretizações dignas de realce que têm vino a ser alcançadas.

Nos três dias em que decorre o Congresso vão participar como convidados especiais para realizar intervenções: os Drs. Rui Rio, José Apolinário e Vitor Cabrita Neto - Contributos para a Governabilidade a nível nacional, regional e local (dia 15 de Novembro); os Drs. Adriano Moreira, João Guerreiro e Rui Loureiro - Portugal, o Algarve e o Mar (dia 16 de Novembro); os Drs. Vasco Graça Moura, Júlio Barroso e João Faria - Lagos dos Descobrimentos (dia 17 de Novembro).

Com os votos do maior sucesso para mais esta iniciativa a todos os títulos louvável.

A.A.B.M.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ACÁCIO TOMÁS DE AQUINO: NOTA BREVE


Nasce em Lisboa [Alcântara] a 9 de Novembro de 1899 [cf. António Ventura, Memórias da Resistência ao Estado Novo, Lisboa, CML, 2001]. Nascido de família operária foi trabalhador da construção civil, da Câmara Municipal de Lisboa [1918] e ferroviário [1926-1933]. Nos anos 20 milita na corrente anarco-sindicalista, e pertence às Juventudes Sindicalistas e à CGT, onde desempenha cargos importantes. Associado do Sindicato dos Metalúrgicos [1916], dos Trabalhares do Município [1918] e da Construção Civil [1919-1933]. Foi, ainda, secretário da Federação dos Sindicatos da Construção Civil e da Confederação Geral do Trabalho [cf. Ventura, 2001].

A partir do golpe de 28 de Maio de 1926, passa à semi-clandestinidade. No 18 de Janeiro de 1934 [vidé a propósito, "O 18 de Janeiro de 1934 e alguns antecedentes: depoimento colectivo", por Acácio Tomás de Aquino et al, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978], faz parte do comité de acção da CGT [com Custódio da Costa e Serafim Rodrigues] que decreta a greve geral. Porém não participa no acontecimento por ter sido preso a 11 de Dezembro de 1933, sob acusação de tentar fornecer bombas a outros militantes insurreccionais [cf. Ventura, 2001]. Pelo facto é condenado [a 9 de Março de 1934] a 12 anos de degredo, tendo seguido para Angra de Heroísmo, de onde foi transferido para a Colónia Penal do Tarrafal [23 de Outubro de 1936].

No Tarrafal tem papel activo na Organização Libertária Prisional, onde a confrontação entre a corrente libertária e a Organização Comunista Prisional é evidente e conhecida [vidé o seu depoimento em O Segredo das Prisões Atlânticas, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978].

Regressa a Portugal a 10 de Novembro de 1949, sendo-lhe concedida a liberdade definitia a 22 de Novembro de 1952. No 25 de Abril colabora em organizações libertárias, funda o "Centro de Estudos Libertários" e aparece como impulsionador do jornal A Batalha.

Morre em Lisboa, a 30 de Novembro de 1998. Era casado com a militante anarquista Luísa do Carmo Franco Elias Adão [1914-1999].

Acácio Tomás de Aquino colabora em diversos periódicos, como "O Construtor", "A Batalha" ou a "Voz Anarquista" [cf. Ventura, 2001].

J.M.M.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

ALMANACH ENCYCLOPEDICO ILLUSTRADO PARA 1908


Almanach Encyclopedico Illustrado para 1908

... Lisboa, Empreza do Almanach Encyclopedico Illustrado. Proprietário e Editor: Abel d’Almeida. Coordenador: Agostinho Fortes.

Nota: o Almanach Encyclopedico Illustrado para 1909 (só se publicaram II anos ?), insere um trabalho curioso sobre "O Almanach", noticiando as primeiras publicações deste género.

De outro modo, não confundir este Almanach com um saído em 1857, e muito raro, impresso na Typografia Franco- Portugueza de Lallemant & Cia (Rua do Thesouro Velho, 6, Lisboa), com o nome de Almanach Illustrado e Encyclopedico. Este de 1857 é um Almanach importante pelo estimado artigo/ensaio do "bibliófilo e publicista portuense oitocentista" Tito de Noronha acerca da "História da Imprensa", com curiosos dados sobre os impressores e as tipografias em Portugal e no mundo.

J.M.M.

A Editora Zéfiro publicou uma nova obra dedicada ao assunto que temos vindo a tratar neste nosso espaço, que gostosamente divulgamos para todos os que se interessam pela temática. Da autoria de Jorge Morais, jornalista que trabalhou em jornais como República, A Luta, Jornal Novo, A Tarde, O Diabo, Correio da Manhã, Tal&Qual, Independente, 24horas, entre outros.

Publicou vários livros onde se destacam: Alentejo Saqueado (reportagens, 1975), Um Texto do Passado (comentário à doutrina de «Como Se Levanta Um Estado», de Oliveira Salazar, 1977), Primeiros Sinais da Pedra (poesia, 1987), O Desembarque (estudo sobre o exílio da Família Real portuguesa, in O Embarque/Um Dia na História de Portugal, 1990), Dom Duarte (perfil biográfico do 22º Duque de Bragança, 1995), Aventuras Trans-Ideológicas (ensaio sobre alteridade e transgressão em Ezra Pound, 1999), No Rasto dos Leões (prosa, 2000) e Com Permissão de sua Magestade (2005).

Desenvolve ainda actividade docente no Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa.

Vejamos então o texto que acompanha a divulgação da obra:

A Mais Secreta e Pérfida Conspiração da História Contemporânea de Portugal
Os monárquicos dissidentes e a Carbonária envolvidos no conluio para derrubar a Coroa Portuguesa.

A crónica, a par e passo, de uma trama que vitimou o Rei e o Príncipe Real em 1908 e deu lugar, 33 meses depois, ao fim da Monarquia Constitucional e à instauração da República no nosso país.

Num texto de grande rigor historiográfico e inteiramente baseado em fontes certificadas, usando uma linguagem acessível e cativante, o autor retrata o caos de uma Nação no limiar do século do povo.



ÍNDICE DA OBRA
Do Regicídio à República

I
O Princípio do Fim
O atraso de Portugal. O vício rotativista. A «questão dos tabacos». A dissidência fatal de José Maria de Alpoim

II
Uma Solução «de Esquerda»
A última valsa rotativista. Actividade republicana. João Franco e o «governo à inglesa». Salto para a ditadura. Planos para «eliminar» Franco

II
Franco ou D. Carlos?
A hábil tese de Aquilino e as suas entrelinhas. D. Carlos como alvo da conspiração. O «escândalo dos adiantamentos» à Casa Real

IV
Em Campanha pela Europa
A agitação de Magalhães Lima. Aliança com a Inglaterra. Relações maçónicas luso-britânicas. Uma conjuntura «propícia»

V
Maçons, Republicanos e Carbonários
O «ideário republicano». Laicismo e registo civil. Relações com o Grande Oriente. Lojas «avançadas». As Carbonárias e os «grupos civis»

VI
Boatos e Bombas
Explosão na Estrela. Reunião «nos descampados de Algés de Cima». Folhetos escandalosos. A «Coruja». Atentados e regicídios no mundo

VII
O Ano de Todos os Perigos
A greve estudantil. A educação dos Príncipes. «A ditadura» como tema da campanha republicana. A decomposição galopante do sistema

VIII
A Pena e a Espada
Os jornais em Portugal. A «mordaça» e a liberdade constitucional. Escritores e revolucionários. Mais livros escandalosos

IX
O Rei em Vila Viçosa
As rotinas da Família Real. D. Carlos, lavrador alentejano. A prisão de António José de Almeida, «o idolatrado caudilho» republicano

X
A Revolução Sai à Rua
Afonso Costa toma a chefia da conspiração. A aliança com os dissidentes. A intentona do elevador. A fuga de Alpoim para Espanha

XI
A Trama do Regicídio
As quatro fontes principais. «Dois políticos portugueses» numa reunião em Paris. Avisos diplomáticos sobre a segurança do Rei

XII
Armas e Dinheiro
Os «contos de réis» de José de Alpoim. Um armeiro encomenda carabinas. Comunicações interceptadas. Uma carta reveladora

XIII
Últimas Combinações
A reunião da Loja Montanha. A distribuição das armas num «velho casarão de Xabregas». As três brigadas regicidas. Costa e Buíça

XIV
A Matança
Em Vila Viçosa, nas Necessidades e no Café Gelo. Descarrilamento na Casa Branca. Buíça escreve a última carta. A estranha «premonição» dos criados de Alpoim. Dispõem-se os regicidas no Terreiro do Paço. Um tiro soa na «tarde diáfana»

O Dia Seguinte

Cronologia Pertinente

Bibliografia Mínima e Obras de Referência


Mais uma obra que aconselhamos aos nossos ledores, pelo interesse que tem sobre o assunto e pelas pistas que apresenta para interpretar o acontecimento que no próximo ano assinalará o seu centenário.

A.A.B.M.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

DA ETIQUETA [G-Z]


Da Etiqueta [G – Z]

Gilberto Rola * Ginga Tchen * Gomes da Costa * Gomes Leal * Governo * Grémio Lusitano * Greve 1907 * Greves * Grupo de Madrid * Guerra Junqueiro * Guerra Peninsular * Heliodoro Salgado * Hemeroteca Municipal de Lisboa * Henrique Nogueira * Herlander Ribeiro * Hitler * Homem Christo * Iconografia * III Republica * Ilustração Portuguesa * Imparcial * Implantação da República * Imprensa Republicana * Indústria * Institutos * Integralismo * ISCSP * Jaime Cortesão * Jaime de Morais * João Camossa * João Chagas * João Franco * João Menezes * Jornal A Capital * Jornal Diário Lisboa * Jornal O Comunista * Jornal Portimão * Jornal Público * Jornal República * Jornalistas * José Adelino Maltez * José Afonso * José Benevides * José Eugénio Ferreira * Judaica * Julho * Lentes * Leão de Oliveira * Lima de Freitas * Lisboa * Livrarias * Livros * Locomotiva * Loja Fraternidade * Lopes de Almeida * Luz de Almeida * M. Cesariny Vasconcelos * Machado Santos * Magalhães Lima * Major Severino * Manifestos * Manuel de Arriaga * Manuel Rodrigues * Marcelo Caetano * Mário Monteiro * Maçonaria * Melhores Livros * Memórias * Mendes Cabeçadas * Mendes dos Remédios * Miguel António Dias * Miguel Baptista Pereira * Miguel Bombarda * Monárquicos * Moreira de Almeida * MUD * MUNAF * Museu Bernardino Machado * Museu da República * Museus * Mussolini * Mário Figueiredo * Mário Soares * Nacional-Sindicalismo * Neves Anacleto * Norton de Matos * Nota de Abertura * Novidades * O Badalo * O Domingo Ilustrado * O Espectro de Juvenal * O Mundo * O Mundo Legal e Judiciário * O Português * O Povo de Aveiro * O Século * O Tempo e o Modo * Oliveira Marques * Oliveira Marreca * Oliveira Martins * Oliveira Pio * Oliveira Salazar * Ordem Nova * Os Budas * Óscar Carmona * Parlamento * Passos e Sousa * Passos Ponte * PCP * Pechão * Pedagogia * Periódicos * Petição * Pinto Quartin * Portalegre * Porto * Portugal na CEE * Portugal na Guerra * Postal * Presos Políticos * Programa * Questão Académica * Rafael Bordalo Pinheiro * Ramada Curto * Raul Brandão * Raul Proença * Rebelo da Silva * Regicídio * Reitor * República * Resistência Republicana * Reviralhismo * Revista Estudos do Século XX * Revista História * Revolta * Revolução * Revolução e Democracia * Rocha Martins * Rodrigues Miguéis * Rolão Preto * Rui d’Espinay * Salgueiro Maia * Santos Viegas * Sarmento Pimentel * Seara Nova * Seixas da Costa * Silva Pinto * Sousa Brandão * Sousa Dias * Stuart Mill * Surrealismo * Teixeira Bastos * Tertúlia * Teófilo Braga * Torre do Tombo * Tradição e Modernidade * Tribunal Plenário * Tricentenário de Camões * Trigueiros de Martel * Trindade Coelho * Ultimato Inglês * Universidade * União dos Republicanos Portugueses * União Nacional * UTL * V. Pulido Valente * Vasco da Gama Fernandes * Veríssmo de Almeida * Vértice * Vieira de Castro * Xavier de Paiva

Foto: biblioteca de S. Bento

DA ETIQUETA [A-F]


Da Etiqueta [A – F]

1880 * 25 de Abril * 28 de Maio 1926 * II Guerra Mundial * 31 de Janeiro * 5 de Outubro * A Choldra * A Lanterna * A Luz * A Monarquia * A Nação * A Paródia * A. Herculano * A. Monteiro Valente * Abranches Ferrão * Acúrsio da Neves * Adelino Gomes * Adelino da Palma Carlos * Administração Pública * Afonso Costa * Agatão Lança * Albano Coutinho * Alberto Carlos Lima * Alberto Xavier * Alcobaça * Alexandre Braga * Alfarrabistas * Alfredo da Cunha * Alfredo P. Gomes * Alfredo Pimenta * Algarve * Aliança Republicana e Socialista * Alice Samara * Alma Nova * Almanaque Republicano * Almanaques * Almocreve das Petas * Álvaro de Castro * Alves Correia * Alves da Veiga * Anarquismo * Aniversário * Antero de Quental * António Baeta * António José Almeida * António Maria Silva * António Sérgio * António Granjo * António Sérgio * António Ventura * APH * APHES * Aquilino Ribeiro * Aquilino Ribeiro Machado * Arlindo Vicente * Associações * Ateneu Comercial * Augusto Casimiro * Aurélio Ferreira * Aveiro * Azedo Gneco * Bandeira de Portugal * Bandeira Vermelha * Barros Bastos * Beja * Benoliel * Bento Gonçalves * Bernardino Machado * Bernardino Pereira Pinheiro * Bernardo de Passos * Bibliografia * Biblioteca Nacional * Bibliotecas * Biobibliografia * Biografia * Bissaya-Barreto * Borges Grainha * Braga * Bragança * Bulhão Pato * CADC * Cadernos Coloniais * Câmara Reys * Campos Lima * Cândido dos Reis * Capitães Abril * Carbonária * Cardeal Saraiva * Carlos Ferrão * Carlos Olavo * Carlos Paredes * Carrilho Videira * Cartaz * Cartofilia * Cecílio de Sousa * CEIS 20 * Censura * Centro Eleitoral Republicano * CEP * CEPP * Coimbra * Colóquio * Comício Republicano * Conferência * Conferências do Casino * Congresso * Constituição * Crise Académica 62 * Crises Académicas * Cunha Leal * Curso Livre * D. António Ferreira Gomes * D. Carlos * D. Manuel II * Da Cunha Dias * Damião Peres * David Neto * Deportados * Dia de Portugal * Digitalizados * Ditadura Militar * Diário Popular * Editoras * Editorial * Editorial Cosmos * Eduardo Burnay * Eduardo Frias * Efemérides * Eleições Presidenciais * Elias Garcia * Emídio Garcia * Estado Novo * Estevão de Vasconcelos * Ex-Libris * Exilados Políticos * Exposição * Famalicão * Faro * Fascismo * Felizardo Lima * Fernando Pessoa * Fernão Botto Machado * Ferroviários * Fevereiro de 1927 * Figueira da Foz * Filipe Viegas Aleixo * Flausino Torres * Fotografia * Francisco Martins Rodrigues * Francisco Pulido Valente * França Borges * Freire de Andrade

[a continuar]

terça-feira, 6 de novembro de 2007

UM ANO DEPOIS...


Este nosso modesto espaço assinalou hoje o seu primeiro ano de existência. Foi um ano de surpresas, de trabalho, de pesquisa e de divulgação de alguns aspectos e figuras da nossa História recente.

Durante este ano divulgamos acontecimentos, assinalamos efemérides, elaboramos biografias, dedicamos algum do nosso escasso tempo para estudar e conhecer um pouco mais melhor dados e factos já caídos no esquecimento. Defendemos a manutenção e a revitalização do papel da nossa memória histórica, em particular, dos episódios ligados à implantação da República. Como dissemos no nosso editorial e mantemos, "o Almanaque Republicano é um álbum onde se vai perfilar uma geração sonhadora, generosa e messiânica, que é afinal o nosso costumado fadário, o nosso "eterno retorno", foi isso que nos comprometemos e procuramos cumprir ao longo de um ano.

Recebemos e continuamos a receber alguns estímulos pelo trabalho empreendido. Será trabalho inglório dirão muitos, mas é um trabalho feito por quem gosta da nossa História, dos nossos momentos de glória, mas também dos momentos de profundo desalento. Não estamos desanimados, porque no início não tinhamos grandes expectativas sobre a visibilidade desta temática. Não tocamos, em regra, assuntos no nosso quotidiano político ou sobre a notícia efémera que marca os nossos noticiários. Procuramos descobrir aquelas notícias que não são divulgadas pela imprensa ou pela televisão, mas não deixamos de estar atentos e intervir sempre que um assunto nos mereça mais cuidado. Vamos tentar manter a linha que traçamos com coerência, procurando aprofundar ou aprender novas temáticas e descobrir mais figuras.

Propomo-nos continuar a divulgar a História que se vai fazendo. Temos critérios que procuramos respeitar e que desejamos manter. Divulgaremos a bibliografia de História que vai aparecendo, em particular a que tem ligação com o assunto que escolhemos tratar, bem como as iniciativas que vão acontecendo um pouco pelo País, para mostrar a riqueza da nossa história e da importância de ela ser conhecida por todos. Por outro lado, vamos continuar a divulgar biografias de personalidades, escritores, jornalistas, poetas e políticos que estiveram na origem da implantação da República; continuar a divulgar efemérides; elaborar a listagem da imprensa republicana nos diferentes distritos; entre outros assuntos.

Aos 18880 leitores que visitaram o nosso sítio e pesquisaram 26918 páginas, aos 156 blogues que durante este ano nos linkaram, aos nossos cerca de 50 visitantes assíduos e aos nossos comentadores habituais o nosso bem haja.

Esperamos continuar por aqui, acompanhando o processo que conduziu à implantação da República em 1910, procurando divulgar e participar nas Comemorações do Centenário da Implantação da República.

Viva a República!
Viva Portugal!

A.A.B.M.
J.M.M.

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO


Almanaque Republicano – Primeiro Aniversário

"Alma! Eis o que nos falta. Porque uma nação não é uma tenda, nem um orçamento uma bíblia". [Guerra Junqueiro]

Faz hoje um ano que lançámos o Almanaque Republicano. Exemplar único da Alma Republicana, na blogosfera indígena. Pouso de genuína "ascendência portucalensis". Lugar dum tempo de antiquíssima saudade, e que em boa hora retomámos em merecida ventura. Eis, passado um ano, o canto, a gesta e a demanda admirável de uma "geração sonhadora, generosa e messiânica", como aqui dissemos.

Depois, e regularmente, temos vindo a fazer espaço de reflexão, de invocação - sem mandas aos profanos mas em testemunho de gratidão -, de remanso espiritual. Mas, também, não evitámos "perturbar as almas" e "desorientar os espíritos”" [F. Pessoa], nessa viagem. O legado do antes e depois da re-volução ("movimento novo") será sempre - para nós - esse passo interior ou iluminante, fundo dos tempos ou luzeiro de soidade.

Na nossa incursão à Alma Republicana surge, por isso, um abraço humílimo, restaurado, ao antiquíssimo cantar do "espírito lusitano" que a tradição fez sorrir. Os "nossos antigos" [Antero] não morreram, mas ainda não estão. Por isso continuamos em "velada d'armas". O Édito dessa anunciação ainda é o rasto do nosso versejar. Ainda é o alento que rompe sombras, "pois não há sono no mundo" [F. Pessoa].

E por isso temos tenção de continuar. Entretanto um abraço.

J.M.M.
A.A.B.M.

domingo, 4 de novembro de 2007

XXVII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HISTÓRIA ECONÓMICA E SOCIAL


XXVII Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social
Globalização: Perspectivas de Longo Prazo

Vai decorrer também nos próximos dias 16 de 17 de Novembro de 2007, na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, mais um encontro da APHES com um intenso programa durante dois dias.

Entre os múltiplos painéis a trabalhar encontram-se:
- Conflitos, Justiça e Redes Sociais no Antigo Regime;
- Dos Quatro cantos do Mundo: Ordens Religiosas e Globalização nos Impérios Ibéricos;
- A Importância do Dinheiro;
- Comércio, Agricultura e Infraestruturas;
- A Seda Indiana, Império e Globalização (Sécs. XV - XX)
- A Globalização e a Indústria Automóvel;
- Crescimento Económico em Portugal: o passado e perspectivas para o futuro;
- Relações Internacionais e Poder na Época Moderna;
- Educação Popular e Regeneração Social;
- Indústria Automóvel e Caminhos-de-Ferro;
- Educação, Instituições e Globalização;
- O Desenvolvimento do Comércio e das redes de negócio (sécs. XVI a XVIII);
- Infraestruturas Urbanas;
- O Consumo dos textêis e as organizações de comércio na Península Ibérica;
- Trabalho e Migrações;
- Globalização e Modernização Urbana: Lisboa e Barcelona;
- As Multinacionais e a Globalização dos Bens Culturais;
- Empresas e Mercados (sécs. XIX - XX);
- O impacto da Globalização nos vinhos ibéricos;
- A Mobilidade Social e Intergeracional em Portugal nos séculos XIX e XX;
- O Bem-Estar na Europa do Sul;
- Perspectivas Macro e Micro;
- Planeamento Urbano e Empresariado no Brasil;
- Políticas e Mercados (sécs. XVIII a XX);
- Mercados e Integração.



Para consultar o programa completo, painéis, oradores e horários ver aqui.

Mais uma iniciativa da Associação Portuguesa de História Económica e Social que não podemos deixar de assianalar pela importância que vão alcançando as suas iniciativas.

A.A.B.M.

IX CURSO LIVRE DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA: HISTÓRIA, MEMÓRIA E DEMOCRACIA - PORTUGAL/ESPANHA



Entre 12 e 17 de Novembro de 2007 vai realizar-se em Lisboa, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas em parceria com a Fundação Mário Soares, mais um curso livre de História Contemporânea. A coordenação do curso pertence ao Prof. Dr. Fernando Rosas e vão apresentar comunicações e testemunhar sobre alguns episódios da sua vida figuras bem conhecidas da nossa História Contemporânea, bem como do país vizinho.

Entre os muitos oradores presentes ao longo de vários dias, permitam-nos destacar entre os espanhóis: Carme Molinero, Ismael Saz, Joseph Sanchez Cervelló e Santiago Carrillo.

De entre os portugueses destacamos: Fernando Rosas, Manuel Loff, Luís Reis Torgal, António Costa Pinto, José Pacheco Pereira e Mário Soares.

O programa completo pode ser consultado aqui.

Com os votos do maior sucesso para mais este evento.

A.A.B.M.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

TERTÚLIAS DA REVISTA HISTÓRIA


Na próxima quarta-feira, dia 7 de Novembro, vai realizar-se no Fórum da FNAC, ao Chiado, em Lisboa, mais uma iniciativa da Revista História. O local de encontro mantem-se, mas o horário para a realização das tertúlias passou para as 19.30 h, tendo desta vez como dinamizadores do evento António Louçã e Carlos Taibo, que vão dedicar a sua particular atenção à Revolução Soviética, em especial desde a formação dos sovietes até ao desmantelamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Aproveitando para relembrar que a revolução que se iniciou na Rússia,há 90 anos atrás, teve uma repercussão muito grande em toda a Europa, culminando com a retirada da Rússia da Iª Guerra Mundial e provocando a queda do Czar e da família Romanoff. Por outro lado, contribuiu para o aparecimento de uma potência militar que se impôs no mundo até 1989. Mas que condições, que conjuntura existia na Rússia à época? As revoltas, de carácter socializante, foram atendidas ou, inversamente, contribuiram para um agravamento significativo das condições de vida das populações?

O Almanaque Republicano associa-se a mais esta iniciativa e divulga o evento, apelando à participação de todos os interessados nestas temáticas.

A.A.B.M.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

BERNARDO DE PASSOS (Parte II)


Porque somos republicanos?
Somos republicanos porque sabemos prezar a nossa dignidade de homens. Um rei é sempre um vexame para a dignidade humana.
Que simboliza, que quer dizer o ceptro do rei? A vara, o bastão deprimento do mando...
O ceptro dum rei é o seu cajado de pastor. Porque para os reis, o povo é um rebanho de gado humano, rebanho de que eles são os guardadores...

(Bernardo de Passos, "República", O Povo Algarvio, Loulé, nº 46, Ano II, 30-07-1910)

O poeta algarvio, pouco reconhecimento obteve a nível nacional, mas encontrou ainda espaço para publicar algumas das suas poesias em publicações de algum interesse.
Assim, encontram-se poesias de Bernardo de Passos, na Águia, Porto, 1-12-1910 a Maio-Junho de 1932, dirigida inicialmente por Álvaro Pinto (até 1921). Nesta revista colaboravam alguns dos homens importantes da República como Jaime Cortesão,Teófilo Braga, Raúl Proença, entre muitos outros.

Colaborou ainda no semanário literário que se publicou em Faro, Alma Lusitana, dirigido por Gonçalves Torres e João Matos, onde colaboraram também: José Dias Sancho, Manuel Caetano de Sousa, Roberto Nobre, José Neves e António do Nascimento. Esta publicação iniciou em 5 de Outubro de 1919 e terminou a 22 de Fevereiro de 1920.

Foi também colaborador da revista Alma Nova, dirigida por Mateus Moreno, primeiro de Faro e mais tarde de Lisboa, que inicia publicação em 20-09-1914 e termina em Dezembro de 1925.

Publicou poemas seus no Boletim da Sociedade Literária de Almeida Garrett, que se editou em Lisboa em 1903, dirigido por Alberto Bessa.

Era um dos colaboradores do semanário olhanense O Cruzeiro do Sul, onde Aquilino Ribeiro publicou os primeiros textos e onde participaram também Cândido Guerreiro, Carlos Pádua, João Lúcio, Francisco Marques da Luz (Marcos Algarve), Maria Carolina Frederico Crispim (Maria Veleda) e Rodrigues Davim. Este semanário publicou 24 números entre 22 de Janeiro de 1903 e 2 de Julho desse ano.

Publicou ainda no semanário Eco Literário de Vila Fraca de Xira (1911), na revista Figueira, da Figueira da Foz, dirigida por Pedro Fernandes Tomás e Eloy do Amaral. Na revista quinzenal de literatura, do Porto, Germinal, dirigida por J. Gonçalves e A. Bastos, entre 1-07-1901 até Julho de 1901. Na consagrada revista Portucale, publicada no Porto sob a direcção de Augusto Martins, Cláudio Basto e Pedro Vitorino. Também na revista literária mensal editada por Cândido Chaves em Lisboa intitulada Renascença(1903).

Finalmente, encontram-se traços da sua poesia na Revista Coimbrã. Era uma publicação comercial de Coimbra que começou a atacar cada vez mais as políticas que se opunham à Monarquia.


Encontram-se alguns contributos interessantes sobre esta personalidade aqui.

A.A.B.M.